rotten

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–Boa noite –sorri para o segurança entrando no laboratório.

–Boa noite senhorita –ele respondeu gentil como sempre.

Coloquei minha máscara branca como o jaleco, entrando na sala vendo minha colega de trabalho, Vanessa sentando coletando as digitais do cadáver.

–Nossa, parece que faz séculos que eu não te vejo.

–Eu fiquei afastada só um mês.

Ela apenas me encarou e voltou ao seu trabalho.

Recolhi os documentos do cadáver.

O cadáver era de uma mulher loira, 22 anos, aparentemente assassinato.

A ficha não dava muitos detalhes sobre algum transtorno mental, ou uso de remédios controlados.

Billie Eilish Pirate Baird O'Connell
Nascimento 18/12/2001
Falecimento 12/03/2024

Encarei o documento e olhei a data em meu relógio de pulso, hoje era dia 11/03.

A data da morte estava errada.

–Vanessa, a data da morte tá errada.

–Que, como assim?

–Aqui ó –mostrei-lhe o documento.

–12 do 03, é amanhã –ela disse encarando o papel –Eu recebi o documento, e data tava certa.

–Deve ter sido um erro de digitação..

Fui até o computador para verificar a ficha virtual.

Nacionalidade: Americana
Tipo sanguíneo: -O

–A ficha virtual não tem a data da morte dela.

–Como assim S/n?

Vanessa veio até mim retirando suas luvas brancas e as jogando no lixo.

–Eu vi o documento mais cedo e tava tudo certinho.

–Bom a não ser que tenham mudado, não está aqui.

–Liga pro Taylor, com certeza foi ele que fez isso –ela disse irritada já pela situação.

Vanessa cobriu o corpo nu da mulher sobre a maca e colocou na gaveta. Nos duas saímos juntas da sala.

Disquei o primeiro número quando eu pesquisei na barra de contatos.

O bipe de espera do celular começou.

As luzes brancas do corredor que eu estava acostumada estavam piscando, era comum, as quedas de energia aqui pela região depois de uma chuva dessas são frequentes. Mas diferente do habitual, o cheiro de álcool que tomava o ambiente deu lugar a um cheiro podre, cheiro de sangue podre, não era o odor de um cadáver em putrefação, mas sim de sangue.

O enorme corredor e no fim dele uma figura feminina, vestida com roupas pretas dos pés a cabaça, eu não conseguia distinguir o ela trazia consigo em mãos.

–Olá, com licença –caminhei com passos lentos até a mulher –A senhora não pode entrar aqui, essa área é restrita.

A mulher vestida de de preto caminhou à medida que eu me aproximava dela, e sumiu.

Alô?

–Oi, oi Taylor..

–Que você quer? São três da manhã.

–Uma das certidões de óbito que você fez, errada.

Não não, eu tenho certeza que sempre faço as certidões corretamente, até por que se eu mudar algum dado daí, é crime.

IMAGINES BILLIE EILISHOnde histórias criam vida. Descubra agora