Prólogo

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— Você não trabalhou para um veterinário, Trisha? — Trisha franziu o cenho, tomando um
gole do café. Seu corpo ficou tenso quando ouviu a voz do homem. Doutor Dennis Channer era um
filho da mãe. Ele sempre se dava o trabalho para tentar perturbá-la de todas as formas possíveis.
O cara simplesmente tinha cismado com ela.
Era difícil para as pessoas chegarem a conhecê-la, tinha aceitado esse fato, mas isso ainda a
magoava às vezes. Tinha acabado o ensino médio aos quatorze anos e quando tinha vinte e
quatro, tinha terminado medicina, completado sua residência e passado alguns anos nas
trincheiras dos hospitais mais difíceis conhecidos por tratar de pacientes vítimas de traumas. Aos
vinte e oito tinha encontrado seu trabalho dos sonhos em um dos hospitais mais renomados dos
EUA.
A maioria das pessoas ou se intimidavam com ela ou acreditavam que devia ser totalmente
convencida. Não era esnobe, não se achava melhor que ninguém, e definitivamente não era fria.
Suas habilidades sociais simplesmente eram péssimas. Sempre tinha sido um pouco tímida, levado
uma vida ocupada que não lhe permitia amizades pela maior parte do tempo, e também havia o
fato de poucas pessoas serem amigáveis com ela. Não era fácil se animar com pessoas que a
ignoravam.
Dennis Channer era o seu chefe e se ressentia muito dela. Tinha tido uns trinta e poucos
anos, uma década inteira mais velho que Trisha, quando veio trabalhar no Hospital Mercy.
Achava-a bonita demais e não tinha escondido sua opinião de que sua aparência, ao invés de sua
habilidade, tinha lhe concedido aquele trabalho. Ela havia trabalhado até se matar para conseguir
chegar aonde chegou. Tinha sacrificado uma vida pessoal em favor de sua carreira.
— Sim, trabalhei. Trabalhei na emergência de um hospital veterinário quando frequentava a
universidade.
— Não tinha bolsa de estudos?— Zombou.
Ela contou até dez em pensamento.
— Não.
— Está encarregada do próximo. — Seu rosto cheio de linhas parecia altamente divertido,
contente demais para o gosto de Trisha. — Temos um paciente chegando ao seu beco. — Ele riu,
obviamente rindo de uma piada particular, que dizia respeito a ela.
Ela apertou os dentes para se impedir de dizer algo que iria se arrepender. Ela colocou o café
frio e o resto de seu sanduíche na lata de lixo antes de seguir Dennis pelo corredor até o salão de
espera. Provavelmente seria outro pobre coitado ou coitada, advinhou Trisha. Dennis amava
empurrar os bêbados, moradores de rua e membros de gangue para ela. Desde que havia
mencionado beco, um sem-teto lhe veio à mente.
Uma imagem de um corpo altamente fedorento e sujo que a derrubaria com o seu fedor
passou pelo seu cérebro. Podia até ser um dos loucos que gritaria sobre como marcianos viriam
sequestrar todos eles. Trisha tinha lidado com pelo menos uns seis daqueles, infelizmente.
Vários costumavam enrolar pedaços de metais em várias partes do corpo para impedir que
alienígenas supostamente os rastreassem. Remover os objetos para avaliar seus ferimentos
normalmente resultava em pelo menos quatro membros da equipe tendo que contê-los.
Trisha passou por Sally, uma enfermeira com quem tinha feito amizade, enquanto ia
rapidamente à direção das portas de emergência. A expressão assustada e grave no rosto da outra
mulher fez Trisha ficar ainda mais tensa. O que quer que estivesse por vir tinha de ser bem sinistro
desde que a mulher era bem durona, já tendo visto uma série de coisas horríveis em seus quinze
anos trabalhando na emergência.
Trisha começou a ficar preocupada. Não existia muita coisa que assustava Sally. A
enfermeira não tinha nem piscado quando duas semanas antes um membro de uma gangue tinha
dado entrada com três ferimentos a bala nas costas. Enquanto trabalhavam no jovem, uma
gangue rival mandou um de seus membros até a emergência para que terminasse o trabalho. Sally
calmamente havia ajudado Trisha a colocar o homem inconsciente dentro de um armário para
escondê-lo enquanto a segurança varria o prédio para localizar o bandido armado.
Dennis se virou, sorrindo de maneira convencida para Trisha.
— Temos um meio homem, meio cão.
— Isso não tem graça. — Suspirou Trisha. — Eu joguei meu jantar fora por isso? Cresça,
Dennis.
Ele levantou as mãos, ainda sorrindo.
— Eu queria que fosse uma brincadeira, mas estou falando sério. Ele foi resgatado de algum
centro de pesquisas farmacêutico do tipo Frankenstein. Temos recebido em hospitais diferentes
cerca de sessenta e cinco pacientes. Somos o hospital de trauma mais próximo e eles o colocaram
aqui porque ele é uma das piores vítimas. Os paramédicos que o atenderam e a equipe do
helicóptero confirmou que esse homem é humano com partes de cachorro. — Dennis parecia
completamente contente. — E ele é todo seu já que conhece seus cães.
Trisha colocou as mãos no quadril.
— Devia ter guardado essa para o primeiro de Abril. Qual é a história verdadeira? Eles estão
trazendo uma vítima usando uma fantasia de cachorro? Ele é algum ator que caiu em alguma festa
infantil bancando o vira-lata?
— É verdade— interveio baixinho Sally. — Está em todos os canais de TV. — Ela não brincava
com assuntos sérios.
Seus olhos escuros pareciam ansiosos.
— Os policiais invadiram algum centro de pesquisas e estão resgatando sobreviventes do
lugar, dizendo que são parte animais e parte pessoas. Realmente temos um dando entrada vindo
de helicóptero. Chamamos um veterinário para nos dar suporte, mas ele só chega daqui a vinte
minutos.
O choque invadiu Trisha quando ela lutou para entender as ramificações do que tinha
ouvido. Ela se virou para ir rápido até o posto de enfermagem para espiar a televisão acoplada na
parede. Duas enfermeiras já estavam assistindo, os olhos grudados na tela. Um helicóptero de TV
circulava um prédio enquanto filmava ambulâncias, policiais, fogo e carros da SWAT no chão. Em
letras em negrito passando na parte de baixo da tela ela leu o suficiente para fazê-la se virar.
— Tempo?— gritou Trisha.
Cory, o enfermeiro que fazia o controle dos pacientes que davam entrada, falou de sua
posição fechada detrás de uma mesa na entrada.
— Estão há três minutos daqui. Até o momento ele está estável.
— Droga — disse Trisha. Seu olhar voou para Dennis e ela assentiu seriamente para ele.
— O que sabemos por enquanto?
— Detalhes duvidosos. — Dennis ainda sorria. — Ele perdeu sangue, está em choque, e não
sabem o que há de errado com o menino-cão. Só o pegaram e o socorreram quando os sinais
vitais vacilaram. Talvez você possa lhe dar um tratamento veterinário e ele possa expressar seus
ferimentos em forma de latidos.
— Está achando graça?— Trisha o olhou com nojo. — Deus, que bastardo que você é. Está
rindo da vida de uma pessoa. — Ela deu as costas a ele e se concentrou em Sally. — Prepare a sala
de cirurgias de qualquer modo já que não sabemos com o que estamos lidando. Acorde todo
mundo. Temos que descobrir o tipo sanguíneo dele e eu quero exames completos. Nós...
— Não temos sangue de cachorro. — interrompeu Dennis.
Trisha se virou e o olhou com raiva.
— Estou trabalhando aqui. Eu sou uma profissional. Lembra o que é isso?
O sorriso dele morreu.
— Não fale comigo assim. Eu sou o seu chefe.
— Você é apenas um deles e eu passarei por cima da sua cabeça se não sair de perto de mim
agora. — ameaçou Trisha. — Ou ajude ou saia do meu caminho. O socorro aéreo deve chegar a
qualquer minuto. — Ela se virou nos calcanhares, correndo em direção à porta. Gritou instruções
ao sair para que rastreassem o helicóptero.
Ouviu o helicóptero antes de vê-lo. Ruídos atrás dela lhe garantiam que sua equipe havia se
posicionado quando as portas foram abertas e ela virou a cabeça, baixando o braço quando o
helicóptero desceu. O vento formado pelas hélices fez com que virasse ainda mais a cabeça,
enfiando-a debaixo da manga do seu jaleco folgado para proteger a maior parte do rosto.
Seu olhar se fixou em Sally e nos outros dois médicos que tinham trazido uma maca do lado
de fora com eles.
Esperava que não parecesse tão apreensiva quanto os outros três.
O helicóptero tocou o solo.
Só anos de experiência mantiveram Trisha calma. Ela mal olhou para corpo enorme e
coberto sendo tirado do helicóptero. Deu completa atenção ao paramédico enquanto ele gritava
as informações e os sinais vitais do paciente. Trisha assentia, prestando atenção.
— Qual é o nome dele?
