20 | Minha luz

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boa leitura, minhas raposinhas.

Minha garganta se mantinha fechada, nenhuma passagem de ar circulava pelos meus pulmões e tive a impressão que a qualquer momento desmaiaria se Victor não estivesse segurando meu rosto para cima, soprando o ar quente da sua boca no meu nariz

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Minha garganta se mantinha fechada, nenhuma passagem de ar circulava pelos meus pulmões e tive a impressão que a qualquer momento desmaiaria se Victor não estivesse segurando meu rosto para cima, soprando o ar quente da sua boca no meu nariz.

― Respire, por favor, amor. Conte comigo, ok? ― pediu, segurando meu queixo para cima e eu assenti. ― Um... Dois...

― Três...

― Isso mesmo. Respire. Quatro...

― Cinco...

Sua mão massageava minhas costas em movimento circulares, enquanto minha respiração tentava voltar ao normal. Puxei uma grande quantidade de oxigênio, contendo os tremores das minhas mãos.

Suspirei mais uma vez, mordendo o meu lábio inferior tentando acalmar uma crise que eu nem sabia que era algo que poderia acontecer comigo. A outra palma livre dele foi de encontro a garrafa de chá, trazendo o líquido até mim.

― Beba mais um pouco. Não é água, mas vai te fazer bem. ― pôs o copo na minha boca. ― Isso, minha raposinha. Beba devagar.

Fiz o que ele mandou apreciando o chá descendo como um verdadeiro calmamente para os meus nervos. O olhar de preocupação em seus olhos fez meu peito se apertar por estar o preocupando com algo que eu nem sei se pode ser verdade.

Há alguns anos eu conheci um garoto, é verdade, mas não me lembro perfeitamente do seu rosto, e era frustrante ter que pensar que ele era apenas um amigo imaginário e que nunca existiu, porém, quando Victor descreveu a menina dos seus sonhos tive quase certeza de que era eu.

Pelo menos o vestido e o laço no cabelo lembraram bastante com uma roupinha que eu nunca parava de usar quando morávamos na cidadezinha da Philadelphia com meus pais. Eu ainda era nova quando os dois resolveram mudar para Nova York depois que se formaram em medicina juntos. Lá eu tive uma vida tranquila, a tia Jhina, irmã da mamãe, sempre me deixava ficar na sua casa quando os dois iam para faculdade.

Lembrava-me perfeitamente do dia que íamos fazer um piquenique, fiquei com a obrigação de colher as maçãs até encontrar um garoto sentado debaixo de uma macieira, depois que me sentei ao seu lado e conversamos, eu o abracei por ele estar triste com alguma coisa, porém, seu surto de choro aconteceu e o vi correr para longe, sem ao menos me deixar dizer o meu nome. Queria muito saber o que havia acontecido com ele, já que nunca mais o avistei por aquele lugar, e descobrir que ele pode ter sido o cara por quem eu nunca quis um contato sequer me deixa ainda mais angustiada.

― Você se sente um pouco melhor? ― deslizou sua mão no meu rosto à procura de algo que eu não sabia o quê, mas sentia preocupação no gesto.

― Um pouco. ― funguei o meu nariz. ― Posso... Eu posso ser essa garota dos seus sonhos, Victor. Tenho quase certeza que sou, e se eu acabar confirmando minhas suspeitas, irei me condenar por ter sido tão dura com você desde que te encontrei outra vez. ― cuspi as palavras, sentindo uma tristeza imensa.

MEU DESEJO TENTADOR - livro 2 da série: Os AvellarOnde histórias criam vida. Descubra agora