O demônio tomava café tranquilamente enquanto lia um pequeno livro com letras um tanto miúdas, estando acompanhado do ser engarrafado do qual ele havia dado consciência própria.
— Quando você ter seu corpo de volta tenta ler esse livro aqui, é muito bom — falou mostrando o livro para a garrafa de vidro que vibrou em resposta.
— Você não costuma ler? Por que? — aquele líquido dentro faz mais um barulho — Que pena, mas já que você não tem costume de ler então o que você fazia no tédio?
Bendy continuava conversando com aquele estranho ser que havia criado já não se importando tanto com o fato daquilo estar em uma garrafa e que talvez apenas ele entendesse o que eram aqueles sons que a criatura fazia.
Apesar de o ter criado nem o rapaz tinha certeza se aquela entidade tinha uma personalidade totalmente própria ou era um completo reflexo de Cuphead apenas com um toque mais maligno. Todavia, pelo menos ele parecia obedecê-lo mesmo a contragosto e até o momento não tinha causado mais problemas além de um ou outro comentário inconveniente.
— Agora que parei para pensar, eu não te dei um nome.
Outro barulho veio da garrafa, Bendy ouviu com atenção.
— Sim, eu sei que você já tem um nome, mas eu preciso te diferenciar do outro Cuphead de algum jeito... — houve um som suave em resposta — Um apelido? Isso parece boa ideia, mas qual?
Outro barulho típico soou. O demônio pôs a mão no queixo pensando em como poderia chamar este ser. Talvez um nome comum como Alex, algo fofo como Cup, ou mais original tipo... Maligno? O rapaz pensou um pouco, abaixando a cabeça fazendo sua franja cair para frente do rosto.
— Bom, você é uma contraparte maligna, que tal... Evil? Significa mal, então... o que acha?
O líquido fez um ruído novamente, causando uma careta no rosto do diabrete que riu um pouco ao ouvir isso.
— Não! Não vou te chamar assim, isso é nojento... Vai ser Evil... Evil Cuphead! Acho que ficou bom.
O outro se conformou com isso, pelo menos foi o que tentou convencer para Bendy.
Pareciam se entender. Bendy não se sentia só, e sim, louco por conversar com uma garrafa que tinha um líquido estranho que continha parte da essência de uma pessoa.
Já havia planejado diminuir o tamanho do objeto e usar em um colar para ser fácil de levar a qualquer lugar, afinal, não podia deixar essa coisa sozinha dentro de casa. Era sua responsabilidade então iria ficar sempre com ele, e se não, sabia que não havia espaço para ele no inferno em seu pós-vida. Porque esta seria massacrada em segundos.Enquanto isso, nossos peculiares aventureiros rumavam ao seu novo destino, depois de terem conseguido o segundo pedaço do mapa.
Se a próxima parte quiser encontrar
O fundo das águas deve explorar
E do monstro em pedra arrancar
A sereia dona do mar— Do monstro em pedra arrancar a sereia dona do mar? Isso parece outra charada — disse Mugman ao reler os versos.
— Talvez faça mais sentido quando a gente chegar lá — sugeriu Boris.
— É, pode ser... — respondeu o amigo, ainda um pouco incerto.
— Como que a gente vai fazer para ir no meio do mar? Não é como se tivéssemos um submarino ou algo do tipo — perguntou Cuphead.
— Não tem porquê se preocupar com isso, tenho tudo o que precisamos — responde Félix.
— Sério? — questionou Mugman.
— Claro que sim — disse o gato.
— Vamos roubar um barco? — indagou Cuphead.
— Por favor, não... — falou Boris, como quem implorasse para ele ficar quieto.
— É claro que nós não vamos roubar um barco — se intrometeu Oswald calmamente.
— Deus é bom! — proferiu o lobo, aliviado.
— Até porque nós vamos de submarino — o coelho completou.
— Espera... o quê?! — o rapaz exclamou sem receber uma resposta.
— Cara... eu esqueci que você tava aqui — Cuphead confessou.
Oswald apenas deu de ombros e seguiu o caminho ao lado de Félix.
•••Os peixes nadavam ao arredor do submarino que surpreendendo os mais novos, era do Oswald.
Era lindo o oceano. As algas, os peixes, tudo!
O sol refletia na água deixando manchas de luz por dentro, fazendo com que a água tivesse um aspecto ainda mais lindo onde fosse possível enxergar.
Boris estava maravilhado com a beleza natural, nunca tinha andado de submarino, e isso já era uma experiência maravilhosa, então ele e seu companheiro de azul ficavam observando pelo vidro como que hipnotzados.
— Olha Cuphead! Aquele peixe boi parece você! — Mugman comenta, fazendo Boris, ao seu lado, começar a rir muito.
— Há, há, que engraçado seu palhaço! — resmungou Cuphead — Pelo menos eu não tô mais inchado do que um baiacu!
— Tá me chamando de gordo?!
— Talvez.
— Chega aí atrás! Vamos focar no nosso serviço! — reclamou Félix, que aprendia como usar os controles básicos do submarino com Oswald.
— Parece que estamos incomodando o casalzinho — debochou Cuphead se sentando em um canto qualquer com uma expressão de tédio.
— Tenta aproveitar Cuphead, você que queria uma "aventura" e agora tá aí reclamando — disse Boris.
— Não pensei que eu ia ficar de vela no meio disso, que coisa chata.
— Você fala isso porque não tem nem uma namorada — implicou o irmão.
— Você também não tem, só fica aí de boiolagem agarrando o Boris — retrucou o mais velho.
— Cuphead! — Boris foi interrompido antes que começasse um sermão.
— Deixa ele Boris, brigar não vai dar em nada.
— Isso Boris, escuta o seu namorado — o de vermelho provocou recebendo um grunhido frustrado em resposta.
Cuphead ganha um belo cascudo de Félix.
— Cuphead, você é novo mas não tanto pra agir como um adolescente — ralhou Félix.
— Ta, tá. Que chato — resmungou Cuphead.
A partir daí tudo ficou em silêncio por um bom tempo. E de repente, houve uma batida no submarino, que tremeu deixando todos alertas.
— O que inferno foi isso? Vocês deviam saber dirigir esse treco! — berrou Boris.
— A gente não bateu em nada Boris, algo bateu na gente... — afirmou o gato, com receio.
— Eu não consigo ver nada ali fora — Cuphead avisa tentando ver pelo vidro.
Foi questão de segundos até dedos gigantes rodearem o submarino. Todos ficaram em silêncio.
— Não façam movimentos bruscos — Oswald se aprontou em dizer.
Eles se encararam, preocupados. Seria essa sua morte eminente?
//Me afoguei em seu oceano.
E quando me dei conta.
Não quis aprender a nada//_____________________________
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ᖇᗩTÆᒪ O ᗪᗴՏᗴᖇTO ᗪᗴ IᑎKᗯᗴᒪᒪ _ 𝐂𝐮𝐩𝐡𝐞𝐚𝐝 𝐗 𝐁𝐞𝐧𝐝𝐲
Hayran KurguEm meio a monotonia de Inkwell e o anseio de fazer qualquer loucura que viesse a cabeça, Cuphead resolve ir atrás de uma lenda que cercava as redondas de Inkwell. Um artefato que seria capaz de quebrar a maldição de um deserto estranho que a tempos...