— 215.
Trisha franziu o cenho ao médico do socorro aéreo. Ele assentiu vigorosamente.
— É tudo o que temos. É disso que o chamavam.
— Obrigada. — Trisha se endireitou, apressando-se atrás da maca sendo levada para dentro
do prédio. Deu uma olhada para Cory quando passou às pressas por ele. — Consiga mais
informação a respeito dele. Fale com a polícia cuidando disso, não importa o que precise fazer, mas eu preciso saber tudo que puder sobre esse cara. O único nome que me deram foi 215. — Ela
tirou um par de luvas de dentro do bolso e o colocou.
— Deixe comigo. — prometeu Cory, agarrando o telefone.
Trisha amava trabalhar com ele. Ele era o tipo de cara “pau para toda obra”. Nunca
reclamava, nunca implicava com nada, e fazia o que quer que lhe pedisse mesmo se tecnicamente
não fosse seu trabalho. Sabia que faria o que pudesse para ajudar. Ela se apressou até a sala de
exames e viu quando sua equipe transferiu a vítima da maca para a cama de exames. Ela foi até
sua cabeça e suas mãos enluvadas tocaram seu rosto.
— Vamos lá. — ordenou Trisha. Ela olhou para o corpo sendo revelado enquanto sua equipe
removia suas roupas. A vítima tinha terra manchando o rosto e o corpo, algumas partes com
crostas de lama seca, tornando difícil ver suas feições.
— Olhe isso. — murmurou Sally. — As roupas dele têm velcros dos lados ao invés de costura.
— Prático. — grunhiu Pete. — Me ajude a virá-lo, Sally. Ele é um filho da puta dos grandes.
— Possível ferimento de faca na parte inferior das costas. — disse Sally.
— Pelos menos uns dois centímetros e meio. — Ela tocou o ferimento com as mãos
enluvadas. — Não é profundo.
— Temos algumas queimaduras em seu ombro direito. — adicionou Pete. — De segundo
grau, não muito ruins. Acho que alguém atirou dardos nele. Há ferimentos pequenos de
perfuração centrados nas áreas afetadas. Que tipo de arma causa queimaduras? Nunca vi isso
antes.
Trisha estava examinando sua cabeça.
— Ele tem um galo, mas nenhum sangramento visível. Apronte uma tomografia
computadorizada. — Ela deixou sua cabeça e agarrou sua pequena lanterna. Abriu gentilmente
uma pálpebra, vendo que ele tinha belos olhos azuis. Iluminou cada olho, checando as respostas.
Seu alívio foi instantâneo quando suas pupilas reagiram perfeitamente. Tocou sua garganta,
procurando qualquer coisa estranha ou fora do lugar. Nenhum osso obviamente quebrado,
nenhuma inchação. Mentalmente checou a lista em sua mente. Concentrou-se em sua boca em
seguida e abriu seus lábios. E arfou.
Sua equipe congelou, todos focados nela. Trisha saiu de seu momento de choque.
Olhou para os dentes afiados dentro da boca do paciente. Eles pareciam presas.
Cuidadosamente colocou os dedos entre os lábios cheios para abrir mais sua mandíbula para
verificar o interior de sua boca e dar uma olhada em suas vias aéreas.
— Isso são dentes de cachorro? — A voz de Pete saiu vacilante.
— Ferimento de bala na coxa esquerda. — anunciou Ally. — Atravessado.
— Sangramento? — Trisha deixou a boca do paciente.
— Controlável, mas atingiu uma artéria. Os médicos enfaixaram. A pressão sanguínea está
estável no momento. Os fluidos que aplicaram no caminho parecem ter ajudado.
— Vamos levá-lo para a sala de cirurgia assim que acabarmos. Enfaixe isso. Ela deve estar
preparada e esperando por nós.
Trisha ignorou os outros membros que entravam e saíam da sala de exames levando
amostras da vítima. Tinha fé em sua equipe e eles trabalhavam bem juntos.
— Por que teria que deixar o meu nome? Meu crachá do hospital seria o suficiente para que
eu entrasse na UTI para ver como ele está.
— O cara é uma aberração médica. — Suspirou Jose. — Estamos tendo um problema com
todo o pessoal querendo espiá-lo. Eles temem que alguém tire fotos dele e as vendam para a
mídia. Alguém espalhou por aí que ele tem dentes de vampiro.
— De caninos. Há uma diferença.
