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Trabalhei a semana inteira com Joe, mas não pude ter sua companhia como na terça-feira

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Trabalhei a semana inteira com Joe, mas não pude ter sua companhia como na terça-feira. Ele passou a maior parte do tempo organizando coisas com seus irmãos e com a mãe.

Não sei o que é, mas talvez tenha relação com o pai doente.

Vovó me disse que o homem adoeceu há alguns anos, e que a situação tem piorado ao decorrer do tempo.

Hoje é um sábado ensoralarado, e mesmo com uma imensa vontade de pular na piscina dos fundos da casa, eu visto uma roupa fresquinha e vou para a garagem me encontrar com o senhor Rabugento Costello, para poder arrumar meu pobre carro.

Eu fico levemente sem ar ao vê-lo de calças e uma regata preta deixando seus músculos de fora. Ele caminha com sua caixa de ferramentas na mão e para em minha frente retirando o chapéu da cabeça e colocando no banquinho.

—Bom dia.—Cumprimenta.—Sua cara está péssima.

Reviro meus olhos perdendo todo o encanto.

—E a sua está péssima todos os dias.—Rebato.—Seu folgado!

Resmungo a última parte bem baixinho.

—Eu odeio conversíveis.—Murmura encarando meu fofinho.

—Você odeia tudo que é bom e bonito.—Contraponho me sentando no balanço de frente para ele.

—São os carros mais perigosos do mundo.—Diz cheio de si, abrindo o capô do meu bonitinho.—Caminhonetes são melhores.

—Para pessoas rabungentas as caminhonetes são perfeitas mesmo.—Afirmo lixando minha unha.

—Pessoas rabugentas?

Assinto óbvia.

—Precisa ter espaço para caber tanto mal humor e grosseria.—Explico cínica.

Joe revira os olhos e começa a mexer no motor do carro.

—Sabe que um carro precisa trocar óleo e colocar água, não sabe?—Pergunta limpando as mãos sujas na calça.

Eu faço uma careta.

Isso não pode ser verdade. Já temos foguetes no mundo, mas ainda precisamos de coisas como troca de óleo? Absurdo!

—Deveriam criar um carro que não precise de nada disso.—Resmungo.

—Existem.—Joe fala.—Mas se não tem três mil dólares, imagine dinheiro suficiente para comprar um desses.

Arregalo meus olhos e me levanto desacreditada.

Joe não tem a mínima educação para falar com alguém, mesmo as mulheres.

—Seu babaca.—Grito.—É um grosseiro mesmo.

Joe ri.

Sim! Ele ri.

Sob o Céu do TexasOnde histórias criam vida. Descubra agora