Zoikáli queria que os humanos desbravassem os mares de Thalássios, mas não sabia o que poderia fazer para que ele permitisse tal coisa. Então ela teve uma idéia, criou uma mulher que não precisava de oxigênio, parecida com os Jaifusas de Chóros; ela recebeu o nome de Anfitrite, e foi dada para Thalássios, em troca Zoikáli pediu que os humanos pudessem desbravar os mares. Thalássios achou a mulher fofa, ainda que fosse pequena demais para que ele ficasse em sua forma original, ele concedeu o desejo de Zoikáli, mas avisou que os humanos teriam que se esforçar para adquirir o conhecimento dos abismos marinhos.
Ela ficou tão feliz, que além de longas sessões de abraço sempre que vê seu irmão[e uma bóia de borracha de patinho que ele se recusou a jogar fora e a tirar do seu corpo, pois foi o único 0presente que Zoikáli lhe deu], ela prometeu criar criaturas anfíbias, além de alguns répteis que viveriam na água, e vários outros tipos de peixes para popular o mar.
Thalássios e Anfitrite tiveram um bom casamento, mas desde o início Thalássios sabia que aquela felicidade não duraria, pois Thanátos o havia avisado que por mais que desejasse a felicidade de seu irmão, não poderia abençoar algo que nasceu de uma troca.
Com Anfitrite, Thalássios teve 2 filhas, Oceanidê e Talassa. O deus dos mares claramente tinha um favoritismo com sua filha mais velha, desde o nascimento dela até suas primeiras palavras, ele sempre ficava ao lado dela, mesmo quando ela estava errada, ele preferia ficar ao lado dela do que ficar com sua esposa. Anfitrite começou a sentir ciúmes dessa relação tão próxima que ele tinha com filha, ela não era exatamente a melhor mãe do mundo, ainda que suas filhas lhe amassem muito mesmo assim; ela tinha sido criada especialmente para ser esposa de Thalásios e ele preferia ficar ao lado da Oceanidê?!
Inicialmente ela apenas se calou, não queria que seu marido ficasse bravo, mas Aisthima, Thlípsi, Saloni e Fóvos se organizaram e encheram a cabeça dela de paranoías, um medo constante de ser abandonada e substítuida consumiu sua mente e sua alma, a inveja, raiva e rancor sob sua filha apenas cresceu com o passar dos anos, e sua tristeza não poderia ser medida ou contida.Um dia, enquanto Thalássios estava em Locto para ajudar Chóros com algumas nascentes, Anfitrite chamou suas filhas; ela pediu que Talassa cuidasse dos golfinhos que estavam na época de acasalamento, garantindo que eles tivessem uma parceira, e Oceanidê iria ajudá-la a cuidar de alguns ovos de tartaruga que estavam na praia ao sul.
Inocentemente, a Oceanidê de apenas 16 anos foi com sua mãe, sem saber o perigo que lhe aguardava, ela adorava poder passar tempo com sua amada mãezinha, e tinha planos de fazer uma coroa de pérolas para ela assim que as ostras finalizassem a criação de tais. Quando a última tartaruga conseguiu chegar no mar Anfitrite chegou por trás de sua filha, e antes que pudesse se virar para trás Oceanidê sentiu as mãos de sua mãe lhe rodearem o pescoço afundando sua cara na areia e o impacto a fez perder a consciência. Os deuses não esperava por aquilo, mas Thlípsi foi o único a buscar ajuda para a pobre garota.
Achando que sua filha estava morta, Anfitrite procurou algo afiado para poder cortá-la e jogar sua carcaça para os tubarões brancos que ficavam próximos a costa. Porém Zoikáli a impediu de fazer isso, Thanátos também apareçeu apenas para terem certeza de que a jovem não estava morta; Enquanto ele falava com os culpados por toda essa bagunça Zoikáli conversou com Anfitrite."Por que fez isso?" A deusa perguntou, procurando ser paciente com a mulher, afinal acreditava que aquilo era culpa dos outros. Mas para sua surpresa e nojo, Anfitrite confessou que planejava mentir para Thalássios e matar Talassa, dizendo ainda que mataria todas as suas filhas se fosse preciso, pois jamais deixaria alguém tomar o lugar que é seu por direito.
"Ela não vai habitar o tártaro." O deus da morte afirmou enojado, se recusando a seu primeiro habitante ser uma monstruosidade como aquela.
"O que? Então o que eu faço com ela?!" A deusa da vida teve um pequeno lapso de desespero, antes de retomar sua postura séria.
"As vezes viver é pior do que morrer." Saloni comentou, deixando os gêmeos irritadas.Zoikáli não viu outra saída além de deixá-la viver, mas não sem amaldiçoá-la, transformando-na em uma Vespa-do-mar, condenada a passar seus dias na água sem poder chegar perto de nenhum animal sem matá-lo, e ainda assim, jamais conseguiria matar seus próprios descendentes. Ela perderia seu trono, seu marido, suas filhas e sua vida, passando o resto da eternidade apenas gestando novas medusas.
Depois de tudo o que ocorreu Thalássios não quis mais se afastar de Oceanidê, passando para ela o título de rainha dos oceanos fazendo-a como sua esposa, dando para ela uma coroa de pérolas, e seu tridente para que ninguém pudesse machucá-la, eles se foram para o lugar mais profundo do oceano;Talassa por sua vez, sentiu raiva de sua irmã por deixá-la sozinha na superfície, tendo que tomar conta de todos os filhos que Oceanidê teve.
Mas aceitou seu destino sem reclamar,e centenas de anos mais tarde se apaixonou por um humano, ao qual constituiu uma família.