Capítulo 41

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Hanna Muller

Acordei e Richard estava do meu lado, dormindo feito um anjo. Eu precisava me arrumar para ir pro ct e também precisava acordá-lo, pois se ele chegasse atrasado, o Abel matava ele.

Eu me virei para ele, observando seu rosto sereno por um momento. Com um suspiro, comecei a balançar seu ombro suavemente.

Hanna: Richard, acorda. -  murmurei, tentando ser gentil.

Ele gemeu algo e se virou para o outro lado, enfiando o rosto no travesseiro.

Hanna: Richard. - insisti, um pouco mais alto. - você precisa acordar agora.

Richard: Hmm? Só mais cinco minutos, Hanna. -  ele resmungou, a voz abafada pelo travesseiro.

Revirei os olhos e puxei o cobertor de cima dele.

Hanna: Cinco minutos e o Abel vai te matar. Levanta, preguiçoso.

Ele abriu os olhos lentamente, piscando contra a luz matinal que entrava pelas frestas da cortina.

Richard: Tá bom, tá bom, já estou acordando. - disse, com um suspiro exasperado.

Hanna: Isso mesmo. - respondi, levantando-me da cama e indo até o armário. - Não temos tempo a perder.

Ele se sentou na cama, esfregando os olhos.

Richard: Você é o melhor despertador humano , sabia? - disse com um sorriso sonolento.

Hanna: Não sei se isso é um elogio. - falei, sorrindo de volta enquanto procurava minha roupa para o dia. - Mas vou aceitar. Agora, vamos, temos que nos apressar.

Ele se levantou lentamente, ainda meio grogue.

Richard: O café está pronto? - perguntou, andando até o banheiro.

Hanna: Sim. - respondi, já começando a me vestir. - Você tem dez minutos antes de precisarmos sair.

Richard: Dez minutos? Parece uma eternidade. - ele brincou, ligando a torneira para lavar o rosto.

Hanna: Pois é, mas só parece. - retruquei, ajustando minha blusa. - Vamos, Richard, cada segundo conta.

Richard: Sim, senhora. - ele disse com um sorriso, secando o rosto e começando a se arrumar. - Não quero morrer nas mãos do Abel hoje.

Hanna: E nem eu. - respondi, rindo. - Vamos enfrentar mais um dia.

Ele sorriu de volta, mais desperto agora, e começou a se apressar.

Depois que terminamos o café, fomos para o carro. Hoje, não iria de Uber, pois eu iria com o Richard. O caminho foi bem legal, conversamos sobre os próximos jogos do Palmeiras.

Richard: Você está animada para os próximos jogos? - perguntou, quebrando o silêncio enquanto ligava o carro.

Hanna: Sempre! - respondi, sorrindo. -  Mas sei que vai ser puxado para vocês. A sequência de jogos está bem intensa.

Richard: É, faz parte da rotina de um jogador. -  Ele deu de ombros, mantendo os olhos na estrada. - O que me deixa triste é ainda ter que te ver todos os dias e não poder chegar perto de você.

Hanna: Eu sei... - murmurei, desviando o olhar para a janela. - Também sinto falta de estarmos mais próximos.

Richard suspirou profundamente antes de continuar.

Richard : O mais perto que consegui chegar de você, nesse tempo que ficamos afastados, foi nas sessões de fisioterapia. Parece até irônico.

Hanna:  Pois é... - Concordei. - É complicado. Eu tento ser profissional, mas é difícil. Fico tentando manter a distância necessária para não misturar as coisas, mas é doloroso.

Ele assentiu, os olhos sérios.

Richard: Eu entendo. Cada vez que entrava na sala de fisioterapia, queria te abraçar, mas sabia que não podia. Tinha que me contentar em apenas te ver trabalhando.

Hanna:  E eu, por outro lado, tentava não demonstrar o quanto isso me afetava. - Disse, sentindo um nó na garganta. - Era como se houvesse uma barreira invisível entre nós.

