34 | Memórias

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― Chegamos! Veja, estão em construção finalmente

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― Chegamos! Veja, estão em construção finalmente... ― abriu os braços me mostrando aquele imenso campo verde que parecia estar em reforma com alguns trabalhadores ao fundo montando algo assim que entramos no gramado. ― É aqui onde nós tivemos uma conversa decente pela primeira vez.

― Aqui?

― Sim! Te lembra algo?

― Exatamente aqui mesmo?

― Consegue lembrar disso?

― O lugar não me é estranho e tenho a sensação de já ter vindo a esse canto, mas não consigo caçar na memória quando estive aqui.

― Isso já é um avanço, porém se te ajuda em algo, foi ao lado daquela árvore e corrimão velho que eu disse que o queria pela primeira vez. ― soltou-se do meu braço quando tirou seus sapatos dando um sorriso aconchegador, ela parecia mais empolgada agora do que antes no enterro e isso era bom, muito bom. ― Tudo aconteceu depois que você me trouxe de bicicleta, estávamos na festa dos nossos afilhados e...

― Amy e Axel?

― Isso mesmo! Você me trouxe para ver o pôr do sol, tentei te convencer a contar sobre algumas lembranças que tinha tido, mas você negou quando questionei. Em seguida, me disse que me levaria para jantar e eu atrevidamente disse que queria você... Sua mente sabe o que veio depois e no final quase fomos pegos.

― Nossa, parecem coisas demais para assimilar de uma só vez. ― balancei a cabeça tentando pegar cada coisinha dita por ela. ― Tudo o que vivemos foi tão intenso assim?

― Tudo contigo é intenso, Avellar. Não foi só uma vez que você foi capaz de me tirar um sorriso bobo e ao mesmo tempo me deixar totalmente irritada com suas bobagens idiotas. Contudo, sinto que talvez, essa seja a hora de nós tentarmos manter distância.

― O quê? Por que isso agora? ― tive coragem para me aproximar dela, tocando as laterais das suas bochechas vermelhas. ― Por que está dizendo isso?

― Seu pai quer que eu me afaste de você, e te vendo tão vulnerável agora, acho que a vida que você deseja não é comigo.

― Que se foda o meu pai, Elizabeth! Como pode dizer algo assim sem me dar a chance de te conhecer melhor?

― Você já me conhece, Victor. ― suas íris encheram-se d'água, logo ela disfarçou o ocorrido. ― Me conhece tão bem que tenho medo que nunca mais se lembre de mim.

― Eu quero me lembrar, eu quero, mas tudo tão confuso.

― Tente por mim, porque mesmo que eu diga, acho que não será o suficiente. ― segurou minha mão antes de me puxar para uma arquibancada que tinha cheiro de tinta fresca. ― O dia está fechado, eu sei, porém acho que conseguimos ver o pôr do sol assim mesmo.

― Quer refazer o encontro que tivemos? Me parece uma ideia de girico, mas não é tão ruim assim.

― Não foi bem um encontro, sabe...

MEU DESEJO TENTADOR - livro 2 da série: Os AvellarOnde histórias criam vida. Descubra agora