Oie, boa leitura amores ♥️
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Já fazia pouco mais de uma semana que Anderson tinha iniciado seu trabalho musical no filme. Para ser exato, uma semana e meia. Avançava gradualmente nas composições das músicas, e surpreendentemente, já tinha praticamente finalizado a letra da música de abertura do filme.
O filme começava com a canção, em um cenário dramático e triste. Era um inverno cinzento, e a letra da canção era uma disputa interna do protagonista consigo mesmo, sobre ele tentando se convencer de que ainda havia algo que fazia a vida valer a pena.
Era uma letra profunda e delicada, mas Anderson achava que estava fazendo um bom trabalho. Ela era lenta, melancólica e dolorosa, de pouco ritmo. Ao longo do filme, o ritmo começava a aparecer enquanto o personagem principal se apaixonava, e a música final era uma reprise da primeira. Triste, lenta e sem vida.
Anderson estava adorando trabalhar com aquilo. Era complicado, mas tinha dr admitir que aquela adaptação ficaria incrível.
Depois de escrita, ele repassava a letra para a produtora musical, Sheila. A mulher analisava o encaixe da letra com o roteiro e com o que a cena pedia. Se precisasse de mudanças, retornava a Anderson para que ele alterasse o necessário. Caso contrário, a produtora repassava diretamente para Daniel, que autorizava a gravação e utilização da música.
A experiência estava sendo interessante, também. Anderson tinha muita liberdade no estúdio, já que Daniel se preocupava muito com a qualidade do projeto final. Assim, ele tinha liberdade para assistir os ensaios dos atores, andar pelos cenários já montados… acompanhava todo e qualquer detalhe que dizia respeito à história. Nascimento era exigente, isso ele já tinha percebido, mas sua dedicação era maior do que apenas isso. Era a primeira vez que era chamado para um trabalho como aquele, então daria tudo de si, para que ainda houvesse muitos outros.
Ele também tinha começado a ler o livro que estava dando vida ao filme. Era como se ele respirasse e vivesse aquela história de romance trágico vinte e quatro horas por dia, na última semana. Estava amando.
Na verdade, durante a última semana, não era só o filme que rondava sua cabeça. Ele pensava muito nele. O homem que esteve em seu show, em seu camarim. E que o deixou completamente fascinado de forma inexplicável.
Ele tinha sentido alguma conexão nunca antes sentida, e talvez fosse isso que o intrigava tanto. Havia se fascinado pela beleza de Elídio, e perdido seu olhar no dele.
E seu coração estúpido insistia que Elídio era a pessoa que faltava. Aquela fantasia boba de pessoas faltantes que nem fazia sentido.
Mas isso não importava, porque nunca mais iria vê-lo, já que para sua decepção, ele nada tinha a ver com o filme. E Daniel tinha sido claro e sucinto o suficiente ao explicar que Elídio não tinha interesse nenhum em se envolver com outras pessoas. E Anderson entendeu.
Mas então porque não parava de pensar nele?
O microondas apitando o tirou daqueles devaneios corriqueiros. Tirou a pizza recém aquecida de dentro do eletrodoméstico. Sabia que tinha que parar de almoçar comida industrializada, mas as coisas seriam mais fácies se ele não fosse uma completa negação na cozinha. Às sextas-feiras, uma mulher faxinava seu apartamento, e as vezes essa simpática senhora preparava algo saudável para ele, mas não era sempre que ela tinha tempo para aquilo.
Um dia corrigiria isso. Sempre deixando pra depois.
Almoçou sendo rodeado por seus gatos, que sempre insistiam em pedir carinho logo naquele momento.
Depois de almoçar, lavou as poucas louças produzidas durante a refeição. Tomou um banho rápido para se preparar para ir aos estúdios. Pôs água fresca e ração para os gatos e os encheu de carinho. Os felinos ronronavam contentes ao receber atenção do dono.
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A física do amor ♪ (anidio • barbixas!)
FanfictionE se Anderson nunca tivesse trocado de turno e estudado com Elídio e Daniel no ensino médio, como isso tudo afetaria o rumo de suas vidas? ♪ Elídio Sanna é um professor de física que há muito já desistiu do amor. Enquanto lida com uma turma de aluno...