— Tanto faz. Ele é uma aberração e o hospital está apavorado com a possível quebra de
confidencialidade. Temos uma ótima reputação em proteger nossos pacientes. Tivemos que
restringir o acesso a ele, mas você está autorizada a aparecer por lá. — O médico se levantou. —
Eu tenho que ir para casa, minha esposa está me esperando. Estávamos indo jantar quando me
biparam e ela não aceitou muito bem. É aniversário dela.
— Passe numa loja e compre chocolate para ela no caminho. — Piscou Trisha. — Eu
perdoaria qualquer coisa por alguns deles.
Jose riu.
— Minha mulher não é tão piedosa. Acho que preciso ligar para um joalheiro. Por favor, veja
como ele está depois para que eu possa dormir um pouco. Eles me bipam se for necessário. —
Despediu-se dela ao sair.
* * * * *
Trisha bocejou. Tinha dado plantão por tempo demais e era hora de ir para casa.
Ela pensou na sua cama macia e não via a hora de se jogar nela. Mostrou o crachá ao
segurança.
— Eu sou a Dra. Trisha Norbit. Dr. Jose Roldio me pediu para checar um paciente dele.
O guarda leu a prancha que tinha na mão.
— Pode entrar, Dra. Norbit. Está autorizada.
Trisha entrou na UTI e acenou para uma enfermeira monitorando da estação, alguém com
quem havia falado algumas vezes. Não conhecia muitas pessoas que trabalhavam no turno do dia
e tinha acabado de haver uma troca de turno. Ela olhou para a prancheta da UTI e soube
imediatamente para que quarto o haviam encaminhado.
O número 215 estava escrito lá. Ela se virou, indo para o quarto três.
Trisha abriu a porta devagar. O homem na cama tinha sido limpo e seu cabelo lavado. Ele
caía pelos seus ombros e ela não pôde evitar notar sua aparência, como se faixas de areia dourada
corressem entre outras de uma areia molhada e mais escura. Ele parecia bem diferente sem terra
e crostas de lama por todo lugar. Era lindo. Tinha um rosto bem forte e masculino com uma bela
estrutura óssea.
Pegou seu prontuário para estudá-lo. Levantou o olhar outra vez para ele, sua atenção indo
ao peitoral largo e exposto onde adesivos-condutores que o conectavam aos monitores se
grudavam à sua pele. Ela ficou um pouco chocada com os seus braços grossos e torneados.
Armado. Não tinha ouvido aquele termo antes, mas ele era extremamente musculoso. Talvez
fosse um fisiculturista. Desceu o olhar para o exame de drogas em seu prontuário. Procurou por
alguma droga de uso conhecido por fisiculturistas, mas ele tinha sido negativado em todas. A
única droga que deu positivo foi um sedativo bem conhecido.
Trisha colocou o prontuário no lugar e se aproximou. Parou ao lado de sua cama e pôs as
mãos na grade erguida que o impedia de cair da cama. Estudou seu rosto de perto, fascinada. Suas
maçãs do rosto eram mais pronunciadas do que as de um típico humano e seu nariz mais largo e
com um formato... diferente. Mordeu o lábio quando se inclinou para melhor olhar seus lábios
generosos que escondiam bem seus dentes caninos, até serem abertos. Só hesitou um segundo
antes de colocar a mão no bolso para tirar uma luva antes de tocar em sua boca, na intenção de
dar outra olhada naqueles dentes enquanto tinha chance.
Seus lábios cheios eram macios, perfeitamente formados, e mornos. Não tinha notado isso
na noite anterior, mas estava muito ocupada checando seus ferimentos, não suas feições.
Gentilmente usou os dedos enluvados para empurrar seu lábio inferior. Os dentes de baixo
pareciam normais, exceto que os de lado eram afiados, no estilo canino. Usou o polegar para
levantar gentilmente o lábio superior enquanto se abaixava mais para ver de perto e com
gentileza segurou seu rosto em sua palma sem luva.
Abriu mais a sua boca e a segurou assim. Tinha que se esticar por cima de seu peito para
olhar direito, estudando o que via.
Examinou visualmente os dentes compridos, as pontas afiadas, e desejou saber mais sobre
odontologia. Desceu mais um pouco, percebeu que seu cabelo caía em seu peito nu, mas não
estava preocupada em acordá-lo. Ele tinha sido altamente sedado durante a cirurgia e levaria
horas para que acordasse. Seu rosto estava a poucos centímetros de sua boca quando examinou
seus dentes de trás, e fez anotações mentais. Os molares superiores e inferiores eram
definitivamente caninos, mais afiados que dentes humanos. Seus dentes anormais tinham a
função de rasgar e mastigar.
