Capítulo 17

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                                                                                    Richard Rios

Depois daquele beijo, um medo surgiu dentro de mim. Eu estava com medo de Hanna se afastar, como sempre acontecia com as outras pessoas que eu me envolvia. Então, numa tentativa desajeitada de me proteger, eu me afastei primeiro. Mas a dor era avassaladora. Eu mal conseguia manter uma conversa com Hanna, e olhar diretamente para ela era quase insuportável. Eu estava completamente perdido, sem saber se havia feito a escolha certa. A confusão e o remorso me consumiam, enquanto eu lutava para encontrar uma maneira de lidar com toda essa bagunça emocional.

A contratação de Rômulo Azevedo foi um golpe para mim. Ter que acompanhar ele até o vestiário e ver suas tentativas de se aproximar de Hanna era como uma faca no peito. Por mais que estivesse morrendo de ciúmes, eu tinha que engolir meu orgulho e não deixar transparecer. Era uma batalha interna constante, entre o desejo de expressar minha frustração e a necessidade de manter a compostura. Eu me sentia impotente, incapaz de fazer qualquer coisa para mudar a situação. Era como assistir de longe enquanto algo precioso escapava das minhas mãos, e isso me consumia por dentro.

Depois de suportar toda aquela tortura no vestiário, saímos em silêncio. Então, ouvi a voz de Hanna me chamando.

Hanna: Richard, podemos conversar?

Fiquei sem reação, paralisado pelo peso das minhas próprias emoções. Respondi rapidamente, as palavras saindo pesadas e sem sentimentos genuínos:

Richard: Não posso, tenho treino agora.

Aquilo foi como um soco no estômago para mim. As palavras mal saíram da minha boca, e quando finalmente consegui olhar nos olhos de Hanna depois de mais de uma semana, vi o brilho das lágrimas que ela segurava. Era um golpe direto no meu coração, perceber que estava machucando ela por puro medo de me magoar. Eu, Richard, estava me culpando por permitir que o medo me dominasse e arruinasse algo tão precioso. 

Porra, Richard, pensei  comigo  mesmo, enquanto a culpa pesava em meus ombros. Era hora de enfrentar meus medos e agir com coragem, antes que fosse tarde demais.

Eu não aguentava mais viver longe de Hanna. A ausência dela era como um vazio que consumia cada parte de mim. Sentir seu toque, relembrar aquele beijo... Porra, que beijo! Era como se cada célula do meu corpo clamasse pela presença dela. Hanna era tudo o que eu mais queria, a luz que iluminava os meus dias escuros. Estar longe dela era como viver à sombra, e eu sabia que precisava fazer algo para trazê-la de volta para a minha vida. Porque sem ela, tudo parecia sem sentido

União Sinistra • Richard RiosOnde histórias criam vida. Descubra agora