A física do amor ♪ (anidio • barbixas!)

4- Amor à primeira vista?

Oie, meus amores! Boa leitura para vocês ♥️

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Como combinado, Anderson tinha ido visitar as amigas durante aquela manhã de domingo. Uma comemoração, segundo o elas, pelo sucesso do show na noite anterior e a garantia do mais novo contrato com Daniel Nascimento.

O casal morava juntinho em uma pequena casa já faz alguns anos. Bella e Cíntia tinham juntas comprado a moradia, uma casinha de tamanho suficiente para as duas viverem confortavelmente em meio às dezenas de plantinhas que gostavam de cultivar em seu tempo livre.

Tinham também um espaço bem cuidado nos fundos, um gramado verdinho sempre bem aparado e com um pequeno quiosque equipado com o básico para cozinhar, cadeiras suspensas e sofás cheios de almofadas rosas, e suas várias e amadas flores espalhadas pelo lugar. Também havia quadros. Especificamente, pinturas acrílicas.

Era aconchegante, fofo e perfeito para o casal.

O trio de amigos estava lá, conversando e bebendo juntos. Cíntia tinha acabado de pôr uma lasanha no forno, encarando o forno como se quisesse garantir que sua amada receita ficasse boa.

— Ansioso pra amanhã? — Bella perguntou, vendo a namorada retornar para o sofá que dividiam juntas, a acolhendo em um abraço confortável. Recebeu um beijinho na bochecha, que resultou em uma troca de sorrisos.

Anderson tinha os olhos concentrados no celular, mas desviou assim que ouviu a pergunta da amiga.

— Completamente. Não só para assinar o contrato, mas para conhecer o set de filmagens, ler o roteiro… — começou a dizer, sonhador — E mais ainda para começar a produzir as músicas.

— Também estou curiosa para ver como é o set — Bella emendou. Sendo a agente de Anderson, acabaria por acompanhá-lo durante a reunião de segunda-feira, e internamente seu lado não profissional agradecia por isso. Estava quase tão animada quanto o cantor com essa proposta por ter a oportunidade de ver a magia do cinema de perto. Era um tipo de fascínio, adorava esse mundo do estrelato — Será tudo tão fascinante!

— Falando em fascinante… — Anderson começou a falar, pigarreando levemente — Aquele homem que estava acompanhando Daniel. Elídio. Será que ele é da produção também?

— Se interessou nele? — Cíntia nem hesitou em perguntar, fazendo Anderson soltar uma exclamação assustado. Não tinha conseguido disfarçar nada bem, e agora percebia isso.

— Sim, completamente, ele parece tão… incrível?! — disse com animação, exalando um fascínio óbvio, que fez com que o casal de mulheres trocasse um olhar cúmplice e risse — Espero que ele tenha alguma função bem importante no desenvolvimento do filme, quero vê-lo mais vezes.

— Não era você que só ligava para o trabalho, Andy? Nada mais existia — Cíntia provocou o amigo, sorrindo de orelha a orelha. Isso era verdade. Bizzocchi vivia tão imerso no trabalho que tinha se fechado para as pessoas, principalmente no quesito romance. Cíntia e Bella eram uma das poucas exceções, tendo as duas conquistado um espaço importante em sua vida.

— Será isso amor à primeira vista? — Marcatti também entrou na provocação.

Anderson negou com a cabeça.

— Não acredito em amor à vista — disse, cético. Afiado como prata. Era uma opinião forte e contraditória vinda de um músico que escrevia muito sobre amor e conexão com desconhecidos. Músicos geralmente viam o mundo pelo lado poético da vida, buscando o amor nos detalhes, no absurdo caótico e lindo. Mas Anderson não gostava dessa ideia, de que sabia que amava uma pessoa apenas com uma troca de olhares sem nunca tê-la conhecido. Nunca viu sentido nisso ao ler e ouvir histórias românticas — Para mim, é impossível amar sem conhecer. É preciso convivência. É preciso descobrir as qualidades e os defeitos, para só então amar… Eu acredito em química, conexão. Amor é um sentimento forte demais para ser banalizado dessa forma. Acredito que podemos sentir quando uma pessoa deveria estar em nossa vida, como uma necessidade que desabrocha durante uma troca de olhares. Mas amar? Não acontece abruptamente.