14. Ouvir

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     Yeosang tremeu no lugar, ele segurou um das mangas da roupa de San e o puxou.

     -San-ah...

    -São seus pais?

    -Isso!- A senhora Kang se aproximou, sorrindo de orelha a orelha. -Yeosang-ah!- Ela abriu os braços, o marido de San se afastou, horrorizado.

     -Não, não....não chega perto.

    San o olhou, um pouco confuso. Ele já tinha entendido que a relação de Yeosang com a própria família não era boa, mas era tão ruim assim?

     -Filho, o que foi?- A senhora Kang o encarou, decepcionada. -Abrace sua mãe.

     San sentiu os dedos de Yeosang afundarem contra seu braço, ele o sentiu tremer.

      Tinha algo muito errado.

      -Vamos entrar e ir para a mesa de jantar. -O pai de San sugeriu, sorrindo. Ele foi até o genro e lhe deu um abraço apertado e gentil, Yeosang correspondeu, se sentindo acolhido. -Você foi muito forte, garoto.

     Yeosang segurou as lágrimas. -Obrigado, sogro...

     O senhor Choi sorriu, se afastou de Yeosang e se juntou ao restante da família dele, que já estava sentada à mesa.

     San puxou o marido pela mão até o lado de fora da casa. Os dois se encararam, Yeosang o abraçou imediatamente.

      -San-ah....- Ele murmurou. -San, o que eu faço? Eu não quero ver eles, eu...

      -Por que você tem tanto medo?- San o afastou para olhar em seus olhos, Kang mal conseguiu encara-lo.

      -Eles fizeram muitas coisas ruins pra mim, eu não quero...Agora eu me libertei deles, San, eu não quero ver aqueles três nunca mais.

      San segurou o rosto do marido e beijou seus lábios, querendo passar algum conforto. Yeosang fechou os olhos e se deixou levar, segurou a cintura de San e o trouxe para perto.

       -Hm, depois a gente continua. -San murmurou, enquanto Yeosang continuava tentando o beijar. -Vamos para dentro. Meu amor, eu prometo que eu não vou deixar que eles sequer encostem em você. Se falarem algo, eu mudo o assunto, eu...vou fazer você se sentir o mais confortável possível.

       Yeosang vidrou os olhos na boca de San. Assentiu e segurou a nuca dele, o beijando uma última vez.

      -Posso segurar sua mão?

     San riu, ele beijou Yeosang de novo e esfregou seus narizes.

     -Qualquer coisa. Pode fazer o que quiser.

     Yeosang quase esboçou um sorriso.

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      Yeosang se sentou entre San e o sogro, sua família estava do outro lado da mesa. Os empregados já haviam trazido os pratos e todos comiam com prazer.

      -Está muito bom!- O irmão de Yeosang elogiou, sorrindo. San sorriu de volta.

      -Eu pedi que preparassem algo bastante gostoso, que todo mundo fosse gostar. - Os olhos de San se fecharam e as covinhas apareceram.

       Yeosang...estava o completo oposto do marido. Seu olhar era distante e vazio, não tinha sequer encostado na comida e não falou uma única palavra. Segurava a mão de San por debaixo da mesa, fazendo um carinho de vez em quando.

     -Come, meu amor. -San murmurou, Yeosang negou com a cabeça e murmurou que não estava com fome.

      -Como anda o casamento?- A senhora Kang perguntou.

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