Richard: Mas pelo menos agora estamos juntos. - Ele sorriu, tentando amenizar a tensão.

Sorri de volta, sentindo uma mistura de alívio e alegria.

Hanna: Sim, estamos juntos. E isso é o que importa.

Richard segurou minha mão por um momento, seus dedos entrelaçando-se nos meus, antes de voltar a atenção para a estrada.

{...}

Assim que chegamos no CT, demos de cara logo com quem menos eu queria ver, a Leila. Ela aparentemente estava esperando por alguém. Richard estacionou o carro e eu fiquei com receio de descer. Ele percebeu e logo tentou me acalmar.

Richard : Ei, vascaína, não precisa ficar nervosa. Estamos juntos nessa, lembra? - ele disse, colocando a mão no meu ombro.

Hanna: Eu sei, colombiano, mas você sabe como a Leila pode ser. - respondi, tentando esconder minha inquietação.

Richard: Confia em mim. Vamos resolver isso.- Ele sorriu, tentando transmitir confiança.

Finalmente, descemos do carro. Leila imediatamente veio até nós.

Leila: Bom dia, Richard. Bom dia, Hanna. Preciso de vocês dois na minha sala agora. - disse ela, com um tom firme.

Troquei um olhar rápido com Richard, e seguimos Leila em direção a sala dela

Quando chegamos à sala da Leila, logo nos acomodamos. Eu não consegui esperar ela falar e já fui logo desabafando.

Hanna: Olha Leila, eu estou muito chateada com o que você fez. E vou entender se quiser me demitir depois doque eu falar. Mas não esperava isso de você. Eu sei que, sendo presidente do Palmeiras, não pode sujar a imagem do clube, mas eu merecia ao menos saber a verdade. O homem que eu amo foi obrigado a se afastar de mim e ainda ter um relacionamento falso. Isso é inaceitável, eu chorava todos os dias me perguntando onque tinha de errado comigo por um simples capricho no qual você nem teve a consciência de me falar.
Leila, acho que nada justifica o que você me fez passar. Você mexeu com a minha vida pessoal de uma maneira que eu nunca vou esquecer. - Eu disse, sentindo a raiva crescer dentro de mim.

Leila ouviu tudo com atenção e, assim que terminei de desabafar, ela foi logo pedindo desculpas.

Leila: Hanna, eu sinto muito. De verdade. Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto. - disse, com um tom de voz mais suave. - Sei que errei e que você merecia saber a verdade desde o começo.

Eu respirei fundo, tentando acalmar meus sentimentos.

Hanna: Só quero entender por que isso teve que acontecer. Eu confiava em você, Leila.

Leila assentiu lentamente.

Leila: Foi uma decisão precipitada, pensando no bem do clube acima de tudo. Mas isso não justifica o que você passou. Eu quero reparar isso de alguma forma.

Richard colocou a mão no meu ombro, oferecendo apoio silencioso.

Richard: Como podemos seguir em frente e resolver isso de forma justa para todos? - ele perguntou, tentando facilitar o diálogo.

Leila olhou para nós com um olhar decidido.

Leila: Vamos conversar e encontrar uma solução. Prometo que vamos resolver isso da melhor maneira possível.

E novamente, Leila pediu desculpas a mim e agora para o Richard. Ela parecia estar sendo sincera desta vez.

Leila: Sinto muito mesmo, Hanna. Richard, peço desculpas a você também. Espero que possamos superar isso. - disse, olhando nos nossos olhos.

Eu apenas assenti, ainda tentando processar tudo. Richard deu um pequeno sorriso de compreensão.

Richard : Obrigado, Leila. Vamos tentar seguir em frente e encontrar uma solução.

Leila: Vocês estão dispensados agora. Vamos conversar mais tarde para resolver tudo isso. -  disse, nos dispensando da sala.

Saímos de lá, sentindo um peso ligeiramente menor, mas sabendo que ainda havia muito a ser resolvido.

União Sinistra • Richard RiosOnde histórias criam vida. Descubra agora