Borboletas intergalácticas

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Dormir ao lado de Taehyung após desabafar sobre boa parte do que estava me sufocando, eu me senti um pouco melhor. Pouco, bem pouco, mas senti. A intensidade de tudo que tem me abalado não será ultrapassada tão repentinamente, mas tenho fé de que vou dar conta em algum momento.

Nos três dias seguintes, eu foquei em meus estudos e pouco conversei com Jimin. Não foi falta de vontade, eu apenas estive focado para os testes que teria nas semanas seguintes. Precisava de concentração.

— Ele não está. — Ouço a voz de Hyun, um pouco mais alta que o costume.

— Hyun, por que está fazendo isso? — A voz de Jimin surge.

E eu não quero mais brigas, mas não me impeço de me levantar e seguir até a sala para ver isso mais de perto. Eu não vou dar esse gostinho ao meu irmão outra vez. Ele pode tentar o quanto quiser, eu e Jimin só vamos nos separar se for escolha de um de nós – ou dos dois. Ninguém mais terá esse poder dessa vez.

— Porque ele não está em casa, eu já disse. — Hyun insiste.

— Onde eu estou, então? — O vejo ficar sem jeito quando paro ao seu lado. Jimin parece frustrado.

— Melhor eu voltar depois, não quero causar problemas. — Jimin sussurra. — Eu só espero que não se arrependa do que está fazendo, Hyun.

— O que quer dizer com isso?

— Você se dizia meu melhor amigo, com o jeito que está tratando a mim e a Jungkook eu sequer tenho vontade de olhar para você. — Jimin desabafa, me deixando chateado por entender a seriedade da situação. — Logo vai perder outra pessoa incrível por seu egoísmo e preconceito mesquinho.

Jimin me olha com ternura e pisca para mim enquanto Hyun parece perplexo demais para dizer alguma coisa. Eu fecho a porta e fico de frente para o Park no corredor.

— Eu não queria atrapalhar. — Ele me diz. — Só queria convidar você para ir ao cinema distrair um pouco. Você tem estudado muito.

— Nós podemos. — Um sorriso me escapa. — Vou só tomar um banho e trocar de roupa.

E eu penso que Jimin não vai me dizer nada vergonhoso nem nada assim, até porque não faz sentido para o momento, mas ele se aproxima o suficiente para poder sussurrar no meu ouvido e me derrubar completamente:

— Lembra de usar aqueles produtos com cheirinho de bebê. Comigo você não precisa ter medo de ser você mesmo. — E ele sorri largo para mim, antes de completar: — Eu sou a pessoa que mais ama você no mundo, nunca se esqueça disso, bebê.

Ele se afasta após deixar um beijinho na minha bochecha e fecha a porta do seu apartamento, e eu fico sorrindo feito um grande idiota no meio do corredor. Eu nunca senti nada parecido com isso, mas milhares de borboletas parecem bater asas e fazer um frio absurdo dentro da minha barriga.

Leva um tempo para que eu volte para dentro de casa, me sentindo ridiculamente idiota de tanto sorrir. Hyun não está no meu caminho, o que me possibilita de ir até o quarto, pegar roupa e ir para o banho, ainda com a feição totalmente boba.

Acho que isso não vai mudar tão cedo.

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No fim das contas, eu que dirigi para o shopping, como já era de se esperar. Não me opus nem nada, mesmo que Jimin tenha habilitação e tenha se oferecido. Ele já tinha comprado os ingressos e o lanche pelo aplicativo, eu não ia fazê-lo ainda me carregar – mesmo que o carro seja meu.

Nós pegamos poltronas no fundo da sala de cinema e levantamos a guarda entre elas, o que nos possibilitou de dividir melhor o enorme balde de pipocas comprado por ele.

Júpiter & Vênus | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora