Duas Rainhas, Um trono.

• Dangerous Woman

Não preciso de permissão
Tomei a decisão de testar meus limites
Porque é da minha conta
Deus é minha testemunha, vou começar o que terminei
Não preciso hesitar
Vou tomar o controle desse tipo de situação
Dangerous Woman — Ariana Grande

Carina chegou até a sala de estar onde o pai lia um jornal e ficou parada em frente a ele esperando o momento que ele iria notar a sua presença, ele abaixou olhando ela se cima a baixo e enfim falou.

— Porque você está arrumada? — Vicenzo perguntou já sabendo o que viria por aí.

— Preciso ir ao centro da cidade, quero comprar tintas, pincéis novos, telas e mais algumas coisas. — Carina tentou falar o mais determinada o possível, ela não iria aceitar um não como resposta.

— Isso qualquer funcionário pode fazer, é só escrever uma lista — ele disse voltando a prestar atenção no jornal.

— Eu quero escolher, quero tocar com as mãos! preciso sair dessa casa — ela falou, não disposta a ceder.

— Ok Carina — ele respirou fundo — Vou pedir para os seguranças te acompanharem.

Vicenzo conhecia a teimosia da sua filha e sabia que não valeria a pena discutir, e nesse momento ele tinha preocupações maiores que a garota no momento, principalmente ao saber que até o momento ninguém tinha reivindicado a liderança dos Bishop.

— Obrigado — Carina deu o seu maior sorriso, finalmente uma alegria nessa semana.

Em poucos minutos eles saíram da propriedade, Carina se sentia como aquelas princesas de filmes de fantasia quando finalmente se libertava, ela abriu a janela do carro ignorando os olhares do segurança no banco da frente e respirou fundo sentindo o ar fresco enquanto fechava os olhos.

A Catania era realmente um lugar lindo, qualquer pessoa amaria morar naquele pedaço de paraíso, na verdade qualquer pessoa livre; ela corrigiu o pensamento.  E logo eles chegaram ao centro da cidade, Carina logo pulou do carro ansiosa para iniciar suas compras e poder ver pessoas novas, ela sentiu a mão do segurança na sua cintura e logo olhou feio para ele.

— Não posso sair da sua cola, ordens do seu pai, você conhece o procedimento — ele falou.

— Mas não precisa ficar grudado em mim — ela empurrou o braço dele — Pode ficar a uma distância segura, e me deixar respirar um pouco.

Ele assentiu esperando Carina andar enquanto seguia ela disfarçadamente por entre a rua cheia de lojas da cidade. Ela já tinha o seu primeiro destino, a grande loja de pintura na esquina era o que fazia seus olhos brilharem, enquanto o segurança aguardava na porta ela correu pra dentro se perdendo na imensidão de tintas e pincéis das mais variadas tonalidades, ela já estava com a sua cesta cheia quando ouvi a vendedora da loja conversar com alguém.

— Esse tom infelizmente não temos — a vendedora respondia para algum cliente que Carina não conseguia porque estava de costas — Mas temos outras opções, você não gostaria de dar uma olhada.

— Não, era apenas essa cor, para um presente.

Assim que ouviu a voz, Carina sentiu o seu estômago revirar como se alguém tivesse torcido igual uma roupa molhada, ela olhou para o lado disfarçadamente pensando se realmente era quem ela estava pensando, mas os longos cabelos loiros que ela pode enxergar já foi a sua confirmação. Era apenas uma coincidência de uma vez extremamente parecida.

— Aaaa que pena, tudo bem então, posso te ajudar em algo mais? — a vendedora perguntou.

"Não se intromete Carina, não se intromete" Ela pensava, mas sem que pudesse controlar as palavras escaparam da sua boca.

— Você pode comprar algumas cores que se misturando chegue no tom que você deseja — Carina falou se arrependendo instantaneamente do que fez, ela precisava urgentemente parar com isso.  — Desculpa, a intromissão.

"Não é possível" Maya pensou, que em meio a milhares de pessoas da cidade ela tinha que encontrar essa garota novamente, ela engoliu o seco ao perceber que estava simplesmente "Maya" sem maquiagem, sem peruca, nenhum tipo de disfarce.

— É que eu sou nova aqui, não entendo muito de cores — a vendedora se desculpou nervosamente — Mas você pode ajudar ela não é?

— Claro que posso — Carina disse reunindo toda coragem que tinha.

Aqueles olhos, ela reconheceria o olho azul em qualquer lugar e agora com ambos brilhando intimidamente para ela, Carina não tinha dúvida que era a pessoa que não saiu da sua cabeça.

— Na verdade não precisa, eu já estou de saída! Obrigada — Maya respondeu olhando para os lados procurando por Andy.

Ela tinha certeza que a garota tinha a conhecido apenas pela forma que ela olhava para ela.

— Eu faço questão — Carina sorriu — A gente se conhece de algum lugar?

— Provavelmente não — Maya forçou um sorriso — Eu cheguei na cidade hoje.

— Sério? — Carina perguntou fingindo confusão — Eu tenho a impressão que vi uma mulher muito parecida com você na festa ontem.

Se a loira queria fazer esse jogo ela não sabia com quem ela estava lidando, porque a Carina era especialista em joguinhos, criada por um dos homens mais manipuladores que já existiu, ela não deixaria ser enganada facilmente.

— Você realmente deve ter me confundido — Maya disse e Carina notou pela expressão dela que ela estava muito irritada, por tinha o maxilar trincado e as sobrancelhas levemente franzidas — Você pode me informar onde fica o banheiro? — ela perguntou pra vendedora.

— No final do corredor — A vendedora respondeu gentilmente alheia ao que estava acontecendo.

— Você quer me acompanhar? Acho que realmente preciso da sua ajuda. — Maya disse olhando para Carina, ela iria descobrir quem era essa garota de uma vez por todas.

— Claro — Carina respondeu com o maior sorriso que poderia dar.

Ela sabe que poderia se arrepender, ela viu um brilho diferente cruzar os olhos da loira mas nesse momento ela já estava imersa demais dessa história para pular fora, ela iria até o fim.

Assim que chegaram na porta do banheiro Maya deu espaço para Carina entrar na frente, e a morena mal teve tempo de pensar pois assim que a porta bateu se fechando atrás dela suas costas bateram contra parede quando as mãos de Maya seguravam ela pelos ombros.

— O que você quer comigo??? — Maya perguntou quase num rosnado, ela queria tirar essa garota do pé dela nem que fosse pelo medo, mas Carina não parecia sentir medo, pelo contrário ela tinha um brilho divertido no olhar.

— Eu quero saber porque você está tão apavorada que eu descubra quem você é — Carina começou a falar — Qual a sua história?