Capítulo 7

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No outro dia..

Acordo cedo, lembrando da noite de ontem e deixo escapar um pequeno sorriso, não posso negar que minha saída foi boa. Logo meu sorriso some, quando lembro que desobedeci as ordens de meu pai, saí escondida e ainda peguei um dos cavalos do reino, porém, o sentimento de alegria é maior do que o de culpa, então se for para me sentir viva de novo, sinto muito papai, mas quebrarei suas regras.

Me levanto e vou até a janela, abrindo as cortinas e deixando a luz quente do sol entrar.

- Bom dia sol. - Nunca dei bom dia ao sol, mas senti que hoje ele precisava desse privilégio.

Abro as janelas e logo o ar frio da manhã invade meu quarto, o que estranhamente me fez lembrar do colar que Miranda me deu. Vou até a gaveta onde está o colar e a destranco, quando abro vejo uma luz muito forte, tão forte que parecia que estava olhando diretamente para o sol.

- Ai meu santo Deus! - Falo alto e fecho a gaveta com força, então coloco as mãos nos olhos. - Ai meus olhos! - Dessa vez falo mais baixo e tiro as mãos dos olhos, conseguindo enxergar bem de novo. - Será o colar? Mas como pode? Até ontem estava apagado. - Me pergunto, e pela curiosidade, abro a gaveta mais uma vez, mas não olhando diretamente para dentro dela, tinha que saber se a luz tinha acabado, mas infelizmente não acabou, então fecho a gaveta de novo, estou vendo que será difícil desvendar esse mistério.

Ouço passos vindo de fora e logo escuto a voz de Joana.

- Princesa Amara? - Joana diz ainda fora do quarto, então tranco a gaveta e coloco a chave de baixo do meu colchão, assim ninguém achará. - Princesa? - Ela bate duas vezes na porta.

- Pode entrar Joana, estou acordada. - Me sento na cama e logo Joana entra, já me fazendo uma reverência.

- Bom dia vossa alteza. - Joana diz se aproximando.

- Bom dia Joana, tudo bem?

- Sim, está tudo bem, mas vim lhe chamar para o banho, seu pai irá sair e pediu para que a senhorita o acompanhasse no café. - Joana pega em minha mão, me fazendo levantar.

- Mas por que tanta pressa? Hoje nem é dia de meu pai ir ao vilarejo.

- Creio que ele não irá para lá, e sim um lugar mais distante, por via das dúvidas, pergunte a ele, certo? Vamos para o banho. - Joana me tira do quarto e seguimos para o banho.

Alguém que não me conhece, perguntaria o porquê de tanta felicidade em sair do castelo, eu responderia que não me sinto livre o suficiente, mas alguém continuaria dizendo que não teria motivos para isso. Ser princesa é algo incrível, tenho um lugar grande para morar, comida em fartura, bebidas, roupas, livros, carruagens... Mas também, não posso sair, tenho horários para tudo, todos estão me vigiando a toda hora, e tenho alguém para me lembrar de tomar banho; parece bom, mas se estivesse no meu lugar, se sentiria sufocada como eu.

[...]

- Soube que o senhor irá sair. - Digo, enquanto tomo um pouco de meu chá e papai toma seu café, estamos na nossa grande mesa.

- Irei, e provavelmente chegarei à noite.

- Para onde vai? - Pergunto curiosa.

- Um reino vizinho tem coisas a nos oferecer, então irei para saber de tudo.

- Parece importante.. tome cuidado, papai. - Digo e ele me olha.

- Tomarei cuidado, estarei acompanhado pelos guardas e será uma viagem tranquila.

Uma ideia me surgiu..

- Ficarei mais tranquila então.. e papai, tenho uma pergunta.

Em um reino distante..Onde histórias criam vida. Descubra agora