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Votem e comentem por favor!

Alexander Benard

Vesti as meias e em seguida calcei a chuteira, levantando do banco de madeira do vestiário para me aproximar do espelho e ajustar as ombreiras que ficariam por baixo da camisa do time.

Hoje não jogaríamos com a principal, que foi a da partida de sábado, azul petróleo com escrita branca e detalhes em dourado. Para diferenciarmos os times, vestimos o branco que tinha as letras em azul escuro.

Particularmente, gosto mais do primeiro. Gosto tanto que tenho ciúme dele.

Por Charlotte Benard eu mataria sem hesitar, mas jamais a deixaria usar meu uniforme de estimação, por mais que empresta-se à ela meu moletom do CE e outras roupas nos dias em que ela dormia lá em casa sem planejar. É a única garota que não me importo de ter em meu quarto. 

— Vamos pra cima, Benard! — Garret exclamou, batendo em um dos meus ombros e sorri arrancado de meus pensamentos.

Dei uma última olhada no espelho antes de vestir a camiseta e passar a mão pelo cabelo, reparando na cicatriz quase imperceptível que cortava a lateral da minha bochecha esquerda, perto da orelha.

Peguei o capacete — também azul — com uma das mãos e me levantei.

Para o treino, nos dividíamos em duas equipes sorteadas, A e B, sem separarmos em ataque e defesa, pois a quantidade de jogadores que podiam participar na quarta não era o suficiente, assim tínhamos que jogar em ambas as posições.

Kel e eu somos do ataque e caímos no mesmo lado. Darian também é, mas hoje ficou no B. Garret era o mais corpulento daqui e nosso melhor na defesa, e hoje jogava no A, junto comigo.

— Vamos torcer para que o Alex seja carinhoso conosco como foi com a garota aquele dia, aqui dentro — Darian disse como quem não queria nada.

Eu lhe ofereci um sorrisinho — Você sabe que eu sempre sou carinhoso com você — pisquei e praticamente todos os presentes riram, a alegria de Darian sumiu no mesmo segundo, enquanto ele mandava eu me fuder.

Se aproximou de mim e disse de forma que só eu pudesse ouvir — Espero que seja carinhoso com ela no sábado também — Vestiu o capacete e deixou o vestiário com um tapinha no meu ombro.

E Latrel continuava insistindo nesse assunto — PRA CIMA A! SEM CARINHO! — Gritei e os demais me acompanharam gritando de volta e gargalhando. 

Saímos para o campo em meio a urros de incentivo e dei uma olhada em volta das arquibancadas, procurando por nada em específico. Com exceção de Lotte, que agora nos assistia, estavam todas vazias por ser uma tarde de quarta.

Começamos a aquecer e a partir dali, esqueci de todo o turbilhão de merda que espreitava minha vida.

💛

Fui até o carro buscar uma roupa limpa que não fosse conjunto social de escritório e nem o uniforme suado que ainda vestia. Peguei a mochila preta no banco de trás e estava prestes a fechar a porta, quando voltei e levei a garrafinha ainda lacrada — com o suco de maçã preferido de Charlotte — junto.

Passando em frente ao ginásio de esgrima, coloquei uma das alças no ombro enquanto abria a garrafa, prestes a levá-la até a boca, abaixei a mão com o suco, considerando a possibilidade de entrar para ver Noah, faziam três semanas que eu não o assistia praticar.

Dezessete dias para amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora