06.

253 31 64
                                    

Madeleine Morgan

— Tá, e que tal...esse? — Virei-me de frente para as duas.

Amaya me analisou de cima a baixo, sentada na cama — É bem bonito.... e parecido com o anterior — Deu um sorriso sem graça.

Abaixei os ombros voltando a me olhar no espelho — O que? Não tem nada haver. Essa, tem uma fitinha aqui na frente — peguei a fitinha com a ponta dos dedos — Viu? Ela é de amarrar aqui. O decote é diferente também, esse é mais quadradinho.

Elas riram e eu fiz um biquinho.

— Os dois são lindos, Maddy, mas eu pensei que você tinha dito que já sabia com que roupa ia ir, agora já tá provando a décima opção.

Me joguei na cama de Amaya, ao lado dela — É porque nada tá ficando bom! — Passei a palma das mãos pelo rosto e choraminguei.

Ela pegou no meu braço — Eu nunca vi uma pessoa que nunca reclama de trabalhar todos os dias, ser tão dramática com roupa.

Estiquei meus braços ao lado do corpo sem dizer nada. Ela tinha razão.

Não me lembro qual foi a última vez que chorei pela vida estar me decepcionando. Em compensação, chorei ontem escutando "right now" do One Direction.

É mais fácil ser dramática por coisas fúteis.

— Viu, eu gostei mais dessa daí — Margot disse, sentada na cadeira da penteadeira, ao lado da cama.

Me sentei na cama no mesmo instante — Essa? Tem certeza?

— Eu também adorei essa! — May concordou na hora, mais por não aguentar minha indecisão, do que por realmente ter achado ela bonita.

Me levantei e fui até o espelho de seu quarto verificar a blusa mais uma vez.

Eu vestia um jeans clarinho na parte de baixo, enquanto na parte de cima uma espécie de "corset" branco, com uma fitinha que fazia um lacinho na frente.

— Vai com qualquer uma Maddy, é só um jogo — May levantou e foi até meu lado no espelho — Nada consegue ficar ruim em você.

Estudei nossos reflexos no espelho — Não me lembro dessa sua blusa...

Ela abaixou a cabeça para verificar a própria roupa — Fui comprar hoje de manhã para ir no jogo...

Virei o rosto para encará-la e estreitei os olhos — Sua hipócrita, — ri — ainda tava me mandando ir com qualquer coisa!

Ela me deixou para voltar a sentar na cama, dando risada.

Quando digo que sou completamente incerta sobre tudo, é sobre tudo mesmo.

Combinamos de nos encontrarmos na Amaya para irmos juntas ao jogo. May, já estava pronta quando cheguei aqui, Margot, que chegou um pouquinho depois de mim, trouxe só o celular na mão.

Eu trouxe uma mochila e doze opções de roupas. A verdade era que nada parecia ficar tão bem em mim enquanto qualquer coisa ficava impecável nelas.

Claro, eu não tinha a cintura fina e coxas grossas da May, nem a bunda da Margot.

Sempre fui mais magra. Pulsos finos, mãos pequenas, uma quantidade razoável de bunda e coxa...

...Nunca aquela garota.

Suspirei, desgostando do que via no espelho e desistindo de provar a próxima opção. O resultado provavelmente não ficaria melhor do que o último.

— Será que a "cabine de banheiro" vai estar lá? — Margot dirigiu a pergunta a Amaya, sorrindo.

Dezessete dias para amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora