Epílogo do tempo | FERLANE

O último?

Era isso. Fernanda estava perdida nos olhos verdes que havia atacado o programa inteiro, ao mesmo tempo em que aqueles mesmos olhos ameaçavam inundarem-se. O momento da briga  tornou-se real em sua mente mais uma vez. Nanda sentiu-se morrer por um segundo. Queria arrancar seu coração e dar a ela. E o faria, se assim tivesse seu perdão "Hm... estou atrapalhando algo" uma voz masculina fechou o portão atrás de si e Fernanda pulou de susto rapidamente se desvencilhando de Alane "Nem um pouco, estávamos gravando um storie pro Instagram" mentiu descaradamente na frente de Alane "Pode por o colchão no meu quarto?" pediu ao irmão que carregava o objeto no ombro "Eu tive que ir comprar, pagar, trazer até aqui e ainda tenho que subir com isso até seu quarto?" reclamou olhando de canto de olho para uma Alane quieta e talvez um pouco machucada. Fernanda virou-se para olhar também. E arrependeu-se imediatamente. Alane franziu as sobrancelhas para baixo enquanto tomava um semblante entristecido e desviava os olhos para qualquer lugar que não fosse ela. Havia coerência no que Fernanda dizia, como ela adivinharia que o irmão chegaria exatamente neste momento? E para piorar, talvez tenha sido a única e talvez última vez que Alane teria coragem de beijar ou ao menos tentar aproximar-se de Fernanda "Deixa que eu levo" Alane falou quase inaudível "Afinal, sou eu que vou dormir nele mesmo" era como se não houvesse nenhum outro indivíduo naquele pátio. Havia apenas as duas, ambas rés num julgamento, confessando-se mentalmente. Fernanda afastou-se, caminhando para trás de costas para a irmão.

Alane abaixou a cabeça e foi até eles, não a deixaria ver como ainda se sentia devastada. Não a deixaria ver seus olhos encherem-se. E mesmo em toda sua fúria e mágoa, não a desejava mal como sugeriu anteriormente no programa. Gabriel deu um beijo no rosto da irmã e foi embora sabendo que Pitel também estava dormindo na casa da irmã. 

"Espere" Fernanda cambaleou para dentro de casa, sentindo de imediato uma fraqueza nas perna ao pisar em falso no degrau de sua própria casa. Nanda só teve tempo de se ver tombada aos pés de Alane, achou graça da situação tão peculiar. Sua mão foi tomada pela da bailarina para que se levantasse e Nanda ainda tinha a respiração ofegante pelo tombo e pela aproximação que se fez presente novamente quando Alane virou-se para tentar segurá-la antes de cair. Outra conexão, desta vez mais amena, instalou-se entre os verdes e os castanhos. Não havia desejo sexual ou profundidade. Somente um toque, mantendo-a ali. Não soltou a mão de Fernanda, espalmando-a em seu peito, deixando que voltasse a respirar novamente. Até que Alane encostou Fernanda na parede ao lado da porta com força e a beijou. Nanda grunhiu em seus lábios, arqueando as costas, unhando os braços de Alane que mantinha a mão firmemente presa ao seu peito, como para impedir que ela deixasse de sentir seu coração batendo com força. De repente, fazendo que Fernanda acordasse novamente para sua vida, raios furiosos invadiam o céu, ameaçando devastar tudo ao seu redor, arrepiantes, descontrolados. Alane soltou-se do beijo, abraçando-a por completo com um único braço, como se a escondesse, fazendo-a deitar a cabeça em seu busto. E Fernanda viu a mão livre de Alane movimentar-se, fechando a porta contra o vento "Que caralhos foi isso?" Nanda indagou incrédula "Uma tempestade eu acho" Alane deu de ombros, pegou seu colchão e carregou o mesmo até o lado do sofá "Hoje eu ainda durmo na sala, certo?" indagou com um sorriso esperto no rosto "Eu não estou falando dos raios, porra" andou em passos firmes até onde Alane fazia sua cama no chão "Estou falando do beijo" a bailarina riu.

"Ah, foi para os stories"

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Eu não sei se isso aqui tá ficando bom, mas tamo aí ❤️‍🩹