VI

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Yoshino Junpei tinha atacado. Raygo corria como se sua vida dependesse disso, porque sabia que a de outros dependia.

Yuji que tinha disparado na frente abriu a porta do ginásio e entrou. Ela passou logo em seguida. E parou. Sukuna xingou por quase se chocar com ela pela parada repentina.

Eles tinham chegado tarde. O ginásio continha inúmeros alunos caídos, talvez mortos.

-- Que porra você está fazendo Junpei!? -- Yuji parecia tão chocado quanto ela.

-- Fiquem onde estão, feiticeiros -- Junpei falou para eles. A voz, a expressão, a postura... parecia outra pessoa. Ele estava com olheiras mas... o que tinha feito?

Raygo olhou para as pessoas caídas. Ela não podia curar, sabia como funcionava, mas nunca conseguiu de fato. Então seu olhar foi para Sukuna.

-- já entendi cacete -- Ele resmungou, se ajoelhando perto do mais próximo.

Yuji e Junpei começam a lutar, e Raygo mal se surpreendeu ao ver que agora o garoto tinha Shikigamis. Ela estava mais ocupada verificando as respirações, separando as pessoas que Sukuna tinha curado em um canto mais afastado. Pelo menos ninguém estava morto.

A batalha se intensificou, e os dois acabaram saindo da vista dela, indo para os corredores. Ela continuava verificando quem parecia em pior estado, com aquelas manchas amaldiçoadas mais espalhadas pelo corpo. Mas sempre olhava para onde o som vinha.

-- Vai logo! -- Ela ouviu Sukuna xingando. Quando o olhou, o feiticeiro também encarava o local dos sons -- Não preciso de ajuda.

Não precisava de ajuda ou queria que ela ajudasse o irmão? Ela não pensou muito, apenas correu.

O trio já estava investigando Junpei por ele ser o suspeito de um crime anterior, mas dessa vez ele parecia diferente, parecia mais triste e melancólico. Talvez o primeiro incidente tivesse sido uma coincidência, mas alguma coisa mudou, ou talvez... não tinha como ele ter fingido ser legal todo esse tempo tinha?

Mesmo ao longe, mesmo antes de virar o último corredor, ela sentiu outra presença se aproximando lentamente dos outros dois. Uma presença poderosa. Ela virou o corredor, e viu.

-- Você fica pouco depois das pessoas que você tanto zomba... na escala de estupidez -- Uma maldição, um nível especial -- É por isso, que você vai morrer.

Na frente dos olhos dela, Junpei foi transformado. Transfigurado. Ela parou no lugar. Chocada.

Yuji não estava muito diferente dela. Mas acordou quando Junpei o socou. Ele parecia inconciente, atacando Yuji de forma ilógica, e o rapaz não revidou. Yuji apenas gritava, e o segurava.

Ela precisava fazer algo. Mas não podia curar, não conseguia. Ela olhou para trás, pelo longo corredor. Sukuna podia ajudar. Ela precisava trazer ele ali.

A mente dela mal conseguia processar as informações. Assustada. Perturbada. Ela precisava agir. Precisava agir agora!

Agora!

-- Deixa isso comigo! -- Raygo gritou, disparando até eles -- Eu cuido do Junpei!

Yuji não precisou que ela repetisse, não pensou duas vezes antes de atacar a maldição. Ela não se importou com a luta, não quando pegou Junpei desajeitadamente e correu de volta para o ginásio.

Ela corria e corria, suas pernas doíam, seus pulmões queimavam.  Yuji ficaria bem, ele precisava ficar bem. E ela levaria Junpei para Sukuna o curar.

-- Eu disse que cuidava daqui sozinho! -- Ela ouviu o feiticeiro gritar antes de atravessar as portas. Ele devia ter escutado a corrida dela.

-- Cura ele! -- Ela ordenou. Sua voz adquirindo um tom de comando que a surpreendeu. Raygo deixou Junpei ali e correu de volta.

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