15. Amor verdadeiro

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-Fale logo o que você quer. - Yeosang falou, seu olho visível brilhava em puro ódio e decepção. San nunca imaginou fazer algo que machucasse tanto seu marido amado.

     -Eu...- Choi entrou e fechou a porta, Yeosang se afastou quando ele tentou segurar sua mão. -Yeosang...me desculpa.

      -Se desculpando...- Kang riu, sem humor. -Significa que você realmente fez coisas erradas.

      -Eu fiz, eu admito. Eu tive pena de você, como disse antes, mas eu não te usei como moeda de troca, essa nunca foi minha intenção.

     Kang se sentou na cama, os ombros pareciam pesar, seu cabelo balançou, longo até o fim do pescoço. A cabeça baixa e as olheiras lhe davam um ar ainda pior de tristeza.

      -Então qual foi? Eu não consigo entender.

      San se ajoelhou na frente do marido e segurou as duas mãos dele. Os dois se encararam, Yeosang firmou o olho nos de San, o observando por dentro da íris.

      -Seus pais vieram até mim e disseram que tinham um filho doente, um filho que nunca conseguiria um casamento se não fosse arranjado. Eu imaginei...você, sozinho, sem ninguém, por toda a vida. Eu estava na idade certa para um casamento, meu pai já havia me pedido sobre quando casaria diversas vezes...

     -Piorou. - Yeosang riu, de desgosto. -Agora você tá me dizendo que só casou comigo porque precisava de alguém pra chamar de marido.

     -Não foi isso, me escuta. - San pediu, quase como se implorasse. Yeosang ficou em silêncio. -Seus pais ajudaram minha família no momento que eles mais precisavam, anos atrás, quando a empresa quase faliu. Eles foram os únicos que nos apoiaram, investiram, acreditaram...meu pai estava à beira da depressão naquela época, seus pais salvaram nosso negócio, eu fui grato a eles desde então...Quando eles fizeram o pedido, tão tristes, tão desesperados...

       -Falsos dos infernos, eles queriam se livrar de mim, só isso.

       San acariciou as mãos de Yeosang, ele mordeu o lábio e suspirou.

       -Na época eu não fazia ideia...

       -Continue. - San olhou para o marido. -Termine logo.

       -Você me lembrou minha mãe. Eu sabia pelo que você estava passando, eu os entendi...você nunca sairia daquele quarto se outra pessoa não te tirasse, eu pensei que eu estava...te ajudando.

        Uma lágrima grossa escorreu pelo rosto de Yeosang.

        -Você não só teve pena de mim, você também achou que seria meu herói, meu salvador. - Yeosang esfregou os olhos com os pulsos. -Você não passa de um egocêntrico de merda...

      -Me desculpa, Yeosang, me desculpa...- San segurou o rosto dele, o olhando com preocupação, quase chorando junto. -...Eu só queria te ajudar, eu achei que estava fazendo algo certo...

     San se sentia arrependido, a vergonha tomava conta de seu peito e ardia como se queimasse, ele quase chorou, arrependido como um maldito pecador.

     Ele pecou como um demônio ao machucar Yeosang.

      -Você só pensou em si mesmo...

       Os olhos de San tinham dor genuína brilhando dentro deles. As sobrancelhas se franziram, a boca mal conseguia se fechar, San estava...quebrado.

      Que merda ele fez?

      -Yeosang eu...eu pensei que podia te ajudar, eu me casei com você por...puro orgulho, eu acho...porque eu achei que estava te salvando como um maldito herói.

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