XIV

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GATILHO! contém: vomitos, muitas lágrimas, pensamentos suicídas, sangue e auto-mutilação.

Killua's pov

Não consegui dormir ontem a noite. Passei a noite em claro, vomitando de nojo e desgosto, tudo por causa do Illumi. E é claro que, por causa da bebida também.

Não me arrependo de ter saido com o Gon e de ter beijado ele, apenas preciso ser mais cuidadoso quanto a isso.

Eu só queria poder me livrar do Illumi. Apenas isso, assim, eu poderei ser finalmente livre, eu gostaria de ser eu mesmo, mas não posso, não consigo, não sozinho.
Eu deveria conversar com o Gon sobre isso? Não, não sei. Eu tenho uma vontade imensa de poder me abrir pra ele, chorar em seu colo por horas, ser vítima de seu amor inocente, poder confiar nele. Mas também, tenho um certo receio de me abrir pra ele. Tenho medo de que ele passe a me olhar de forma em que eu me vejo.

Será que isso realmente vai durar pra sempre? o único jeito de acabar com esse exploração, seria acabando com tudo...? só assim poderei ser livre, sem me preocupar com nada nem ninguém, não é?

Sinto lágrimas escorrerem de meu rosto.

Não, eu não posso ser egoísta, o Gon ficaria triste se eu fizesse isso, não quero vê-lo triste.

Eu não sei o que fazer, eu não sei o que pensar e nem dizer. Talvez eu seja uma pessoa horrível por pensar em me suicidar, eu não consigo controlar meus pensamentos e nem minhas ações á este ponto.

Pego o estilete de cima da pia e abro o mesmo. Passando a lâmina recém afiada, o mais fundo possível, no meu anti-braço e pulsos.
Vejo meu sangue escorrer pelas minhas mãos, uma dor agúda tomar conta do meu corpo, um gemido de dor saí pelos meus lábios.

- O que eu estou fazendo...? - Susurro com os olhos marejados, me dando conta do estrago que eu avia feito com meu corpo.
Vejo o chão do banheiro coberto de sangue, do meu sangue.

Sou tirado dos meu pensamentos quando ouço batidas na porta, vindo provavelmente da porta da frente.
Não pode ser o Illumi, ele nunca volta tão cedo pra casa.

- Gon... - Chamo pelo mesmo.

Me apoio na pia do banheiro pra me levantar, largo o estilete em um canto qualquer e começo a me limpar desesperadamente.

Começo a lavar meus braços na pia, a água sempre sai vermelha, não importa o que eu faça. Acabo batendo meu pulso na torneira por conta do desespero, um gemido sai pela minha boca.

Desligo a torneira e pego um pedaço de papel-higiênico, passando o mesmo no chão para limpar a bagunça que eu mesmo fiz. Vejo mais e mais sangue sair pelos meus pulsos.

Ouço mais batidas na porta. Seis batidas, pra ser mais exato.

- Merda. - Exclamo enquanto coloco o papel sujo na lixeira.

Olho pra meus pulsos, pensando em como esconde-los do Gon, não posso deixar que ele veja isso, não quero sobrecarrega-lô com meus problemas, eu estou bem.

Pego um pacote de gaze de dentro da gaveta e abro com os dentes. Começo a enrolar a gaze em meus braços desesperadamente.

Mais batidas são ouvidas.

- Já vai! - Afirmo em um tom alto e a voz chorosa.

Termino de enrolar a gaze e corto o final da mesma com o estilete, coloco a ponta da gaze que sobrou pra dentro do curativo. Passo um enxaguante bucal pra tirar o cheiro e o gosto de vômito da minha boca.
Passo uma água no rosto e arrumo o meu cabelo o mais rápido possível.

O Sangue de Azar (Killugon)Onde histórias criam vida. Descubra agora