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Dirigindo pela estadual com a música "Last Night" do Morgan Wallen tocando o volume máximo

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Dirigindo pela estadual com a música "Last Night" do Morgan Wallen tocando o volume máximo. Meu conversível Mercedes ronca o motor na estrada vazia, quase se curvando para me agradecer por usar toda a sua potência depois de tantos meses parado na garagem da casa dos meus pais em Austin.

A paisagem é nada mais, nada menos que uma vegetação desértica. Há grama seca e levemente esverdeada com cactos espinhosos e muitas árvores de casca grossa.

Nada muito diferente da Califórnia no verão.

Adoro viajar sozinha com meu carro legal e com a música alta. Sei que um Mercedes dos anos 2000 não deveria ser motivo de orgulho, mas ainda sim é um conversível de uma marca cara.

Gosto de carros assim, pois não há nada melhor que dirigir no verão com os cabelos voando ao vento, a música ecoando e os óculos escuros tapando a luz forte do sol.

Quando avisto a placa sinalizando a entrada para a fazenda dos Costello, família rica que faz divisa com o sítio dos meus avós, diminuo a velocidade.

O sítio tem o meu nome!

Vovó o comprou no mesmo ano em que minha mãe ficou grávida, e assim que decidiriam meu nome, eles registram como nome do sítio também.

Charlotte.

Suspiro.

Assim que adentro a estrada asfaltada e fodidamente boa, não resisto em olhar para o vizinho rico. A propriedade é imensamente grande, e há tantas pessoas trabalhando por ali, que as vezes penso ser uma fábrica.

Vovô mencionou que essa é uma das fazendas milionárias do país, e eles apenas criam cavalos de equitação, touros para competições e vacas para laticínio. Além de terem uma parte apenas para a vinícola.

Suspiro.

A estrada segue com a sombra sendo feita pela copa das árvores gigantescas, o cheiro bom me faz sorrir nostálgica.

A música se sobrepõe ao som da natureza, o que não é de todo ruim. Vacas berrando (não sei o que ela fazem, acho que é berrar), porcos roncando, pássaros piando e a droga de mosquitos zunindo não é algo agradável.

Prefiro a voz pacífica do The Weekend em Glade You Came estourando o silêncio entendiante durante todo o percurso.

Leva dez minutos exatos para que eu chegue a porteira do sítio. É de madeira lisa, pintada em um branco gasto. Ainda posso ver minhas iniciais no canto superior e as da prima Betty no outro lado.

Bons tempos.

Antes de descer para abrir e entrar, olho ao redor verificando se não vem ninguém na estrada, então desligo o motor e posiciono meu espelho no painel.

Começo a dividir meu cabelo e tranço os fios de um lado, os amarrando com pequenos elásticos pretos.

Amo a vibe menina de interior.

Sob o Céu do TexasOnde histórias criam vida. Descubra agora