ɪɴғᴇʀɴᴏ

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Aquele lugar quente, sombrio e mal iluminado era um inferno, literalmente era o inferno. Os gritos das almas condenadas, cenas grotescas por todos os lados, não era difícil dele encontrar algumas espécies de demônios entediados fazendo uma atrocidade qualquer.

Tudo era caos.

Os infelizes tinham que lutar para sobreviver, ou melhor, não sofrerem mais ainda naquele lugar, vendendo suas almas para o próprio Diabo. Era uma opção infeliz, mas as vezes era a única.

Não queria ter que viver essa vida no seu pós morte então arranjou uma solução, afinal o rapaz não tinha motivos para desobedecer o rei do inferno naquelas condições. Por isso se manteria competente e causaria toda dor que precisasse se fosse para recuperar o que lhe haviam roubado...

Aguentou por muito tempo, então supôs que poderia aguentar mais alguns anos, mas ainda era tão exaustivo...

Trabalhou duro para se manter, não se sentia no direito de reclamar muito disso, graças a Ele pôde viver um pouco melhor que o resto naqueles tempos difíceis, o que piorava no submundo.

O cassino era o único lugar menos sombrio na cidade infernal, estava ali à um bom tempo sempre sendo impecável em suas funções, sempre vigiado por King Dice, o gerente desconfiado, sem ter falhado em nada até o momento, mas agora essa mísera missão consumia aos poucos sua mente de maneira insuportável.

Assim que deu sua hora o rapaz saiu do balcão que atendia sob o olhar penetrante do senhor Dice. Não iria para casa ainda, pelo contrário, estava indo direto ao encontro do chefe.

Bateu na porta do escritório recebendo um "entre" quase imediato. Assim que seus olhos se encontraram com os do demônio sentado em sua frente se sentiu fraco, odiava seu chefe, odiava seu emprego, odiava sua vida e mais do que tudo odiava ter que se sacrificar mais e mais a cada dia enquanto aquele filho da puta se sentava e observava tudo com desdém.

- Boa noite - o chefe cumprimentou com seu sorriso sinistro.

- Eu vim ver ela, só abre o portal logo por favor - disse seco.

O sorriso irônico dele murcha se tornando uma cara de desagrado.

- Você podia ser mais educado com os seus superiores garoto... mas não se preocupe, vou te deixar ir a final essa pode ser a última vez.

A risada de escárnio dele ecoou em seus ouvidos como uma maldição.

- Como assim?

- Considere um pequeno incentivo, você não vai ver ela de novo até que eu tenha certeza de que o seu serviço esteja sendo bem feito.

O sangue fervia de raiva dentro dele, tremia de raiva a ponto de parecer que ia convulsionar.

- Sim senhor...

Era nítido o amargor em sua voz ao responder, se limitou a não fazer nada impulsivo e esperar que Lúcifer abrisse o portal.

Atravessou para um lugar escuro e deprimente, o pouco de iluminação ali vinha da pequena lâmpada que iluminava a cama e a escrivaninha no canto, cujo uma mulher estava sentada em silêncio.

- É você, Bendy? - perguntou ela ao avistar duas orbes brilhantes em meio as sombras.

Sem responder ele a abraçou com força.

- Senti tanto sua falta. É tão escuro e solitário aqui, não sei mais quando é dia ou noite, já li e reli todos os livros que você me deu... porque você simplesmente não vai embora querido? Eu já não tenho esperança de sair, faz tanto tempo que eu não lembro bem o meu rosto, e mal vejo o seu...

ᖇᗩTÆᒪ O ᗪᗴՏᗴᖇTO ᗪᗴ IᑎKᗯᗴᒪᒪ _ 𝐂𝐮𝐩𝐡𝐞𝐚𝐝 𝐗 𝐁𝐞𝐧𝐝𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora