Lívia
Senhor Carter parecia uma boa pessoa, totalmente ao contrário do neto, mas eu podia ver que Nero não
confia 100% nele.
Seguimos ele até o cômodo da casa que seria com certeza a lavanderia, senhor Carter ficou de frente para um armário de produtos de limpeza, abriu as portas e moveu a água sanitária, relevando uma espécie de painel com números.
- A senha é 843108, pelo seu sobrenome você sabe o que é um quarto do pânico não é?- questionou o senhor diretamente para Nero.
- Sei, sim- respondeu- da mesma forma que eu sei que uma pessoa não sede seu quarto do pânico em troca de nada.
- Eu só quero que você não mate meu neto, é a única coisa que eu peço.- Senhor Carter tinha a voz embargada- eu sei que não tenho o direito se pedir uma coisas dessas, mas deixe que eu lide com ele.
- Você e seu filho não conseguem lidar com ele- afirmou Nero um pouco irritado.- Mas enquanto você viver eu o deixarei por sua conta.
Aquilo com toda a certeza me chocou profunda-
mente, Nero Savino está deixando a vida de uma pessoa que ele quer aniquilar nas mãos de outra pessoa. A surpresa não foi só minha, o Senhor Carte
tinha ficado igualmente superso eu diria até mais.
- Vocês vão ficar bem, não precisa se preocupar não falarei para meu neto onde vocês estão, e quando meu filho trazer o carro eu entrego a você. O quarto do pânico tem câmeras de vigilância com áudio, tem acesso a todos os cômodos.
- Obrigada, senhor Carter.- agradeci sabendo que esse seria a unico agradecimento que ele teria.
Nero me fez entrar na frente e deixou Senhor Carter para trás seria só nós dois, o que me deixava muito mais tranquila.
- Ainda não acredito que você não vai matar Mason
e vai deixar que o senhor Carter cuide dele- falei olhando em volta e era um quarto grande, tinha uma geladeira e uma cama, uma porta que só poderia ser o banheiro, mas a ducha com o chuveiro ficava a vista no quarto, com uma proteção transparente de plástico.
- Se o que eu tô pensado acontecer- falou Nero abrindo um armário onde tinha tolhas e algumas roupas.- Minha promessa não vai durar muito.
- Camo assim?- perguntei, Nero tinha tirado uma toalha, uma camiseta e uma calça de moletom do armário e me entregou.
- Você vai ver bambolina. Além disso temos outro problema, Fernada eu não entendi nada.
- Depois do que o senhor Carter falou que Nanda estava viva não foi difícil acreditar, na floresta na primeira vez que ficamos encurralados pelos mercenários e Mason, ele tinha falado que tinha uma obsessão por virgens, e eu sou uma e ela é a única pessoa além da minha tia que sabe. Além disso Victor na floresta disse que me levaria até minha tia e Nanda e só aquela vagabunda poderia estar viva mesmo.
- Nossa, uma péssima amiga.- Disse Nero mas tinha um sorriso em seu rosto.
- Posso saber o porque do senhor está com um sorriso no rosto- questionei.
- Você chingou é fofo, desculpa Liv mas é impossível não rir de você quando esta furiosa.
Nero me entregou mais um vidro com sabone líquido e shampoo.
- Pode ir primeiro- disse apontando para o chuveiro.- Aqui tem roupas limpas a camisa é grande o suficiente para ser um vestido para você já que é minúscula.
- Primeiro eu não sou minúscula e não vou tomar banho na sua frente, agente só se beijou duas vezes.
Nero riu mais uma vez totalmente alheio as minhas questões, andei a até a porta e constatei que ali só tinha um vazo mesmo e era um banheiro muito pequeno para ter um chuveiro também. Droga,
eu não estava preparada para ficar sem roupa na frente de Nero Savino.
- Liv, fica tranquila eu não vou olhar vou sentar naquela cadeira e ficar vendo as câmeras de segurança.- Respondeu com um sorriso provocador na boca.
- Tá bom, estou imunda mesmo e não tem outra opção- respondi com um dar de ombros descontraído como se não fosse nada.
