Lívia.
Nero tinha me deixado com uma arma que eu mal conseguia destravar e com um medo da porra, eu tirei a vida de alguém e não estava conseguindo absorver essa informação. Não tínhamos ido muito longe e Nero não me deu nenhum detalhe do que iria fazer, o que me deixava mais assustada ainda.
Tiros começaram a explodir pela floresta, e o medo paralisou meu corpo, medo de algo acontecer a Nero, medo de perder mais ele de ficar sozinha, passos de corrida começaram a chegar mais perto o que me fez ficar alerta e destrava a arma da forma como Nero havia mostrado, usar uma faca com certeza seria mais fácil, mas também eu precisaria chegar perto para atacar.
Saindo das árvores eu vi que era Victor Lewis, vestido de militar como os mercenários. Ele infelizmente me viu antes de eu poder me esconder. Eu apontei a arma para ele, mas não conseguia atirar.
- Que surpresa agradável- murmurou Victor- Lívia onde está seu namoradinho?
- Nenhum paço idiota, se não eu atiro.- Falei trêmula,
as lágrimas rolavam dos meus olhos sem controle.
- Calma- falou Victor erguendo as mãos em rendição, mas seus olhos mostra outra coisa. Ele estava debochando de mim.- Não queremos matar você, é seu namorado que queremos, ele deve estar induzindo você a pensar que estamos tentando matar você, não é isso Lívia.
- Não chega perto!- Exclamei Victor tinha se aproximado alguns passos na minha frente.
- Liv, abaixe a arma eu vou levar você até sua tia e a Fernanda. Elas estão preocupadas com você, tantos dias desaparecida e ainda com um mafioso.
- Nanda morreu, vocês mataran ela- acusei, meu corpo não respondia a minha cabeça, meu corpo estava estático com a arma apontando para ele mas não conseguia reagir ao meu cérebro mandando atirar nele.
- Não sei o que Nero disse para você, mas é mentira-falou Victor com calma.- Ele está transtornado invadiu a cabana e atirou no Cole e quase matou a Fernanda, você deve ter batido a cabeça e Nero aproveitou e contou mentiras para você.
- Eu lembro da pancada na cabeça e sei o que vocês fazem, então pare de tentar me manipular seu imundo de merda.
- Olha sua puta maluca, mal consegue segurar essa arma. E seu mafioso não está aqui para atirar para você.- Fez uma pausa e soltou uma risada bizarra que me deu arrepios na espinha- então chega disso e vamos indo, Mason vai gostar de ver você.
Uma sombra se mexeu entre as árvores e eu sabia de quem ela pertencia, eu automaticamente abaixei minhas mãos. Nero venho das árvores de trás e bateu na cabeça de Victor com a arma o fazendo cair no chão.
Corri até Nero e o abracei apertado, ele voltou, ele me disse para confiar que ele não me deixaria.
- Tudo bem Bambolina, não precisa chorar.- o chorro tinha aumentado e eu nem tinha percebido.- Agora falta pouco acredite em mim.
Eu assenti e absorvi o olhar tranquilizador de Nero, eu tinha minhas roupas banhadas em sangue de alguém que eu tinha matado, o vermelho do sangue se camuflavam na minha blusa da mesma cor mas havia manchando a estampa de água-viva, algumas mechas do meu cabelo gruvam com o sangue do mercenário. E uma paz me invadiu somente olhando para as esferas coloridas que eram os olhos de Nero.
- Tudo bem- sussurrei- vai acabar logo.
Nero concordou com a cabeça. Ele se abaixou no chão ficando de joelhos e virou Victor desmaiado no chão de barriga para cima.
- Liv, fica de olho na floresta se ver qualquer movimento me fala.- me instruiu.- Me entrega a faca.- peguei a faca que eu tinha colocada do bolso da calça jeans e entreguei a ele.
Nero deu alguns tapas na cara de Victor o fazendo despertar assustado.
- Escuta aqui idiota eu vou arrancar seus olhos da sua cara se não me falar onde é a saída dessa merda de floresta- Nero estava além da raiva.
- O grande Nero Savino não sabe para que lado ele precisa ir. Por favor não era para você ser o fodão dos fodões.- Debochou Victor.
Nero riu de Victor levantou a faca e furou um olho de dele o fazendo gritar alto me causando náusea
eu só não ponhei meu estômago para fora porque ele estava vazio. Nero Tampou a boca e o nariz de Victor o fazendo ficar vermelho por falta de ar.
- Vamos outra vez, fale o que eu quero ouvir e você vai morrer mais rápido.- falou Nero com um tom de voz que eu nunca tinha ouvido.
- Vai a merda Savido, maldito! O que o mercenário disse pelo rádio que você estava beijando aquela vagabundazinha e se distraio.- Victor soltou um riso esterico que não mascarava a dor que ele estava sentindo. - Uma hora ou outra você vai se cansar e não vai conseguir proteger Lívia e ela vai cair nas mãos do Mason e só por esse detalhe torna minha morte menos dolorosa.
