1- Três começos, um destino

136 9 131
                                    


Era um domingo à noite.

Anderson agradeceu ao público de braços abertos, sorrindo com a respiração desregulada e o corpo suado depois de uma performance agitada. Fechou os olhos, sentindo a boa energia que aquelas pessoas ali o traziam, o aplaudindo e gritando, porque apreciavam a sua música. O som dos aplausos e dos gritos era música para seus ouvidos, um sinal claro de que seu trabalho árduo e sua paixão estavam sendo reconhecidos e valorizados.

Era gratificante demais saber que as pessoas gostavam do que ele fazia. Anderson sempre cantava com emoção, pulando pelo palco em completa animação e tomado por uma energia caoticamente incrível. Quando estava ali, cantando para o público, sentia-se verdadeiramente ele mesmo.

Fez algumas últimas reverências exageradas antes de deixar o palco, ainda sendo aclamado pelos fãs que ficavam para trás, desejando repetir aquela ótima performance que acabaram de assistir.

Mal pisou no camarim quando Bella Marcatti, sua agente e também melhor amiga, praticamente pulou em cima dele, o abraçando com força por cima dos ombros e ficando pendurada nele por alguns instantes. Anderson retribuiu o abraço, girando a amiga no ar por alguns segundos.

— Você foi ótimo hoje, Andy! — exclamou ela, orgulhosa, ao finalmente largar o amigo.

— Ótimo? Estava perfeito! — quem disse isso foi Cíntia, namorada de Bella, e igualmente uma grande amiga para o cantor. Estava assistindo ele lá da plateia, mas correu até o camarim para parabenizar o amigo pelo ótimo show assim que ele acabou. Cíntia, assim como Bella, sempre foi um grande apoio.

— Obrigado, meninas — respondeu com um sorriso, retirando a jaqueta preta que usava durante o show. A agitação o deixava muito cansado e com calor, mas era gratificante o suficiente para que isso fosse algo de pouca importância.

— Estou morrendo de cansaço, preciso da minha cama urgentemente — acrescentou, soltando uma risada que mostrava seu cansaço, mas também sua satisfação.

— Aqui — Cíntia lhe jogou uma garrafa d'água gelada, a qual ele abriu rapidamente, bebendo quase todo o líquido de uma só vez.

— Eu estava precisando disso, nossa! — exclamou, aliviado, largando-se em uma poltrona preta que ficava ali no camarim. A maciez da poltrona era um alívio bem-vindo após a intensidade do show.

— Semana que vem tem mais, hein — Bella comentou em tom de brincadeira, embora falasse sério. Tinha pego seu tablet para verificar a repercussão do show do cantor naquela noite, além de confirmar sua agenda nos próximos dias. — Estão falando do show em todo o canto, Andy. Está sendo muito bem comentado.

— Que ótimo. Espero que o show no próximo final de semana mantenha isso, para quando o novo álbum for lançado… — começou a dizer, mas foi interrompido.

— Ei, ei, descansa um pouco, Anderson! — interrompeu Cíntia, já imaginando o longo discurso que o amigo faria sobre os próximos compromissos, lançamentos, patrocinadores… Bizzocchi vivia para isso. Só falava em seu trabalho e mais nada, era o que o ocupava o tempo todo. — Acabou de apresentar um show maravilhoso, com todos os ingressos vendidos! Não se preocupe tanto agora.

— Realmente, Andy. Descanse por hoje — disse Bella. — Vou cuidar das divulgações, como sempre. Sabe que não precisa ficar tão preocupado com isso.

— Sei que você vai cuidar de tudo, mas não consigo evitar — admitiu Anderson. Ele sabia que Bella era excelente no que fazia, mas parecia inevitável.

Era isso. Anderson não conseguia fazer algo que não fosse focar em seu trabalho. A música era sua vida, e era por ela que ele vivia. Cada nota, cada letra, cada performance era uma parte de sua essência, e ele se dedicava completamente a isso.

 A física do amor ♪ (anidio • barbixas!)Onde histórias criam vida. Descubra agora