Reparando meu desespero Nero puxou a cadeira e se sentou na frente de uma televisão que tinha a imagem da casa toda, dava para ver o Senhor Carter regando suas flores ao redor da casa.
Minha roupa estava para lá do recuperável a blusa era lixo total a calça jeans ainda poderia ser lavada e quase recuperado embora tenha um leve rasgado no joelho onde eu tinha caído.
Puxei a blusa pela cabeça e o choque me tomou minha pele está vermelha pelo sangue seco do mercenário que eu tinha matado, até meu sutiã azul claro estava tenebroso, arranquei a peça do corpo essa seria lixo com certeza, tirei a calça e fiquei com a calcinha.
Puxei o plástico transparente para entra na ducha, o chão era mais para baixo e protegido para não molhar o quarto todo. Liguei a água e ela estava deliciosamente quente, a energia do meu corpo seria restaurada pela aquela água. Peguei o sabonete líquido e passei pelo meu corpo todo tentando ao máximo tirar o maldito sangue cego de mim, retirei a calcinha do meu corpo e e a lavei com o sabonete líquido também. Depois disso venho a melhor parte lavar meu cabelo, os cachos estavam destruídos e tinha também um pouco de sangue neles, esfreguei bem a minha cabeça e o comprimento do meu cabelo. Durante esse ritual todo eu tinha até esquecido de Nero e da toalha.
Olhando sobre o ombro tinha deixado a toalha e a roupa que iria vestir em cima da cama, que merda.
Olhei de canto vi um Nero entretido pelas câmeras.
- Nero pode me alcançar a toalha que eu deixei em cima da cama?- perguntei encarando o registro do chuveiro.
- Você esqueceu bambolina- Constatou um Nero risonho.- Posso pegar para você, mas é claro que agora não posso prometer que não vou olhar nem se quer um pouquinho.
- A por favor não me venha com essa voz aveludada.- Disse revirando os olhos.
- Nossa- falou Nero- você tem sorte que eu gosto de você, e só por isso não vou deixar você andar pelo quarto molha e nua.
- Tá bom- disse em um suspiro- pode andar logo, fazendo um favor.
Barulhos de passos suaram pelo quarto, meu olhar ficou grudado no registro do chuveiro, a parede que tinha a ducha instalada era de piso escuro muito chique.
- Pode vivar e pegar a tolha- falou Nero- eu estou com os olhos fechados.
- Pode deixar chão- respondi.- Muito obrigada.
Esperei os passos de Nero parem e me virei pegando a toalha e comecei a me secar ali mesmo, logo a toalha já estava na minha cabeça e eu vestia com a uma camiseta branca que mais parecia um vestido e uma calça de moletom bem larga.
- Pode ir você agora- falei- a água aqui é bem quentinha.
- Ótimo, detesto água gelada.- Nero com toda a certeza era bem desinibido, logo foi arrancando a camisa surrada branca e a calça social. A camisa social estava rasgada na manga o tecido que ele tinha amarrado no meu machucado. A boxer preta se colava a pele de Nero deixando muito pouco para a imaginação.
- Vou tirar a última peça- Alertou ele com um sorriso conspiratória.
Me virei rapidamente e me sentei na cadeira olhando para a imagens das câmeras de segurança, imagens preto e branco muito monótonas o Senhor Carter agora estava na cozinha e minha barriga roncou me lembrando que tinha comido muito pouco nesse dias. Olhei para o lado e a geladeira em inox me chamava para uma exploração muito bem vinda, mas decidi que seria melhor esperar Nero terminar de tomar banho já que não queria ser invasiva e vê-lo sem roupas.
O barulho do chuveiro vibrava pelo quarto, junto com a minha curiosidade. Antes disso tudo acontecer nas poucas vezes que vi Nero ele era mais que lindo, uma beleza clássica porém as tatuagens se desprendida da carinha de bom moço além disso os olhos bicolores pareciam carregar o mundo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Encurralados
ChickLitLívia é uma jovem universitária que foi convidada por sua amiga Nanda para uma festa em uma cabana na floresta Blackwood. Mesmo não muito empolgada ela aceitou para agradar sua amiga, o que ela não esperava era que seria encurralada em uma floresta...