Boto faz o seu bailado nas águas de preamar
Boto faz o seu bailado nas águas de preamar
A voz característica de Dona Onete ecoava ao fundo enquanto Acre, mais uma vez vestido de dinossauro (parecia até que essa criança não tinha outra roupa) batia palminhas e dava um sorriso banguela, seguido de risadinhas gostosas.
Na frente do menino, aquele mesmo adolescente revoltado pelos cinco reais (com razão) dançando carimbó do lado do pequeno.
Em determinado momento, o dinossauro ficou de pé, com dificuldade, e tentou imitar os passos do paraense. Pará, por sua vez era uma linha tênue entre um ótimo dançarino e um pé de valsa completo.
Na hora da maresia, boto faz fuá, fuá
Na hora da maresia, boto faz fuá, fuá
É claro que o pitico ainda não havia desenvolvido suas habilidades motoras e força o suficiente para se equilibrar de pé, que dirá de dançar. Depois de poucos segundos de pé, o pequeno se desequilibrou e caiu, batendo levemente a cabeça no processo.
O pequeno abriu o famoso berreiro. O paraense por outro lado, dançando continuamente.
Mas é boto namorador das águas do Maiuatá
Mas é boto namorador das águas do Maiuatá
A câmera se vira para Luciano, de olhos profundos, cabelo bagunçado e a roupa de escritório já tirada pela metade. Ele encara a cena e dá um suspiro alto.
A câmera volta, novamente, para o dançarino paraense. Este, enquanto dançava, se afastava da criança chorando como se nada acontecesse. Afinal, quem pariu seus dinossauros que balancem.
*
Pará, o mesmo adolescente de antes, está gravando a si mesmo e a criança atrás de si, um menino emburrado mexendo no que parece ser uma guitarra de brinquedo.
Em uma tentativa de alegrar o pequeno, o paraense começa a cantar.
Jhony, Jhony na banda, thacaragada
O pequeno, continua de cara fechada. Exceto que agora passou a olhar para o adolescente.
—Toca. — O paraense disse.
Mais uma vez a atenção da criança voltou para a guitarra de brinquedo.
Pará, por outro lado, voltou a olhar para a câmera. Ele dá um sorriso de dentes abertos.
— Aí paizinho, eu falei que tava tudo bem cuidar de—
Aproveitando a distração do mais velho, o pequeno pendurado a guitarra de brinquedo o mais alto que seus bracinhos permitiam e desceu com tudo na cabeça do mais velho. Uma parte da guitarra foi para um lado, e a outra parte contínua na sua mão.
— Nossa Amapá.
*
Pernambuco dá uma risada gaitada e alta. Ele aponta a câmera para a Bahia, que também está risonha.
— A gente perdeu a chupeta do Cezinho, aí a gente deu essa chupeta de silicone.
A câmera aponta para um bebê com uma chupeta de silicone na boca. A mão de BA segura a chupeta para que ela não saia do lugar. Pela transparência, pode-se ver a boca do neném abrindo e fechando frenéticamente.
— Parece um baiacu!
O pernambucano volta a rir alto e esganado. Ele ria tanto que lágrimas escoriam dos seus olhos.
— Parece um baiacu. — Ele fala com dificuldade.
Notas da autora: Passando aqui para pedir sugestões de situações para uma fanfic. Hidratem-se sempre.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Essa família é muito unida
FanficEnquanto fazia uma faxina em casa, Luciano encontrou uma preciosidade que achava que tinha perdido a muito tempo.