8

2.4K 151 8
                                    

Chego em casa igual a um trapo velho inútil

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Chego em casa igual a um trapo velho inútil.

Subo diretamente para o banheiro e tomo um banho longo na esperança que a sujeira saia do meu corpo juntamente com o cheiro de merda de vaca e pena de galinha.

Fui obrigada a apanhar os ovos com as galinhas bicudas que me machucaram diversas vezes, limpei o chiqueiro, alimentei os cavalos, lavei um deles e ainda tive que subir em uma árvore enorme para retirar o gatinho que ficou preso lá.

Isso é algo que se faça com uma moça tão delicada quanto eu?

—Achei que ficaria até as seis.—Vovô aparece no batente da porta alguns minutos depois.—Ainda são uma da tarde.

Suspiro.

—Terminei tudo ás onze, mas ficamos para almoçar e conversar.—Explico.—Joe disse que meu horário será esse.

Vovô sorri de um jeito estranho.

—Entendo. Descanse um pouco.—Eu assinto.

Não sei exatamente o horário que acordei após minha "soneca", pois estava cansada demais para sequer olhar no celular.

Comi o resto do jantar que minha avó guardou na geladeira e tomei um copo de água gelada. Depois de escovar os dentes, deito novamente na cama e não demoro muito tempo para pegar no sono.

As cinco da manhã estou caminhando em meio a neblina para passar pela porteira e entrar na propriedade dos Costello.

Joe está me esperando de braços cruzados e olhar astuto na entrada do barracão onde minhas amigas vacas estão.

Nas mãos há dois copos de metal.

—Bom dia.—Cumprimento bocejando.

—Bom dia.—Devolve no tom grosseiro que já estou me acostumando.—Hoje vou te acompanhar nas tarefas. Ontem estava muito ocupado.

Explica sua ausência em repetidos momentos no dia anterior. Eu nem me importara, se quer saber. Como disse: Prefiro falar sozinha a ter que falar cinco minutos com Joseph Costello.

—Me virei muito bem sozinha.—Murmuro.

Ouço seu suspiro.

—Começamos com a Lola.—Aponta para a senhora vaca número 1.

—Ela se chama Lola?—Pergunto com um sorriso e me sento no banquinho de madeira.—Esse nome é tão fofo, Lola.

Acaricio seu pelo macio.

—Foi minha mãe quem deu.—Joe conta se sentando ao meu lado e me entregando um dos copos.—Já tomou leite assim, patricinha?

Reviro meus olhos.

—Não sei se sabe, mas passei metade das férias de verão no sítio.—Informo óbvia.—Inclusive o senhor me via nas várias vezes que eu o procurava para chamá-lo para brincar.

Sob o Céu do TexasOnde histórias criam vida. Descubra agora