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— Tudo bem aí Matinha?

Luciano pergunta enquanto grava a menina em cima de um cavalo.

Ela veste aquela mesma calça boca de sino, uma botinha marrom, e uma blusa rosa bebê, com a adição de um chapéu na cabeça.

— Sim.

— Seguinte — Luciano pega as rédeas do cavalo — Puxa 'pra cá e ele vira pra direita, puxa pra lá e ele vira pra esquerda, e puxa 'pra trás ele para. Entendeu?

Ele entrega as rédeas nas mãozinhas da pequena Matinha.

— Tendi.

— Então voa garota!

Luciano dá um tapa na bunda do cavalo, que avança na mesma hora.

Enquanto o cavalo se afasta no horizonte, é possível ouvir extenso "ÊÊÊ" de Matinha.

Enquanto isso, ao fundo, é possível ver Martin puxando um cavalo pelas rédeas, bem devagar, enquanto o mini Goiás está sentado sobre a sela. 



*



Antes mesmo da imagem ser exibida na gravação, pode-se escutar vários, vários mesmo, gritos que só podem ser típicos de apenas uma região: Nordeste. Em específico de Buco e Bahia, mas Luciano também não fica atrás.

"Mas o que está acontecendo?" você pergunta. Acontece que é a primeira apresentação junina de CE, e ele, por ser o mais tampinha da turma, a professora o colocou bem como o primeiro da fila.

Os gritos pararam por alguns segundos, só para voltar logo depois quando a típica Quadrilha do Severo começou a tocar.

Na realidade ninguém, nem mesmo os outros pais, conseguiram prestar atenção na apresentação das crianças já que o casal nordestino estava empolgadasso com a primeira apresentação do cearense. E, é claro, o menino ficou morrendo de vergonha do vexame que seus pais estavam fazendo. 



*



Como é tipico dessa familia, não se pode ter um momento normal como nas outras famílias.

Agora, um pequeno SE aos prantos estava de frente para a gravação, enquanto a mini paraibana estava ao seu lado julgando horrores o papelão que o irmão estava fazendo.

— Não é p'ce mata" Não é pa'mata a fuminguinha!

— Não é pra matar sua formiguinha? — Perguntou a baiana.

— Num é!

— Quem matô a sua forminguinha?

— Foi ela! — Prontamente o pequeno sergipano apontou para a paraibana.

— Que dó! — Em um momento em que seus sentimentos ficaram meio confusos, SE abraçou a pequena Paraíba, que sequer fez menção em retribuir o abraço — Que dó, que dó, que dó. QUE DÓ!! Que dó, que dó!

O pequeno ficou andando em círculos enquanto continuava "que dó, que dó".

— O que aconteceu com a formiguinha?

O pequeno SE gritou mais alto.

— O que você fez com a formiguinha dele? — A baiana perguntou e apontou a camera para PB.

— Eu mati.

— Você matou a formiguinha dele?

A paraibana assentiu.

— Ela mato a minha fumiguinha. Agora ela vai fica.... — Era impossível de entender o que o sergipano estava falando naquele momento.

— Vai morder a perna dela?

— Ela mato a minha fumiginha.

— Porque você matou a formiguinha dele?

Como resposta, PB fez uma boa cara de paisagem.

— Cadê a formiguinha?

A gravação segue até o local onde está um mini ponto preto amassado no chão.

— Mamã, que dó! Que dó, que dó QUE DÓ!!!!!!!!! A FOMINGUINHA!

— Ei a tira ela daí que a gente já vai embora. — Disse Buco.

— Não vai!

— Vai sim.

— NÃO!! 



*



— Quase briguei na escola tá? — Disse o pequeno carioca.

O cenário era a mesa de jantar da família. Ao fundo, pode-se escutar o som característico de fritura.

— Sabe que não pode brigar, mas por quê? — Buco perguntou.

— Porque um menino grandão foi implicar comigo na sala.

— E tu falô o que 'pra ela?

— Tá pensando que eu tenho medo de tu? Tu vai vê no recreio.

— E o que tu fez no recreio?

— Fiz nada, eu me escondi.

— Se escondeu porque? — Perguntou o mais velho em meio a uma risada.

— Cê é loko, ele era grandão. 






N/A: Lembrando de deixarem sugestões para sketches einn

Hidratem-se!

Essa família é muito unidaOnde histórias criam vida. Descubra agora