Capítulo-7

1 0 0
                                    

Lívia.

Já tinha amanhecido, não tínhamos encontrado mais nenhum mercenário, Nero estava a dois passos na minha frente. Parecia zangado comigo de alguma forma, o que me deixava frustrada, odiava me sentir inútil e o silêncio de Nero não ajudava.
Antes de sermos descobertos estamos "bem" de alguma forma, ele não estava me tratando tão friamente. Eu sei que eu sou um peso morto praticamente mas essa violência toda é novo para mim o que me faz recuar e ser uma medrosa de merda.
Eu seguia andando sem abrir a boca com medo da reação de Nero ele parecia transformado, de pessoa simpática e divertida a alguém agressivo e assustador. Senti meu pé enrolar em um galho preso e ir ao chão batendo os joelhos e cortando a mão direita no processo.
Senti mãos impacientes me ponhando de pé, Nero me olhou e soltou um suspiro longo e revirou os olhos, a raiva ferveu meu sangue ao ponto de eu sentir meu rosto esquentar.
- Me deixe aqui- disse com raiva.
As eu estava quase esfaqueando ele com a sua maldita faca, Nero estava segurando uma arma enorme que eu não fazia ideia de qual seria. Ele matou dois homens e parece inabalável e isso estava me irritando profundamente.
- Lívia para de ser maluca- fez uma pausa longa, eu podia ouvir seus dentes rangendo de ódio- vamos em frente, depois vemos essa mão.
- Eu não vou, prefiro morrer do que ser um fardo para você.- Disse de forma firme- não quero que você sinta que eu sou sua responsabilidade.
Nero segurou minha mão boa e começou a me puxar para ir para frente, seu aperto era firme. Eu comecei a me debater tentando me soltar dele.
- Lívia, já chega- Chamou minha atenção, seu tom era baixo mais seus olhos erram faísca coloridas- Você vai morrer se não parar de agir feito uma criança estúpida.
- Prefiro morrer do que me sentir inútil e burra.- falei entre os dentes- você está me machucando, Nero.
- Melhor eu te machucar um pouco do que eles mutilarem.- disse com raiva.- Você não faz ideia do que ele fizeram com a sua amiga.
- Não quero você me tratando feito um lixo ou como se eu fosse uma carga a mais para você. Nero sinto que está bravo e impaciente comigo. Prefiro que me abandone agora do que mais tarde.
- Não estou bravo com você Lívia. Estou bravo com essa situação de merda que não acaba mais, estou cansado de olhar para essas árvores de ser caçado.
Não de você, Bambolina você está me mantendo são o suficiente para eu não sair floresta adentro.
-É difícil acreditar Nero, você bufa pra mim, revira os olhos. E só agora eu pareço uma boba falando.
Nero me segurou meu rosto com as duas mãos, o sol já despontava sobre as árvores trazendo brilho para os seus cabelos loiros.
- Você não é boba Liv, só está assustada.- afirmou- Eu entendo isso, eu não posso exigir algo que você não pode fazer. A única coisa que eu peço Bambolina é que não se afaste de mim, eu estou e vou cuidar de você. Eu prometo.
Meu coração acelerou com a certeza de que Nero faria qualquer coisa para nós tirar da daqui e essa afirmação foi tudo o que precisava no momento. Lágrimas iluminaram meus olhos.
- Não vou suportar se você se machucar Nero, não posso perder outra pessoa.
- Você não vai- Afirmou com convicção- eu não posso perder você também Bambolina, então preciso que você confie em mim
Acenei em afirmação para Nero, um sentimento muito forte tomou conta de mim. Eu nunca senti algo tão forte e arrebatador, nunca me apaguei em alguém em tão pouco tempo e eu podia jurar que Nero também não. O brilho de seus olhos bicolores era intenso e cativante.
Nero abaixou sua cabeça e beijou com delicadeza minha testa, nossa diferença de altura chegava ser cômica, mas eu gostava me sentia segura, dormir com ele foi uma experiência muito íntima, parecia que ele me conhecia a décadas e não a três dias praticamente.
Sem pensar nas consequências eu dei um pequeno beijo em seus lábios apenas um mero encostar, parecia tão intenso, tão vivo. Nero por sua vez, parecia desperto um pouco chocado até.
- Me desculpe, eu não pensei- me aprecei a justificar.
- Não deveria ter me dado um mero selinho Lívia, não sou de degustar petiscos.
Sem mais explicações Nero me beijou, suas mãos segurando firme minha cintura, eu estava presa a ele e totalmente entregue sua boca macia parecia delicada de início até sua língua pedir passagem pela minha boca e foi inevitável um pequeno gemido escapar de mim quando a minha língua se chocou com a dele, Nero começou a me beijar mais forte e me abertar de encontro ao seu corpo, com se quisesse me fundir a ele. Sua boca se tornou feroz, suas mãos subiram me apalpando até a minha nuca, onde Nero puxou suavemente meu cabelo. Ele estava impaciente, querendo tomar tudo de mim em um único beijo e eu estava disposta a dar. Os movimentos de Nero se suavizaram se tornando beijo lento e apaixonado, um tipo de beijo trocado poucas vezes na vida. Mesmo depois de Nero ter se afastado meus olhos ainda estavam fechados guardando até a última lembrança daquele beijo. Quando olhei para ele eu vi fogo e desejo de um geito brutal que eu nunca imaginei ver na vida.
- Vamos seguir em frente- disse ainda meio perdido, parecia tão atordoado quanto eu- ainda temos que limpar essa mão cortada.
- É um corti bem pequeno- falei dando de ombros, embora só agora realmente o cortezinho ardeu um pouco me lembrando da sua existência.
- Mesmo assim Liv, vamos dar uma olhada nisso- Nero catou sua arma do chão, que eu nem havia notado que momento ele havia largado.

EncurraladosOnde histórias criam vida. Descubra agora