Capítulo-8

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Nero

Lívia estava mais tranquila e não tensa e chorosa como antes, eu achava que ela estava brava comigo por ter me visto matar duas pessoas, erroneamente estava pensando que eu iria abandonar ela.
Meu ódio era direcionado a essa bendita floresta e Mason e companhia, só de imaginar aquele maldito encostando em Lívia, na minha Bambolina meu sangue fervia e eu só via vermelho. Infelizmente acabei descontando minha frustração nela, que não merece.
Andamos sem parar durante muito tempo, faminto é assim que estou e Lívia não deve estar tão diferente e só tínhamos duas barrinhas proteicas. Não poderíamos seguir sem nenhum alimento.
Uma luz muito forte venho entre a mata que animadamente pensei que fosse a maldita estrada que estávamos procurando.
- Acho que encontramos a estrada- Lívia exclamou com esperança.
Apertei a mão boa de Lívia e concordei com a cabeça, andamos mais alguns metros e nos deparamos com um lago, ele aparentemente era um daqueles rios pequenos que se formavam com a chuva. A claridade era porque as árvores pareciam fazer um circo ao redor do lago, e quando a luz do sol batia ele reluzia.
- Droga- suspirei- não acaba mais essa merda de floresta.
- Calma Nero, agora já devemos estar mais perto- Lívia estava tentando manter esperançoso.
- Claro, bambolina logo vamos estar em casa.- A última coisa que eu poderia fazer era tirar a esperança de Lívia.- Vamos encher as garrafas com água e lavar sua mão.
Lívia concordou com a cabeça, tirou a mochila de suas costas e pegou as garrafas para encher. Ela se pós de joelhos e começou a enchê-las, não que elas fossem uma água potável de verdade mas era a nossa única opção, ainda bem que a água não estava verde.
- Venho alguns matinhos juntos, mas ela não parece insalubre, claro que o ideal seria ferver mas não podemos fazer uma fogueira.- explicou Lívia de forma fofo, era estranho para mim achar alguém fofo mas Lívia era tão fofa. As bochechas vermelha pelo esforço da caminhada a deixava adorável, até mesmo o rosto levemente suado o que era estranho.
- Já acampou?- Perguntei interessado.
- Não- disse- mas já assisti largados e pelados.
Lívia falou de forma tão séria que foi impossível não rir, a vida estava uma merda da pior forma eu estava faminto e cansado para um caralho. Mas Lívia conseguia sempre ter uma referência pronta.
- Eu estou falando sério, tudo o que eu sei sobre sobreviver na mata é por lá.- Falou com um sorriso.
- É e o que deveríamos fazer agora?- Questionei.
- Agora deveríamos achar algo para comer.- Disse cabisbaixo- eu notei que só tem duas barrinhas proteicas, não podemos ficar sem comida por muito tempo e essa estrada parece cada vez mais distante, acho que Stuart deve ter enganado a gente.
- Eu estou pensando nisso também, mas eu não quero que você se desespere.- falei, me sentando ao lado de Lívia que lavava a mão machucada, rasguei um pedaço da manga da minha camisa e enrolei no machucado.
- Não estou desesperada, só não quero morrer aqui.- Explicou- Eu quero ir para casa tomar um banho quente, ver minha tia. Quero que você vá pra casa.
- Nos vamos juntos- respondi atento a suas palavras.
- Eu quero.- Falou num sussurro- mas se por um acaso eu me ferir e for dar trabalho para você eu não me importaria de ficar para trás.
- Lívia Melo nem que eu tenha que te carregar não vou deixar você.- Falei irritado- Não quero você pensado dessa forma.
- É uma realidade Nero.- explicou calma o me deixou ainda mais bravo.
- Não.- rispidamente puxei Lívia para o meu colo- entenda eu não vou te deixar, ponha isso na sua cabeça nem que seja a força e pare de pensar bobagens.
Lívia estava com a bochechas rosadas e a boca entreaberta os olhos redondos e castanhos expressivos o nariz arrebitado. Toda pequena e delicada, uma voz gritava o quanto ela me pertencia que eu deveria proteger ela com a minha vida se fosse preciso.
Agarrei Lívia pelo pescoço e a beijei, dessa vez eu que tomei iniciativa ela logo se rendeu a mim de uma forma muito submissa que eu adorei. Toda surpresa do beijo a língua tímida que tocava a minha. Sem tempo para ser carinhoso eu apertei contra mim com força, minhas mãos que estavam em seu pescoço e nuca desciam pelo corpo pequeno e voluptuoso de Lívia, de seus seios médios a seu quadril.
Até um clique de engatilhar suar a cima das nossas cabeças, Lívia se deu conta também se assustando. Quando olhei para cima uma pistola estava sendo apontada para a minha cabeça.
- Vamos lá bonitão nem um movimento brusco e eu estouro seus miolos.- murmurou um mercenário.
De vagar alevantei minhas mãos, um segundo mercenário apareceu arrancando Lívia do meu colo o que me fez reagir, mas fui parado pelo maldito que apontava a arma na minha cabeça.
