CAPÍTULO 5

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Giulia chegara atrasada na escola. Teve que esperar mais tempo do que achava, por ser um trabalho delicado o conserto da pulseira, e a chuva incessante que caía havia retardado mais ainda seus planos.

Durante todo o dia, Giulia sentiu uma ansiedade crescente enquanto procurava por Haley nos corredores e sala de aula da escola. Ela estava determinada a entregar pessoalmente a pulseira reparada. No entanto, para sua frustação, não conseguia encontra Haley em lugar algum.

À medida que as horas passava, a preocupação aumentava. Ela tentou se concentrar nas aulas, mas sua mente continuava voltando para a loira ausente, imaginando se ela estava bem.

Durante o intervalo para o almoço, Giulia decidiu abordar Emily, a irmã mais nova da loira, em busca de respostas. Ela encontrou a garota de cabelos azuis na área coberta do pátio da escola, cercada por alguns colegas que riam e conversavam animadamente.

–Emily – chamou aproximando-se –, você sabe onde está a Haley? Eu a procurei por toda parte, mas não consigo encontrá-la.

–A Haley está doente – disse com a voz suave. Giulia assentiu compreensiva.

🌻

O dia cinzento refletia o estado de espírito de Giulia enquanto ela deixava a escola e se aventurava pela chuva persistente em direção à casa de Haley. As gotas grossas caíam impiedosamente do céu, transformando as ruas em um emaranhado de poças lamacentas e deixando um rastro de umidade em seu caminho.

Giulia estacionou sua velha caminhonete, agora coberta de uma fina camada de lama, em frente à casa de Haley. O motor roncou suavemente antes de silenciar quando ela retirou a chave da ignição. A chuva continuava a cair impiedosamente, batendo no teto metálico da caminhonete e criando um ritmo constante. Respirando fundo, Giulia saiu rapidamente do carro e correu até a porta da casa da loira, sentindo gotas geladas escorrerem pelo rosto e deixar praticamente encharcada até os ossos. Seu corpo tremia enquanto ela batia na porta de madeira com firmeza, esperando ansiosamente por uma resposta.

Quando a porta se abriu, revelando a figura abatida da loira, Giulia sentiu um aperto no peito, mas não teve muito tempo quando, sem hesitar, foi puxada bruscamente para dentro pela loira, que parecia tão preocupada quanto ela com a chuva torrencial lá fora.

–O que está fazendo aqui com esse temporal? – perguntou Haley com sua voz carregada de preocupação enquanto fechava a porta atrás delas.

–Emily disse que estava doente, fiquei preocupa – quase tropeçou ao ser puxada tão abruptamente –. Eu queria ter certeza que estava bem.

–Estou bem – Haley assentiu lentamente, a preocupação em seus olhos se intensificando ao perceber o estado encharcado da morena –. Você está toda molhada! Espere aqui, vou pegar uma toalha – disse já saindo correndo pela casa.

Giulia ficou para na entrada, observando as gotas de água pingarem no chão de madeira polida. O calor da casa começou a substituir o frio que sentia, mas sua mente estava preocupada com Haley e como ela estava se sentindo.

Em poucos minutos a loira retornou com uma toalha macia e felpuda.

–Aqui, deixe-me secar você – sua voz soava gentil enquanto se aproximava de Giulia e começava a enxugar seus cabelos e rosto.

A mais alta sentiu o toque de Haley, cada movimento dela era cuidadoso e atencioso. Os dedos adornados de anéis da loira eram delicados enquanto deslizavam pelo cabelo castanho ondulado de Giulia, tentando remover a umidade persistente. Giulia observava Haley de perto, notando os traços e as sobrancelhas ligeiramente franzidas em concentração.

Vila Pelicanos | HaleyOnde histórias criam vida. Descubra agora