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Analiso meu próprio reflexo no espelho e dou uma voltinha, ainda insatisfeita com minha roupa

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Analiso meu próprio reflexo no espelho e dou uma voltinha, ainda insatisfeita com minha roupa.

Depois de ontem, depois de Marianne, sinto que algo em mim mudou e uma insegurança estranha se apossou de mim.

Não faço parte desse mundo e mesmo assim estou aqui vestindo calça jeans larga, botas countrys e com o cabelo preso em uma trança lateral.

A blusa branca de tecido fino tem alguns botões abertos, deixando a mostra minhas joias pratas no pescoço. Na cintura acabei por colocar um cinto de couro que peguei em uma lojinha na cidade.

Suspiro.

—Uau, Lotte.—Vovó aparece na porta do quarto com um sorriso largo.—Você está linda, querida.

Eu assinto suspirando.

—Eu acho que estou.

Sorrio fraco.

—Vai até o rodeio?—Ela pergunta com os olhos curiosos me analisando.—Com o Joe?

—Sim, mas nada de sorrisos maliciosos.—Aponto para o seu rosto me virando de costas enquanto ouço sua gargalhada.—Somos amigos agora.

Bom, nem sei se somos realmente amigos. Ele parece mais próximo de suas galinhas do que de mim, e isso me deixa puta.

Aquelas galinhas descontroladas tem mais atenção dele do que eu.

—Eu não falei nada.—Vovó levanta os braços em rendição.—Aproveite bastante. Precisa de alguma coisa?

Eu nego terminando de passar meu perfume caro, que já está em seu fim.

—Não, vovó. Está tudo bem.—Sorrio indo até ela e deixando um beijo rápido em sua bochecha.—Prometo não chegar tarde. Dê um beijo no vovô por mim.

Ela assente arrumando minha trança com carinho.

Quando os vejo assim tão carinhosos comigo, sinto vontade de esconder todos os meus erros embaixo de um grande tapete.

Queria nunca decepcioná-los.

Mas eu sou a Charlotte Peterson. É claro que eu vou os decepcionar.

Entro no meu conversível ligando a música mais country possível no rádio e sigo dirigindo por uma estrada de terra desconhecida que Joseph me explicou por mensagem hoje.

Não é muito longe de onde moramos, e quando me aproximo do lugar, posso ver inúmeros carros estacionamos do meio do pasto e da terra, com uma grande estrutura mais a frente.

Há um tipo de arquibancada montada ao redor de um tipo de arena redonda com areia no meio. Há várias porteiras de ferro escuro pintadas com muitas logos de empresas famosas.

Há dois telões em cada lado da arena. De um lado há um caminhão com muitos equipamentos e do outro há uma ambulância de portas abertas e vários profissionais da saúde ao seu redor.

Rodeios são tão perigosos assim?

Não que eu nunca tenha assistido algum na internet, mas ainda não sou capaz de dizer muitas coisas sobre isso.

Na minha cabeça ficar oito segundos em cima de um touro é fácil.

—Você tá aqui.—Ouço uma voz atrás de mim e me viro em tempo de ver Joe Costello me encarar com seus olhos azuis menos tempestuosos hoje.

Ele fica sexy com o colete cobrindo seu peitoral e a estranha coisa de couro por cima de sua calça.

—Oi.—Sussurro sem ar nos pulmões.—Aqui está cheio.

Coloco minhas mãos na cintura tensa e olho em volta, antes de sorrir para Joe.

—Você tá...—Ele passa seus olhos por todo o meu corpo, até parar no meu rosto novamente.—Devo agradecer por não ter vindo com aquele chapéu ridículo.

Arregalo meus olhos e empurro seu ombro.

—Ei! Aquilo é estiloso, só pessoas inteligentes entenderiam.—Falo piscando lentamente.

Joe gargalha.

Uma risada boa de se ouvir, uma que eu nunca tinha ouvido antes.

—Se fosse realmente inteligente, teria jogado aquela merda no lixo.—Provoca e então mostra as mãos que estavam o tempo inteiro nas costas e eu não consigo conter o sorriso.—Por isso trouxe esse para você.

Ele ergue o chapéu preto, de um tamanho menor que o seu próprio. Há uma fita prata passando pela copa.

—Joseph.—Falo seu nome em um sussurro.—É lindo. Parece com o seu.

Me aproximo um passo, fazendo com que nossos corpos fiquem mais próximos, apenas com o objeto nos distanciando.

—É igual.—Ele fala e ergue o chapéu até minha cabeça, o encaixando perfeitamente e deixando um toque delicado com a ponta dos dedos no meu nariz.—Agora você está pronta para o rodeio, patricinha.

Ele tomba a cabeça para o lado me encarando profundamente, enquanto um sorriso se alarga no meu rosto.

Talvez ele goste um pouquinho de mim. Não tanto quanto das galinhas (aquelas vacas nojentas), mas ainda sim gosta.

—Me sinto pronta.—Falo animada.—Vamos ser se você é tão bom quando diz ser. Já vou logo avisando que serei insuportável caso perca.

Ameaço e ele passa a mão na barba castanha curta.

—Você já é insuportável, Charlotte.—Rebate.—Não acho possível ser mais do que já é.

Bato meu pé no chão incrédula e cruzo meus braços junto ao peito enquanto ele se derrete rindo da minha cara.

—Vocé um grande babaca.

Antes que eu possa perceber, Joe tira seu próprio chapéu preto e se curva diante de mim, deixando um beijo carinhoso na minha bochecha.

—Eu gosto assim.—Declara rouco.—Te vejo mais tarde.

Joe se vira e vai andando com meu ar e as batidas do meu coração presos a ele.

Joe se vira e vai andando com meu ar e as batidas do meu coração presos a ele

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