Capítulo-1

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 Capítulo 1.

Lívia

     Um som irritante se alastrou pelo quarto me fazendo abrir os olhos, cansada umas das piores coisas do mundo era acordar já morta. As horas na faculdade, mais os estudos e trabalhar ajudando a minha tia na padaria cobrava seu preço, ainda bem já era sexta-feira se não a morte com certeza seria uma escolha.

     Desligando a merda do despertador, me arrastei até o banheiro, minha cara estava bem inchada o e o nariz vermelho porque rinite pouca é bobagem. Tomando um antialérgico que eu mantinha estrategicamente no banheiro junto com um colírio para tirar a vermelhidão dos olhos. Olhando para a minha cara de acabada a vontade de faltar a aula era grande, mas a lembrança de ser bolsista era maior. Então o melhor seria um banho gelado o bom que já desinchava tudo.

     Tirando o pijama e ligando o chuveiro nada era melhor do que um banho para se renovar, lavei meu cabelo, tirei o suor do sono, me fazia me sentir mais no controle. Depois de me secar o cabelo e finalizar os cachos, eu segui escolhi uma roupa simples e de camiseta, suéter e uma calça jeans escuras. Depois de pronta me sentia mais pronta para um dia gigante pela frente. Saindo do meu quarto, seguindo para a cozinha, eu já podia sentir o cheirinho de café pronto, minha tia com certeza acordou bem cedo. Queria ter a disposição de acordar cedo e ser disposta como a minha tia, era estranho que uma jovem de 19 anos fosse menos disposta que uma mulher de 39 anos. Minha tia parecia aquelas mulheres fitnes do Instagram, era confeiteira desde dos 15 anos era especialistas em bolos de casamento o que a tornava famosa entre as noivas em Chicago.

- Bom dia Dona Tereza- disse indo de encontro a ela e lhe dando um beijo na bochecha.

- Bom dia querida, você está com uma cara de cansada.

- É porque eu estou, me sinto quase um zumbi.

Fui encher me sentar à mesa e encher uma xícara de café e montar um sanduíche.

Minha tia se sentou a minha frente com uma cara de preocupada.

- Você precisa descansar mais Liv, não precisa se matar estudando ou me ajudando na confeitaria.

- Não é isso tia- era exatamente isso, mas eu que não iria admitir. - é normal se sentir cansada de vez enquanto, sou uma pessoa. Humanos se cansam, além disso hoje é sexta, o que significa que amanhã não tem aula.

- Eu sei Lívia, você precisa sair sabe como uma jovem normal. Na sua idade deixava minha mãe de cabelos brancos, a gente morava naquela microcidade no Brasil mesmo assim eu saia direto, até a sua mãe saia foi nessas saídas que conheceu seu pai.

Engolindo o café junto como a bola de desconforto que se alojou em minha garganta, sempre quando o tema era meus pais mesmo que fosse de forma descontraída me deixava estranha. Não que eu não gostava de lembrar deles, não era isso eu só não gostava de falar sobre, gostava de manter para mim isso. Eles faleceram de forma trágica quando eu tinha nove anos, acidente de carro. Foi uma madrugada barulhenta e horrível. Seis meses após o falecimento deles, eu escolhi vir embora com a minha tia para os Estados Unidos, meus avós paternos se prontificaram para ficar comigo, mas a melhor escolha seria vir com a minha tia.

    Ela e minha mãe eram unha e carne, então estar com alguém que amava demais a minha e mãe e a mim aos meus avós que moravam em outro estado e eu só tinha visto umas duas vezes, a escolha não foi tão difícil, claro que se mudar para outro país e não sabendo o idioma foi difícil no começo, mas graças aos esforços conjuntos meus e de tia Tereza eu me adaptei. Hoje eu falo o inglês perfeitamente, além de ter sido destaque na escola o que me rendeu uma bolsa de estudos parcial no primeiro ano na The University off Chicago, e que após o primeiro ano de ensino eles liberam a bolças de 100%, contribuição de um bilionário italiano do ramo de exportação que estava contribuindo pelo estudo de alguns jovens e por sorte meu nome foi sorteado.

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