8. De amor a amor

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     Yeosang e San saíram do labirinto juntos, os ombros encostando e e as mãos se tocando de leve. Kang admitia, ele não estava prestando muita atenção no que San falava sem parar.

      -Daí disseram que não funcionava assim. Entendeu, né?

     -Claro. - Yeosang deu um risinho. -Nada nunca funciona mesmo.

     -Você não parece prestar muita atenção no que eu estou falando.

      -É, eu admito. - Yeosang ergueu as mãos. -Quero te dar uma coisa que eu comprei de presente. - Kang tirou os chaveiros da mala e entregou para San, sorrindo. -Aqui. - Yeosang abriu um sorriso de orelha a orelha. -Eu comprei pra você.

      San ficou encarando a pequena bicicleta, curioso e...

     Emocionado.

     -Você pensou em mim? Comprou porque...pensou em mim?

     Yeosang segurou a mão de San e deixou a bicicleta na palma.

     -Acho que...eu poderia comprar coisas caras e luxuosas pra te presentear, mas eu achei tão a sua cara essa bicicleta, que...eu não sei, eu nunca senti isso antes.

     Uma felicidade genuína, uma vontade de ver, de estar perto.

    Yeosang não veio atrás de San porque estava entediado, ele veio porque queria ver San.

     Queria sentir ele o tocando, segurando sua cintura, beijando seu rosto...

      Não era hora disso, não era hora de pensar nessas coisas.

      -Nunca sentiu? Ahm...onde eu coloco o chaveiro? Não tenho uma mochila nem nada comigo.

      Yeosang pegou o chaveiro da mão de San e puxou o marido para perto pela cintura, ergueu sua camiseta e segurou entre os dedos uma das faixas usadas para colocar um sinto nas calças.

     Ele enganchou o chaveiro e sorriu, ficou fofo.

     -Pronto.

      -É um chaveiro de casal?

     Yeosang o olhou nos olhos e riu. -Ah, não, claro que não. - Kang revirou os olhos, rindo. Ele continuou caminhando e San veio logo a seu lado.

      -Por que veio até aqui? - San perguntou, curioso, olhando para Yeosang.

     -Vim ver o Mingi, ele vai jogar amanhã contra um time daqui.

     San parou de caminhar, olhando confuso para ele.

     -Ah, é sério...?

     Yeosang sorriu e segurou os ombros de San. -Claro que não! Eu vim te ver!

      San corou. -Ah, é....sério? Veio me ver?

     -Óbvio, vim te ver. - Yeosang abraçou San, mas se afastou logo. -Para onde está indo? Por que veio aqui? Disse que viria a trabalho e não teria tempo de fazer nada. - Kang fez um bico.

     -Fugi, na verdade. - San colocou as mãos nos bolsos. -Queria escapar dos negócios, estava cansado.

     -Precisa recarregar suas energias. - Yeosang sugeriu, sorrindo. -Você precisa descansar.

     San sorriu. -Eu sei, era isso que estava tentando fazer. Os labirintos sempre confundiram as pessoas, mas me tranquilizam. Eu acho que...eles são iguais às pessoas que eu amo, confusos, mas me confortam.

     Yeosang o olhou. Ele esboçou um sorriso e suspirou.

      -Eu entendi o que quis dizer...eu e sua mãe...

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