4. Um inseto atraído por luz

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     -Você sabe que não tem problema nenhum namorar com o Song Mingi, nosso casamento é arranjado, você pode gostar de outras pessoas.

-Mas eu não gosto dele. Não dessa forma.

San o encarou, com os olhos um pouco arregalados, surpreso.

-Ah...não?

Yeosang deu um risinho, sem acreditar. -Não, Choi San, não precisa desse show de ciúmes.

      Choi corou. Ele riu, sem acreditar. -Ciúmes? Eu não sinto ciúmes.

      -É o que, então? Inveja? Você queria namorar com o Mingi ou algo do tipo?

     San começou a gaguejar. -Que? Não! Desde quando, eu...- Ele riu. -Nunca.

      Yeosang sorriu, San focou no sorriso, um pouco surpreso.

      -Tanto faz. Vou pro quarto, não entre. Vou trocar de roupa, essas estão cobertas de suor...

     -Yeosang. - San o chamou quando Kang seguia na direção das escadas. Os dois se olharam. -Você sabe que o que eu disse sobre relacionamentos extra-conjugais é verdade, né? Não tem problema se você namorar com alguém, ou-

     -Você vai ficar com ciúmes se eu fizer isso?

     -Não, claro que não.

     -É uma pena. - Yeosang deu um sorrisinho. -Você fica fofo com ciúme.

      San arregalou os olhos e ficou todo vermelho. Abanou o próprio rosto para afastar o calor. Yeosang seguiu pelas escadas e foi até o quarto.

      Choi se virou para frente, para a TV, mas se concentrou nas próprias mãos.

      Merda, era óbvio que ele estava com ciúmes, ele queria ser Mingi em uma situação como aquela, queria ter Yeosang por perto, ter a atenção dele...

      Por que ansiava tanto por aquela atenção? Ele sentia tanta inveja? Seu único trabalho era cuidar de Yeosang e mantê-lo seguro, então por que queria tanto que Yeosang fizesse o mesmo por ele?

      -Merda, Choi San. - Ele passou as mãos pelo rosto e pelos cabelos, franziu a testa e reclamou. -Você é muito burro, a última coisa que você podia fazer você fez!

     No andar de cima, Yeosang tirou suas roupas suadas e as deixou no cesto de roupa suja. Ele se olhou no espelho e observou as feridas em suas pernas, além das cicatrizes por todo o corpo. Ele se virou de costas e olhou por cima do ombro, encarando o símbolo marcado na parte inferior das costas.

      Aquilo nunca iria sair?

     -Melhor tomar um banho mesmo. - Ele murmurou para si mesmo, foi até o banheiro e pegou alguns sais de banho. Ele não sabia como funcionava, mal tomava uma ducha na casa antiga, quem dirá fazer todas essas frescuras de banheiras que San costumava fazer?

     Ele virou diversos pacotes, já que não parecia ser suficiente nunca. A água mudou um pouco de cor e ele concluiu que já era suficiente.

     Entrou devagar, um pé, depois o outro. Ele se sentou na banheira e ficou encarando o azulejo da parede.

     -Grande merda, cadê a graça desse caralho?- Ele olhou ao redor, como se algo fosse mudar. -Nem tem cheiro direito.

      Yeosang balançou as mãos na água e os sais se espalharam, um cheiro muito forte de perfume subiu, ele tapou o nariz, sensível.

      Ele odiava cheiro forte, mas agora não tinha o que fazer. Yeosang tentou colocar alguns punhados de água rosa e azul para fora da banheira, mas não adiantou muito.

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