• Unsteady

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Segure, segure, me agarre

Porque eu sou um pouco instável

Um pouco instável

Unsteady — X Ambassadors

Amélia acenou para Maya entrar, e as duas se acomodaram em uma pequena sala aconchegante no chalé, o  ambiente contrastava com a frieza que Maya havia imaginado ao chegar o chalé era decorado com um charme rústico e acolhedor móveis de madeira escura, tapeçarias e um aroma suave de lavanda no ar. Amélia, uma mulher jovem com olhos azuis misteriosos, ela observou Maya com uma expressão compreensiva.

— Soube que você cuidou da minha mãe nos últimos dias dela — Maya começou tentando controlar a vulnerabilidade na voz. — Eu gostaria de saber como foram aqueles momentos.

Amélia se recostou na cadeira, suspirando suavemente o  olhar dela parecia se perder em memórias enquanto falava.

— Foi uma tarefa difícil, Maya, sua mãe estava em muita dor e seu pai não estava por perto ela se sentia um pouco desorientada, mas tentou ser forte até o fim e eu fiz o possível para confortar ela.

Maya sentiu um nó na garganta a ideia de sua mãe ter enfrentado a morte sozinha sem o consolo de sua presença, era angustiante.

— Sempre me perguntei como ela estava... se teve algum consolo ou se se sentiu sozinha — Maya confessou a voz embargada pela emoção.

— Ela teve momentos de angústia, claro a  solidão era constante mas eu fiz questão de estar lá para ela, conversávamos sobre várias coisas, sobre a vida e a família. Ela falava muito de você e do seu irmão, sempre expressou o desejo de que vocês fossem felizes e seguros — Amélia sorriu tristemente, a expressão dela era de profunda empatia.

Maya sentiu uma onda de alívio misturada com dor, havia alguma paz em saber que sua mãe não havia sido completamente abandonada mas o peso da perda ainda era esmagador.

— Eu sinto muito por não ter estado lá — ela disse sua voz quase um sussurro. — Eu só queria que ela soubesse que eu a amava mesmo à distância.

Amélia estendeu a mão e tocou gentilmente o braço de Maya, um gesto de conforto silencioso.

— Ela sabia disso, Maya ela compreendia que você e seu irmão estavam longe por uma razão e apesar da dor, ela sempre carregou o amor de sua família consigo.

Maya fechou os olhos por um momento absorvendo a gentileza nas palavras de Amélia.

— Isso é um alívio, pelo menos eu gostaria de poder ter feito mais — Maya respondeu com um suspiro pesado.

— Às vezes, o que mais importa é o que fazemos agora — Amélia disse com um tom reconfortante. — Sua mãe pode ter partido, mas você tem a chance de seguir em frente e honrar o legado dela da maneira que achar melhor.

— Eu realmente espero conseguir fazer isso — Maya disse com determinação. — Obrigada, Amélia, por tudo o que fez eu sei que isso não deve ter sido fácil.

— Farei o que estiver ao meu alcance para ajudar a família Messina se precisar de algo mais, estarei aqui.

Maya se levantou ainda sentindo o peso das palavras de Amélia, a conversa havia proporcionado um alívio inesperado mas a responsabilidade que pesava sobre seus ombros continuava imensa. Ela retornou ao escritório com a mente mais clara, mas o desafio de sua nova posição estava longe de ser resolvido.
Giuseppe estava em seu posto habitual a esperava com uma expressão de expectativa.

— Giuseppe, preciso que emita um comunicado sobre a nova liderança dos Messina — Maya começou sua voz carregada de autoridade. — No entanto, gostaria que minha identidade não fosse revelada.

— Entendido, senhorita. Farei com que o comunicado seja feito de maneira discreta e sem mencionar seu nome — Giuseppe assentiu mais franziu a testa sem compreender o pedido.

— Ótimo — Maya confirmou sua expressão endurecendo. — E se certifique de que a comunicação seja feita apenas aos contatos necessários, não quero que isso se espalhe mais do que o necessário.

— Deixe comigo a mensagem será clara, mas sua identidade será mantida em sigilo — Giuseppe garantiu com um tom firme.

Enquanto isso, Carina lutava contra suas próprias emoções, o espelho refletia uma jovem com maquiagem borrada por lágrimas, ela tentou retocar a maquiagem mas as emoções estavam à flor da pele tornando cada tentativa um esforço fútil.

— Como eu vou suportar isso? — Carina falou para si mesma o desespero evidente em sua voz.

A som do telefone a fez dar um pulo e ela atendeu rapidamente, era Gabriella, sua amiga à distância que ela tinha feito na internet e o alívio de ouvir uma voz familiar fez ela suspirar.

— Carina, como você está? — Gabriella perguntou.

— Não estou nada bem Gabri, meu pai me forçou a aceitar um casamento com um inimigo, e não consigo acreditar que ele pode ser tão cruel — Carina respondeu a voz tremendo com a dor.

— Isso é horrível, Carina — Gabriella disse com empatia — Mas talvez isso possa ser uma oportunidade para você.

— O que você quer dizer com isso? — Carina perguntou a curiosidade misturada com uma ponta de esperança.

— Se você estiver em uma situação onde é obrigada a se encontrar com esse homem, talvez possa usar isso a seu favor encontre uma maneira de escapar, de buscar ajuda e talvez isso seja a sua chance de se libertar dessa situação — Gabriella sugeriu a encorajando.

Carina respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos.

— Talvez você tenha razão preciso pensar em um plano — ela disse determinada.

Com um último olhar para si mesma no espelho, Carina tentou reunir a coragem necessária para enfrentar a noite à frente. A preparação estava incompleta, mas o desejo de encontrar uma saída dava a força para continuar.

A festa estava em pleno andamento quando Carina chegou ao local, o coração dela batia acelerado o som de risadas e música preenchendo o ambiente. A grande sala estava decorada com luxo as luzes cintilavam e os convidados conversavam animadamente suas vozes se misturando em um burburinho constante.
Carina entrou hesitante, seus olhos vasculhando a multidão no meio da sala, a visão de Maya fez seu coração disparar ainda mais a presença de Maya parecia não estar de acordo com o ambiente uma faísca de familiaridade em um mar de estranhos. O choque e a surpresa se misturaram em seu olhar.
A visão de Maya parecia ter um efeito quase magnético, atraindo Carina que mal sabia que o  destino tinha mais algumas surpresas guardadas para elas naquela noite, e o encontro delas estava prestes a mudar o curso dos eventos.

Maya e Carina se olharam ao longe, o reconhecimento foi instantâneo e a tensão palpável a palavra "Carina" escapuliu da boca de Maya como um sussurro, carregada de um significado profundo o que começava a se desenrolar naquela noite prometia ser uma mistura de revelações e decisões cruciais. 

Duas Rainhas, Um trono. Onde histórias criam vida. Descubra agora