Capítulo-6

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Nero.

Diferente do que Lívia pensava eu estava moído, o esforço combinado com a pouca comida estava começando a cobrar o preço. Se continuassemos nesse ritmo, eu seria obrigado a achar algo além dessa merdas de barrinhas proteicas com gosto de fruta podre. Além disso a água estava acabando precisávamos encontrar uma fonte de água, qualquer coisa.
Lívia resoava baixinho dormindo profundamente, ela me abraçava apertado mesmo apagada como se ela tivesse me segurando me impedindo de ir embora. Pensei em deixa-la essa manhã, mas eu prometi ajuda-la então seria impossível abandonar Lívia. Ela parecia um gatinha, pequena, quentinha mas ainda sim com garras.
Fechando os olhos por um breve momento me senti dormindo de leve, quando o som de galhos quebrando seguidos de vozes que eu não consegui identificar preencheram o ambiente. Minha pistola que estava na minha cocha eu puxei de vagar, com medo de que Lívia acordar e fazer barulho eu levei a minha mão rapidamente a sua boca, fazendo ela tomar um susto, fiz sinal para ela ficar calada, Lívia na hora ficou petrificada.
- Eles devem estar longe.- esperneou Mason, que agora dava para distingui a voz.
- Eles não estão porra!- Falou uma voz irreconhecível.- Você sabe que ele é a merda do próximo Dom da Camorra, você não deveria ter trazido a merda da noiva dele.
Uma risada ácida foi ouvida, eles pareciam desesperados é claro que o tempo estava contra eles.
- Você pareceu se divertir bastante com ela- acusou Mason, fazendo um pequeno tremor passar pelo corpo de Lívia.
- Ainda tem aquele vadia brasileira, você tinha que escolher ela não é babaca.- apontou o desconhecido, que provavelmente era um dos amigos de Mason.
- Pelo que Lola deixou bem claro ela era o que procurava estrangeira, com poucos amigos e parentes e intocável.
- Você é sua obsessão por virgens, eu realmente não entendo, foi a novinha do Savino, foi aquela ruiva do começo do ano e agora aquela Lívia.
A menção a Lívia fez os seus olhos de gata assustada reluzir lágrimas não derramadas. E o ódio no meu peito se intensificar.
Mais passos se intensificaram mostrando que naquela floresta possuía mais pessoas do que de fato se imaginava. Claro os homens de Mason, deveria ser mercenários contratados.
Sons vieram em nossa direção, me deixando alerta
preparado para lutar se for preciso. Logo o barulho de alguém urinando foi ouvido baixo, um homem estava se aliviando na árvore as nossas costas.
- Você não tinha especificado que estavamos caçando Nero Savino,- disse o cara da urina depois de terminar- Ele é líder desdo dezessete anos dos Devil's of Camorra. Sabe o que isso?- Questionou o homem.
- Não- murmurou Mason
- Ele é um mostro, criado para matar e governar.- Afirma com convicção- não me surpreenderia se encontrasemos a garota com o pescoço quebrado porque ele se livrou dela. Pelo que falam Nero Savino foi iniciado na Camorra com treze anos, ele foi levado ao treinamento militar, tático, artes marciais, armas de fogo, armas frias. Tudo Mason, ele foi moldado para estripar uma pessoa com um galho de árvore.
Errado o idiota não estava, Lívia parecia mais tensa a cada momento. E eles pareciam estar dispostos a ficarem acampados por aqui mesmo.
- Vamos fazer assim, eu pago o dobro pela cabeça do Savino- disse Mason de forma arrogante- e pago o dobro pela mulher viva.
Mason é tão patético e fraco que até para ser mal ele precisa de outra pessoa, ele possui um grupo para atrair e matar mulheres porque ele sozinho não consegue, ele tem um grupo de mercenários para matar por ele. Inútil, um ser incapaz.
- Vamos aceitar então- disse o mercenário, provavelmente o líder da trupe.- Temos um tempo antes da Camorra perceber que o seu garotinho não sofreu um acidente de carro e seu corpo sumiu no rio.- Completou o sujeito- por hoje vamos acampar aqui, amanhã seguimos os rastros.
Que merda, era exatamente isso que precisávamos
O barulho de passos de um lado para o outro não parava. Olhando para os olhos de Lívia ela estava desesperada e não por menos, de vagar entreguei a mochila para ela que abraçou com as duas mãos, como Lívia estava deitada entre as minhas pernas eu alevantei nois dois em um único movimento. Precisávamos sair dali o mais rápido possível, não ajuda em nada fato de estar na cara do inimigo, e ainda por cima protegidos apenas por uma árvore.
De vagar deixei o corpo de Lívia na minha frente abraçada ainda a mochila e damos o primeiro passo a frente, e outro. Mas já era tarde de mais, estávamos perto o suficiente para sermos notados, um homem gritou, e a adrenalina subiu, Lívia gritou de susto no primeiro barulho de tiro em nossa direção. A mata estava um breu sem fim, não facilitava eu estar praticamente arrastando Lívia pelo braço a correria não parava eu podia ouvir as pessoas correndo atrás de nós e os tiros iluminando a floresta.
Fazendo uma curva, avisa um arbusto que esconderia muito bem nois dois. Fiz Lívia se abaixar, e peguei a arma carregada, em punho verificando ao redor, logo um bando desgovernado de homens passou por nós.
- Lívia, você está bem?- questionei aflito- olha pra mim bambolina.- Lívia me fitou assustada, mas não parecia ter se machucado.
- Estou bem Nero!- Afirmou- e você? Não foi atingido.
- Não, eu tô bem Liv.- Pegando uma faca média que eu mantinha em um coldre no meu tornozelo, estendi para que Lívia pagasse.- Escuta Bambolina, essa é uma faca média então você precisa usar toda a sua força para entrar na carne de alguém.- Peguei a mão de Lívia e a fiz segurar firme a faca.- Se não puder acertar o pescoço, ataque aqui nessa parte do abdômen, aqui tem órgãos vitais vai matar ou causar um grande estarado. Você precisa cravar forte a faca e tirar rápido, e fazer isso quantas vezes for necessário.
Lívia olhou para faca na mão com horror e estava trêmula até a alma, mas concordou com um aceno corajoso. Essa floresta estava começando a me incomodar. Passos surgiram as minhas costas, me dando tempo de me por de pé e ser atacado por um brutamontes de roupa militar, logo estávamos em uma luta corpo a corpo. Lívia me olhava desesperada, o idiota estava em cima de mim tentando me socar a todo custo, jogando meu corpo para o lado consegui ficar por cima, minha arma tinha caído em algum lugar e Lívia estava agachada ainda em desespero. Acertei vários socos no idiota o fazendo desacelerar os movimentos e levando minhas mãos ao pescoço do idiota o sufocando até a morte. Me levantei cambaleando, peguei a arma do chão a tempo porque outro mercenária vinha em nossa direção, acertei um tiro no meio da testa do idiota o fazendo cair no chão.
Puxei uma Lívia em choque, e peguei do chão um fuzil semiautomático de um dos idiotas na minha frente e por sorte o pente estava cheio, nenhuma bala disparada.


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