25- Apenas fique comigo

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Eu voltei, yey!! Eu disse que não ia demorar muito :)

Espero manter a frequência de um a dois capítulos por semana. Boa leitura amores ♥️

Vera nunca se imaginou em tal situação, em todos os aspectos. Tanto o câncer que estava convivendo, não enfrentando, porque derrotá-lo era impossível, apenas aprendendo a viver com ele e aproveitar o presente, quanto a recém revelação de que a neta estava viva, bem e lindamente crescida.

Voltou para seu apartamento ao fim da tarde, satisfeita em poder ter conversado tanto, e por ter conhecido Eleonor. Ficou imensamente feliz em rever Elídio, também. Embora ele parecesse diferente, irreversivelmente triste, como ele não era antes. Dava para ver no olhar dele.

E depois de ouvir Elídio afinal contar a verdade por trás do passado, que na realidade Priscila apenas os abandonou sem mais nem menos, por puro asco da ideia de ter uma filha, e apenas isso, Vera não precisou de muito para tomar uma decisão importante.

Esperou na cozinha, fervendo um pouco de água para preparar seu cházinho rotineiro. Félix a rondava agitado, daquele jeitinho que só um gato laranja faz. Serviu um pouco mais de ração para o animal e foi até a varanda com sua xícara fumegante e um livro.

O livro era ótimo, queria muito ter tempo suficiente para terminá-lo e ficaria feliz se aquele fosse o último a ser lindo em sua vida, embora não lesse mais com a agilidade de quando era uma jovem.

Vera estava lidando bem com seus dias contados. Tinha feito as pazes com a sua sentença. Vivia seus dias da melhor maneira que poderia, quando não estava no hospital, mantendo sua rotina adorada, de cozinhar, fazer caminhadas até o bingo e encontrar suas amigas, assistir sua novela favorita enquanto fazia tricô e bebia chá. Também brincava muito com seu amado gato Félix.

Largou o livro sobre a mesinha branca, olhando para a visão da cidade. Ergueu o olhar, para focar no céu azul e nas nuvens clarinhas. Bem melhor. Fechou os olhos e sorriu, se martirizando por não ter percebido antes como a vida era bonita demais. Como a brisa quentinha e cheirosa da primavera estava ótima e como é possível fazer a vida valer a pena.

Ouviu a porta da frente sendo aberta, e isso foi o suficiente para fazer seu estado de espírito murchar. Pôs-se de pé, querendo acabar logo com isso.

— O trânsito estava horrível demais, eu já não suportava mais ficar presa no tráfego — Priscila já entrou reclamando, deixando suas sandálias na porta e tirando o óculos escuro. Foi até a cozinha deixar as compras que tinha feito para a mãe e, quando voltou para a sala, a viu parada em pé ali, com um semblante desconfortável de se encarar — Que foi?

— Eleonor é um nome tão lindo, não acha?

— Bem, sim. Deve significar alguma baboseira bonita — resmungou, confusa com fala de Vera — Porque isso de repente?

— Eu realmente gostei desse nome. Conheci uma garota chamada assim hoje.

— Você não tinha ido até o apartamento do Bizzocchi? É a namorada dele ou algo assim?

— Ah, não, não — Vera negou com a cabeça, rindo levemente, com um toque irônico mal escondido. Mas também um toque decepcionado, muito decepcionado. Porque aquela mulher na sua frente nunca buscou nem ao menos saber o nome da criança que tinha gerado.

Priscila ficou em completo silêncio, verdadeiramente sem entender. O que era uma pena, já que Vera esperava realmente que sua filha demonstrasse que no meio de toda crueldade, existia ao menos um pouquinho de amor ou, ao menos, ressentimento. Um pequeno resquício de arrependimento em seu olhar já seria suficiente para que Vera tentasse perdoá-la. Mas não havia nada, e a Althaus mais velha suspirou pesadamente, cruzando os braços em profunda negação.

 A física do amor ♪ (anidio • barbixas!)Onde histórias criam vida. Descubra agora