Capítulo 5

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A noite do dia seguinte...

O relógio marca oito, papai já está em seus aposentos, e eu já estou quase pronta para seguir os caminhos do mapa, estou mais determinada que nunca! Coloquei o meu vestido menos chamativo, ele não era armado e tinha cor neutra, eu me passaria tranquilamente como uma nobre, assim como os outros de lá.

No vilarejo, ninguém sabe quem eu sou, quer dizer, todos sabem que tem uma princesa chamada Amara, filha da rainha Adhara e do rei William, mas ninguém nunca me viu para saber se sou ou não a princesa, isso me traz uma grande vantagem, vou poder caminhar nas ruas sem medo de ser pega. Quando o castelo está em silêncio, percebo que essa é a hora de ir, então pego minha capa e saio do quarto em passos rápidos, não posso deixar que ninguém me veja saindo às escondidas como uma fugitiva.

Esse horário foi o melhor que escolhi, todos já estavam em seus aposentos e não via nenhuma alma viva, o que me encorajou mais a sair. Não vou pelo portão principal, os guardas estão lá e nunca me deixariam passar sem as ordens de papai, então escolhi outro lugar, a cozinha, desde pequena soube que lá tinha um pequena rachadura na parede, rachadura a qual foi aumentando e acabou fazendo um buraco, papai pediu para concerta-lo, mas eu sabia que aquele buraco teria uma finalidade, então o quebrei mais uma vez, conseguindo tirar e colocar os tijolos no mesmo lugar.

Já fora do palácio, vou até o cavalo que deixei na parte de trás do castelo essa tarde, deixei tudo bem preparado para minha saída, parece até que já saí mais vezes. Solto o cavalo e o levo até perto do portão de saída do castelo, como esperado, os guardas já estavam fazendo a vigia, mas eu sabia como distraí-los.

Pego uma grande pedra e volto para trás do castelo, jogando ela na bandeja de ferro que deixei no chão, o barulho foi estrondoso, então corri para perto de meu cavalo mais uma vez, chegando lá e vendo e vendo que os guardas tinham ido pelo lado contrário de onde estou, me dando total liberdade para ir, então montei no cavalo, e o fiz correr mais rápido que nunca, em alguns minutos já estava no meio da ponte para ir até o vilarejo.

Eu estava tão entusiasmada com a saída, tão aventureira, que esqueci o mapa em meu quarto.

- Mas que azar! Logo o mapa?! - Falo com raiva, mas logo me acalmo. - Tudo bem, o mapa não mostra as ruas que devo ir, então só perguntarei onde encontro Miranda, alguém deve saber. - O cavalo volta a correr e depois de alguns longos minutos, chegamos ao vilarejo.

Nunca vi lugar como aquele, pessoas na rua conversando, música, crianças correndo, não sei por que papai não me deixava vir aqui, parece tão divertido e caloroso!
Desço do cavalo e o amarro na cerca da primeira casa perto da ponte, não terá problemas se eu o deixar aqui.

Tirei meu capuz e comecei a andar pelas ruas agitadas do vilarejo, ninguém parecia se importar com minha presença, o que me deixou muito feliz, pensando que sou uma pessoa comum no meio de outras pessoas comuns. Eu poderia passar horas aqui escutando a música e vendo as pessoas, até que uma criança esbarra em mim.

- Ah, me desculpe, moça bonita, não a vi aí, prestarei mais atenção! - A criança diz com um sorriso, mostrando seus dentes faltando na boca, isso me fez rir.

- Tudo bem pequeno, pode voltar a brincar. - Passo a mão em sua cabeça e logo ele volta a correr com as outras crianças, deve ser divertido.

Volto a andar, e agora é a hora de perguntar se alguém sabe dessa Miranda, o primeiro homem que passou por mim, eu o perguntei.

- Boa noite senhor, poderia me dar uma informação? Estou procurando a casa de Miranda, sabe onde fica? - O homem mais velho me olha dos pés à cabeça e com um tom de riso diz:

Em um reino distante..Onde histórias criam vida. Descubra agora