- Nem pense nisso, eu acabo com você e a sua Bambolina vai sofrer.- Merda! Merda! Ele estavam ali fazia já um tempo, ouviram eu chamando a Lívia pelo apelido que lhe dei.
Olhei para o lado e o idiota estava de joelhos segurando Lívia por trás, não havia uma arma apontado para a cabeça dela o que me deixava menos preocupado.
- Vocês sabem que eu sou?- Questionei cínico.- Quanto Mason pagou para vocês? Eu pago em dobro e poupo a vida de vocês.
- Você acha que pode nos comprar?- questionou o imbecil segurando Lívia que estava me olhando com medo.
- Vocês escolhem, ou se vedem ou morrem.- apontei debochado. O idiota com a arma riu.
Não acreditando nas minhas palavras.
- Vocês da Camorra são muito metidos, parecem pavões.- Respondeu o palhaço com a arma na minha cabeça.- Olha Dom Savino não é pessoal, mas Mason já pagou e eu vou adorar ter a morte de Nero Savino nas minhas costas. Vou ser uma lenda aquele que matou a serpente dos Savino.
- Sabe Savino, quando nos matarmos você porque vamos, sua namoradinha vai sofrer bastante nas mãos de Mason.- o babaca segurando Lívia falou querendo me provocar.- Mas podemos adiantar esse sofrimento, e você pode ver um pouco o que irá acontecer com ela.
O Maldito desceu a mão pelo corpo de Lívia a fazendo se mexer em desconforto querendo ir embora tentando fugir dele.
- Agora não Killer.- o babaca com a arma mandou- ligue para Mason, avise que achamos eles diga que estamos no lago.
- Seu nome é Killer?- Debochei querendo que ele desviasse a atenção de Lívia, que agora já tinha lágrimas de medo escorrendo pelo rosto, aquele maldito iria morrer.- Que original, sério, você é o um idiota completo. Onde Mason achou você Killer nos classificados.
- Cala boca idiota!- Exclamou o babaca com a arma- você não está em posição para debochar de ninguém, a serpente mais venenosa dos Savino vai morrer porque se distraiu com um beijo? Quando eu falar para os outros sobre isso eles vão rir de você.
- Verdade Big Dog.- respondeu o outro babaca.
- Realmente Classificados.- Expressei.
Antes que o Big Dog me acertasse uma coronhada na cabeça, Lívia ergueu a mão e acertou o pescoço de Killer com a faca que eu havia dado a ela, antes que Big dog reagisse eu me virei e o desarmei, sem tempo para delongas o acertei dois tiros no dele que caiu agonizando no chão.
Sem tempo para o imbecil corri até Lívia que tinha Sangue por toda a roupa praticamente ela parecia estática, quando eu olhei para o Killer ele estava morrendo a faca ainda enfiada em sua garganta e ele tentava estancar o sangue, rapidamente tirei a faca do seu pescoço fazendo mais sangue jorra dele.
- Lívia- chamei, mas ela estava bem atordoada- Lívia! Vamos agora.
A adrenalina correu nas minhas veias mais rápido do que meus pensamentos, peguei a arma que estava ao lado do corpo e a mochila, puxei Lívia e começamos a correr novamente, eu adorava perseguições mas com Lívia ao meu lado era muito perigoso. Corremos floresta adentro, como fazíamos já tinha praticamente dois dias, dormimos pouco e comemos pouco. Com medo de Lívia desmaiar, eu parei em uma árvore grande, que seria fácil para mim achar.
- Lívia, olha para mim- tirei os cachos amassados do seu rosto assustado e pálido.- Você precisa ficar aqui, eu vou despistar eles de alguma forma.
- Não,- falou em desespero- não pode me deixar sozinha.
- Não vou- expliquei- só preciso que confie em mim.
Uma Lívia muito contrariada assentiu em positivo, ainda tinha muito sangue nela, e havia indícios de que teria uma crise de ansiedade em breve.
- Não vou demorar, ei! prometo- peguei a pistola pequena e entreguei a ela.- Pegue, aqui é a trava de segurança- mostrei como destravar- se alguém que não for eu aparecer aqui, atire. Eu sei que não é fácil e que você está apavorada. Mas preciso que continue a ser corajosa, quanto eu voltar vamos estar mas perto de sair daqui.
- Tudo bem- falou sem fôlego- volte, Nero é isso que importa.
- Eu vou, confie, é só o que peço.- falei firme, peguei a mochila e entreguei a Lívia, lhe dei um selinho.
Sem olhar outra vez para trás comecei a refazer o caminho de volta ao lago, agora com mais calma e atento a tudo. Quando olhei entre as árvores, vi que a área do lago já estava com uns 10 mercenários, todos vestidos com roupas militares e suas armas grandes. A sorte é que eles eram bem amadores, não eram tão bons quanto Mason pensava.
O fuzil que eu tinha roubado do imbecil ontem a noite possuía uma boa mira a distância, mirando no mercenário mais distante diretamente na cabeça, como o lago tinha uma redoma de árvores ao redor, qualquer pessoa fica visível o suficiente para uma mira limpa. Sem dar tempo para o homem pensar sobre sua vida eu acertei sua cabeça causando um alvoroço. Mirei no próximo alvo.

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