Flores de Hanahaki

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┊ ┅── ᶠˡᵒʳᵉˢ ᵈᵉ ʰᵃⁿᵃʰᵃᵏⁱ

┊ ⊹⊱ 𝐜𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐧𝐨𝐯𝐞: 𝐟𝐥𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐚ç𝐮𝐜𝐚𝐫  ⊰⊹

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Mais uma manhã surgia em Liyue e assim que o sol entrou pela janela aberta do segundo andar da casa do Fatui que estava morando na região montanhosa, encontrou seus dois olhos azuis abertos demonstrando seu cansaço. As duas orbes oceânicas encaravam em silêncio o teto de madeira, o corpo jogado de qualquer maneira no colchão. O rapaz nem conseguia distinguir a quanto tempo estava naquela posição que deveria ser desconfortável mas seus membros estavam dormentes o suficiente para que ele não se importasse.

Um suspiro cansado deixou os lábios ressecados manchados com sangue seco, um filete já coagulado descendo desde a parte inferior de sua boca e deixando um rastro que seguia pelo queixo dele e o pescoço. A poça rubra no chão e algumas gotas na cama, todas cheias de flores e pétalas completamente encharcadas no líquido vital. Alguns galhos com sua carne, e ramos verdes com botões de lírios de vidro.

Ele piscou algumas vezes devido a luz do sol contra seu rosto, resmungando sem muita força de vontade e se virando para o outro lado do lençol. Não se deu ao trabalho de se incomodar com a sensação formigante do sangue voltando a correr pelas veias de seus membros que ele havia deixado na mesma posição por tanto tempo, ou com as gotículas rubras a lhe melarem a roupa.

Childe encarou o espelho em completo silêncio, as orbes opacas encarando a visão nada agradável. Seu corpo magro e mais pálido do que o costume contrastavam com os círculos negros – Que de tão negros estavam em um tom esverdeado – ao redor de seus olhos. Os fios ruivos de seu cabelo estavam bagunçados e o cheiro do quarto com aquela mistura de sangue e flores não era dos mais deliciosos.

Os desenhos de flores e galhos surgiram por todo o corpo de Childe, e doíam tanto que ele apenas ficava deitado esperando que a inconsciência o alcançasse rápido. Havia algumas descendo por sua virilha e subindo por seu pescoço, uma grande eoarte estavam em seu estômago e poucas surgiam perto de seus braços.

Zhongli não havia aparecido nos sete últimos dias então nem imaginava o estado caótico que Childe se encontrava, passando os dias completamente preso ao colchão da cama sem força de vontade alguma para descer até o andar de baixo e comer. Ele só bebia água e voltava até o quarto para ficar ali, deitado em silencio.

As vezes ele dormia. As vezes ele só ficava pensando por horas a fio.

Mas aquele dia era diferente, e ele tinha que levantar-se e se tornar apresentável, já que era o dia que Teucer o vinha visitar. Cortesia novamente de Scaramouche que sempre levava o pequeno rapaz para poder visitar Childe em alguma missão. Seus outros irmãos não podiam Snezhnaya por conta dos progenitores da família que precisavam de toda ajuda possível.

Childe se levantou da cama mesmo com as pernas fracas e abriu a porta de madeira para encarar a casa escura que possuía um suave cheiro de casa fechada. Havia um certo nível de poeira no chão. O ruivo retirou os lençóis de cama e os colocou junto com o cesto de roupa suja, retirando também as cortinas para lavar. Desceu e fez o mesmo em todas as janelas que possuíam cortinas.

Abrindo a porta dos fundos ele deixou a cesta com os tecidos e roupas a beira da água e então voltou para casa, abrindo todas as janelas da casa para deixar o ar correr pela residência. Só então ele voltou e lavou toda a roupa suja, usando sua energia elemental para que a água girasse suavemente como um redemoinho. Ele deixava as roupas ensaboadas naquele redemoinho criado por ele, e esperava até que o sabão saísse completamente. Depois ele estendeu todas no varal. O lençol com o sangue ele demorou um pouco mais, suas mãos ficando vermelha, o rastro carmim descendo rio abaixo. Ele fitou as flores saindo do estado mergulhado em sangue e se tornando novamente brancas na água.