the alchemy | season 1

Who could stay? You could stay.

Setembro

Kansas City, Missouri — 12:00pm.

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Sua respiração era um fardo pesado, a garganta, uma câmara de dor, pelos soluços sufocados, como esferas de tristeza, empurradas de volta ao coração. O toque gélido da tela do celular contra sua pele quente provocou um choque térmico, e ela reprimiu mais um soluço ao sussurrar com voz frágil:

— Mãe?

— Oi, querida. - ecoou do outro lado uma voz cheia de ternura, automática, a saudação da cantora. Contudo, Andrea, com seu instinto maternal e apurado faro, precisou de uma única palavra e o som do nariz fungando para reconhecer a voz embargada da filha. — Você está chorando? - perguntou de imediato, ciente de que, se fosse um resfriado, já estaria a par.

Taylor sempre ligava para pedir recomendações de chás quando estava doente.

Ainda assim, apesar das evidências, a mulher tentou ocultar o caos momentâneo de sua vida para a mais velha.

— Não.

— Taylor... - Andrea proferiu, desconfiada, numa entonação de alerta que revelava saber que algo estava errado.

Taylor suspirou, exausta pelas recentes emoções, desejando adiar aquela conversa até conseguir falar sem uma crise de choro.

— Eu vou pegar um voo agora, podemos nos falar depois? - pediu, a voz fraca soando como uma súplica desamparada, ativando, assim, todos os alarmes na mente de sua mãe.

— Não. - Andrea negou firmemente, o tom autoritário, sem espaços para negociações. — Onde você está e para onde está indo? - exigiu saber, envolvida por preocupação.

Os últimos eventos deixaram marcas não apenas em Taylor, mas também nas pessoas mais próximas, que não conseguiam descansar ao vê-la definhar daquela forma, sua aura perdendo o brilho de maneira que começava a afetar também sua saúde física.

Taylor bufou, encurralada, sabendo que não teria outra saída senão compartilhar ao menos uma prévia de seus sentimentos com a mais velha.

— Estou em Kansas City. - seu peito comprimiu dolorosamente ao dizer, o lamento por deixar a cidade manifestando-se dentro dela. — Voltando para Nova York.

Andrea mergulhou em um silêncio confuso por um instante, sabendo que, entre todas as suas residências espalhadas pelo país e os destinos preferidos de sua filha nas férias, nenhum estava no Missouri.

— O que você está fazendo em Kansas City, filha? - perguntou, com dúvida e curiosidade ecoando na ligação.

Então, Taylor decidiu explicar, de maneira superficial, sua história com Travis. O vídeo sobre a pulseira com o número dele, as conversas diárias por semanas, a maneira como se conectaram rapidamente, criando uma sintonia que a fazia se sentir nas nuvens, além, sobretudo, da forma inigualável como o jogador de futebol a tratou durante todo aquele tempo.

Andrea escutava tudo atentamente, não deixando de notar o tom de voz choroso e carregado de melancolia da mais nova, evidenciando o quão chateada ela estava, mesmo que os relatos fossem positivos.

— Seu irmão disse algo a respeito, ele assistiu a um vídeo na internet. - comentou, assim que a cantora fez uma pausa, associando rapidamente as histórias. — Você estava com ele todo esse tempo?

Taylor suspirou tristemente, o coração já repleto de saudade antecipada daquele homem. Relaxou o corpo contra o banco traseiro do carro, seu olhar perdido no galpão vazio onde estacionaram antes de embarcar no jatinho.