Nero bufou de ódio levou a faca para o outro olho e furou com um golpe forte o suficiente para atravessar e ir até o cérebro de Victor o fazendo se contorcer e morrer.
- Vamos Liv, vamos seguir para a direção que Stuart falou, uma hora essa floresta precisa acabar.......
Já fazia umas duas horas que tínhamos deixado o corpo de Victor para trás, meu estômago roncou alto chamando a atenção de Nero.
- Vamos comer a última barrinha- falou pegando a mochila que agora ele carregava.
- Não seria melhor deixar para a noite?- perguntei- Vai demorar para anoitecer ainda e a noite é pior.
- Melhor não Liv, você pode desmaiar, mas se é tão ruim para você a noite eu deixo a minha barrinha para você também.
- Nem pensar Nero- falei irritada- só como essa droga de barrinha se você comer também.
- Tudo bem, mas só se for comer agora.- respondeu.
Nero me entregou a comida e pegou a sua, eu abri a embalagem que dizia barra proteica de banana e ao levar a boca parecia mais um manjar dos deuses a coisa mais saborosa do mundo.
Tomamos também a água suspeita do lago e sentamos um pouco no chão para descansar, meu corpo estava exausto mas meu cérebro atento como nunca esteve, qualquer mísero ventinho na vegetação fazia meu coração acelerar, estava totalmente no modo sobrevivência como nunca estive.
- É a última barrinha, o que você acha que vai acontecer com agente.- Perguntei, precisando que
Nero trouxesse positividade para o meu coração.
- Não sei Liv, eu quero achar uma saída disso- apontou para a floresta- quero pra caralho.
- Vamos achar, só preciso de uns cinco minutos até recarregar minha energia.- Falei e lhe ofereci um sorriso forçado, que foi retribuído com um também. - Você é muito especial Nero, sabe ninguém invadirá uma casa sabendo que teria um perigo eminente e além disso não carregaria outra pessoa por uma caçada mortal.
- Você de alguma forma, que eu ainda não sei explicar ficou cravada em mim. Eu pensei em te deixar na primeira noite, mas não consegui.
- Eu já sabia, na primeira noite foi terrível não que as outras não fossem mas ver que havia adquirido um peso extra e que teria que cuidar de outra pessoa quase totalmente dependente era compreensível o que você fosse fazer a partir daquele momento.
- Na verdade Bambolina você se mostrou um poço de coragem- eu fiz uma careta que arrancou uma risada baixa de Nero.- Sério, se não fosse você teríamos morrido naquela lagoa estúpida.
- O mercenário falou que eu distrai você, então não sei se ajudei tanto assim.
- Eu queria falar sobre isso mesmo, como se sente depois de matar o mercenário?- Nero mostrava preocupação na sua pergunta.
- No começo eu me senti culpada, mas agora eu não sinto mais nada. Ele mataria você e me entregaria para Mason, no final o saúdo é positivo.
- Prometa para mim que se você se sentir assombrada você vai me falar.
- Eu prometo- estendi a garrafa com água para Nero beber um pouco ele não havia tomado nada ainda.- Toma.
- Água limpinha, que agradável- dessa vez foi minha vez de rir.
- Não é tão ruim assim e ela não parece ter sido tirada de uma lagoa.- Defendi o pequeno lago, porque graças a ele estamos abastecidos.
- Realmente poderia ser pior, poderíamos ter que beber uma água com barro ou lodo então aceito a sua defesa do riozinho.
- Obrigada- Agrdeci, ainda tinha um sangue na blusa e no cabelo, mas agora estava seco, Nero estava com a camisa branca meio marrom e tinha um pouco de sangue nela.- Quando você voltou no rio, o que aconteceu?
- Matei o máximo de mercenários possível- respondeu- uns oito o que diminuiu os números deles e nos dá uma mínima vantagem.
- Acho melhor nos começarmos a caminhar de novo e parar só perto de anoitecer mesmo.
- Tá com medo?- Questionou.
- Na verdade estou, medo de ficar parada de adormecer e sermos atacados de novo.- Expliquei, sabia que Nero era forte e um lutador nato, mas precisamos achar essa estrada logo ainda mais agora que não tínhamos nenhum alimento.
- Ok, mas não fica com medo e conversa comigo, não quero que fique calada.
Assenti com a cabeça e esperei Nero se por de pé novamente ele pegou as nossas coisas e fomos seguimos caminho.
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Encurralados
ChickLitLívia é uma jovem universitária que foi convidada por sua amiga Nanda para uma festa em uma cabana na floresta Blackwood. Mesmo não muito empolgada ela aceitou para agradar sua amiga, o que ela não esperava era que seria encurralada em uma floresta...