Trisha tirou o polegar e o indicador de dentro de sua boca para permitir que se fechasse,
ainda segurando seu queixo na palma. Olhou para seu rosto de novo para estudar seu nariz Um alarme alto explodiu de repente dentro do quarto. Trisha fitou o homem que
continuava a lhe sorrir. Sua mão em sua bunda apertou mais forte quando ele mudou de posição,
forçando o quadril entre suas pernas e abrindo suas coxas.
O sulco rijo de seu pênis esfregou no v de sua calça. Arregalou os olhos com a sensação dele
pressionado tão firmemente nela.
— Você vai me querer tanto quanto eu quero você. — prometeu ele em um tom rouco.
Ele se abaixou mais próximo de Trisha, o olhar deixando o seu. Acarinhou seu rosto com a
bochecha, empurrando-a até que virasse a cabeça. Seus lábios roçaram sua garganta, abriram e
ele lambeu a pele e gemeu. Ela ficou em choque quando ele mordiscou sua pele, mas pior, seu
quadril começou a se mover na mesma hora. O comprimento rígido do seu membro esfregou bem
em cima do seu clitóris por cima das roupas. Seu corpo se sacudiu debaixo do dele, ficou tenso, e
ele rosnou, a mandíbula se apertando em seu ombro.
Ficou meio horrorizada quando seu corpo respondeu a ele. Seus mamilos endureceram, o
estômago se agitou, e o prazer do seu quadril massageando seu clitóris, mesmo entre camadas de
roupas, a fez ofegar. Ser presa nunca tinha sido uma fantasia dela, mas de repente não pôde evitar
ficar excitada por um homem poderoso, lindo e perigoso controlando o seu corpo. Lutou contra
aquilo, tentou raciocinar com respostas físicas com uma lógica fria, mas sua mente não queria
funcionar.
Ele grunhiu na sua garganta, a boca soltando sua pele.
— Mal posso esperar para provar cada pedacinho seu. Vou enterrar o rosto entre as suas
coxas e fodê-la com a língua até me implorar para te fazer gozar, linda. Eu sei que o seu gosto é
tão bom quanto o cheiro. — Rosnou mais alto. — Então vou te colocar de bruços, levantar o seu
traseiro e montá-la até você gozar de novo.
Trisha se arqueou contra ele. A imagem que havia colocado em sua mente, combinada com
a estimulação do seu clitóris quase a fez gozar antes que fizesse qualquer uma daquelas coisas.
Sabia que se ele não parasse de mexer o quadril ela gozaria. Seu clitóris latejava e ela mordeu o
lábio para não gemer.
As portas do seu quarto se abriram de repente com força quando pelo menos seis pessoas
entraram correndo. O barulho foi como um balde de água fria apagando as chamas da libido solta
de Trisha. O homem em cima dela virou a cabeça na direção deles e um rosnado alto e horripilante
saiu de sua garganta.
— Apliquem um sedativo. — gritou Trisha, a mente funcionando outra vez. Serventes e
seguranças mergulharam em cima do paciente. Ele tentou se virar para encará-los com um rugido
de fúria, sua intenção de lutar clara. Suas mãos a soltaram e ela tentou empurrar o seu corpo para
empurrar também os homens que tentavam contê-lo. Estava morrendo de medo que ele se ferisse
e jogou os braços em volta do seu pescoço, passando as pernas ao redor de suas coxas para tentar
ajudar a contê-lo.
Ele se debateu, seu pênis se esfregando mais nela, deixando-a mais ciente do quanto estava
excitada. Viu dois funcionários enfiarem agulhas nele quando o pegaram pelas costas.
Rosnados saíam rasgados de sua garganta, mas ele finalmente parou de lutar. Seu corpo
ficou mole e seu peso mortal caiu sobre ela que nem um cobertor pesado até que não conseguisse
nem respirar. Só conseguiu sair de baixo quando dois funcionários, um segurança e dois
enfermeiros levantaram o grandalhão o suficiente para que escapasse depois de baixarem a grade.
Trisha estava suando e ofegando quando ficou de pé desajeitadamente. O paciente estava
sedado e com o rosto na cama. Ela o olhou, estremeceu e ficou profundamente perturbada com o
que havia acontecido. Eles provavelmente teriam transado se não a tivessem resgatado.
Uma mão a tocou, fazendo-a saltar. Dr. Hearsal Morris, parecendo preocupado, apertou seu
ombro.
— Você está bem? Ele te machucou?
Trisha limpou a garganta.
— Estou bem. — mentiu.

Slade - novas espécies 2 - Laurann DohnerOnde histórias criam vida. Descubra agora