— Você está mesmo me convidando para um encontro? — Jimin abre um largo sorriso, me prendendo contra si com as pernas ao redor da minha cintura.
— Sim, nós merecemos viver todos os passos um com o outro. — O digo, mesmo um pouco tímido. — Desde que você também queira, claro.
— Eu quero tudo com você, sem exceções. — Ele sussurra contra a minha boca. — Inclusive, quero te beijar por horas.
Um risada muito boba e apaixonada me escapa sem que eu possa segurar. Com isso, volto a beijar Jimin, volto a sentir de pertinho seu cheiro gostoso de baunilha, e o aperto contra mim como se ele fosse fugir a qualquer instante. Parece que eu nunca consigo me livrar o suficiente da saudade que me assolou nos últimos anos.
E eu ainda tenho medo do futuro, medo de perdê-lo de novo, mas vou me arriscar. Se eu quebrar a cara e o coração, em algum momento vou precisar superar e seguir em frente. Apesar da dependência que todo mundo pensa que eu tenho, agora me sinto mais forte para recomeçar se preciso.
Acho que além do amor, o que mais me deixou preso ao passado e preso a essa dor de ter visto Jimin partir, foi a raiva por não entender sua razão de ter feito o que fez. A mágoa me deixou quebrado.
Mas não quero pensar nisso, sinceramente.
Eu quero aproveitar o agora, enquanto tenho a boca dele contra a minha em um beijo delicioso.
— Sei que você quem convidou, mas posso ser o responsável por realizar esse encontro? — Ele me pergunta. — Eu já queria fazer uma coisa com você, mas estava com medo de levar para o lado romântico e isso te assustar.
— Obrigado por sempre pensar em mim, mas se priorize também, Ji. — Peço. — Sei que não parece, mas eu tenho maturidade para entender você também.
— Eu sei disso, meu amor. Eu quis priorizar nós dois. Se eu te assustasse e a gente brigasse, o que eu faria? Nós recém nos acertamos.
— Mas você não precisa ficar com medo de que qualquer coisa nos desestabilize. Conversa comigo sempre, Ji, eu estou aqui para você.
Ele concorda com a cabeça, mas não me convence muito. Sei que, assim como eu, há muita insegurança dentro dele. Jimin não vai melhorar isso da noite para o dia, então vamos trabalhar de pouco em pouco para que nós dois possamos ultrapassar isso juntos.
— E o Hyun? — Pergunto baixinho. — Ele vai me matar. Vai esfregar na minha cara que eu sempre fui apaixonado por você, vai dizer que a gente sempre ficou "se pegando" escondido, vai falar tanta besteira...
— Bebê. — Jimin chama, me fazendo voltar a encará-lo. — Nós dois sabemos da verdade, nós dois sabemos sobre os nossos sentimentos. Só isso que importa.
E meu coração dói por pensar nisso, mas sei que é verdade e, por isso, apenas concordo.
Já entendi que só tenho duas pessoas com quem contar, e Hyun não é uma delas.
○ ○ ○ ○ ○ ○
Jimin é muito misterioso. Nos dias que se seguiram após o nosso primeiro (e segundo, terceiro e por aí vai) beijo, ele me deixou com a curiosidade aflorada em alto nível com as possibilidades do nosso encontro. Ele me disse para não criar muitas expectativas, porque vai fazer algo simples, mas eu criei mesmo assim.
É o nosso primeiro encontro e isso já tem peso o suficiente.
— Onde você vai desse jeito? — Hyun indaga assim que eu saio de dentro do meu quarto.
Faz nove dias que eu não converso com meu próprio irmão. Quando saio da faculdade, fico na casa de Taehyung, onde estudo, faço os exercícios e trabalhos da universidade, e converso sobre tudo. Depois, busco Jimin na casa de seus alunos (porque agora ele também está dando aulas particulares presenciais), e fico por um tempo no apartamento dele, até criar coragem de entrar e me esconder em meu quarto.
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Júpiter & Vênus | jjk + pjm
FanficJeon Jungkook tinha apenas quatorze anos quando viu Jimin ir embora para fazer um intercâmbio, aos vinte anos. Algo dentro de si soube que não veria o Park tão cedo, isso se ainda o visse outra vez. Quando o viu partir atrás de seu sonho, sentiu que...