Capítulo 37

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Hanna Muller

Desde aquele dia, já se passaram duas semanas. Eu evitava ao máximo qualquer tipo de contato com ele, limitando-me ao básico do básico. Ver ele no CT não ajudava muito. Cada vez que cruzávamos nossos olhares, sentia uma pontada no peito.

Hoje é 2 de junho. Acordei com um peso extra no coração, lembrando que é aniversário do Richard. A dor de saber que não poderei passar o dia com ele, de dar-lhe um abraço e sentir sua presença, é quase insuportável. Afinal, ele foi um filho da puta que terminou comigo e apareceu namorando outra no dia seguinte.

A memória ainda está fresca: o choque de vê-lo com outra pessoa, o sorriso que ele costumava me dirigir agora destinado a outra. A angústia se mistura com raiva e tristeza, uma mistura amarga que me acompanha desde então. Tento me concentrar no trabalho, nas minhas obrigações, mas a lembrança dele e o que ele fez paira sobre mim como uma nuvem escura.

Cada segundo que passa, me esforço para seguir em frente, mas é difícil quando o vejo todos os dias, quando cada canto do CT me lembra de nós dois, de como éramos e do que poderíamos ter sido. Hoje, especialmente, a ferida parece mais aberta, mais dolorida.

Já estava quase na hora de ir para o CT. Com certeza hoje haveria alguma comemoração simples para o Richard. Não sabia o que faria em relação a isso. Me arrumei, tentando afastar os pensamentos sobre ele, e chamei um Uber.

O trajeto até o CT foi um turbilhão de emoções

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O trajeto até o CT foi um turbilhão de emoções. Cada quilômetro percorrido me deixava mais apreensiva, imaginando como seria encarar Richard no seu aniversário, com todos comemorando ao redor. Tentei ensaiar mentalmente diferentes reações, mas nenhuma parecia adequada.

Quando cheguei ao CT, o ambiente já estava diferente, com um ar de expectativa e pequenos preparativos espalhados pelo local. Respirei fundo antes de descer do carro, tentando reunir toda a força que eu tinha para enfrentar aquele dia.

Logo dei de cara com o John, organizando algumas coisas para a comemoração. John Erick, meu ex que me traiu com minha melhor amiga e que agora é psicólogo do Palmeiras. Só de vê-lo, meu sangue já começava a ferver.

Ele me viu e deu um sorriso forçado.

Erick: Oi, Hanna. Como você está?

Revirei os olhos, tentando manter a calma.

Hanna: Estou bem, John. Só focada no trabalho.

Ele continuou arrumando as decorações, tentando puxar conversa.

Erick: Sabe, vai ter uma pequena comemoração para o Richard hoje. Espero que não seja um problema para você.

Eu cruzei os braços, sentindo a irritação crescer.

Hanna: Não se preocupe, John. Eu sei me comportar profissionalmente, mesmo quando as circunstâncias são difíceis.

John fez uma pausa, talvez percebendo a tensão.

União Sinistra • Richard RiosOnde histórias criam vida. Descubra agora