XII

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Taiyō estava tão quieto. Os tios a olharam como se perguntassem se sabia de algo. Ela deu de ombros.

-- Algum problema Taiyō? -- Ela decidiu perguntar, agoniada por seu sol não brilhar como de costume. Preocupada por ele mal ter tocado na comida.

-- Nada não -- Como se tivesse finalmente acordado, ele parou de brincar com a comida, voltando a comer.

-- Você está bem mesmo? Parece mais magro que o normal -- A tia brincou nervosa com uma mecha de cabelo -- Você tem estado meio... distraído nos últimos dias.

-- Estou bem mãe -- Ele sorriu -- Eu só estou um pouco cansado. E também... -- ele olhou para Raygo, com aquela cara de orgulho misturada com quem quer pedir algo, os olhos cinzas brilhando -- Ainda não fui chamado de irmão nenhuma vez.

Ah... Era isso que o estava deixando mal? Ou era drama para convencer ela?

Raygo bufou, mas decidiu não explicar outra vez o porque não gostava da ideia.

-- Porque vocês dois não vão dar uma olhada nas estrelas lá no observatório astronômico? -- O tio falou tão repentinamente que ambos os jovens ficaram confusos -- Vocês viviam pedindo para ir lá quando eram pequenos, faz o que? 3 anos? Deviam ir de novo.

Eles se olharam, e uma lembrança esquecida voltou. Uma das estrelas brilhantes no céu noturno.

-- Acho...que é uma boa ideia -- Taiyō respondeu por fim.

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-- Realmente, fazia um tempo que a gente não vinha aqui -- Taiyō olhava para as estrelas pelo equipamento -- Você vai gostar.

As pessoas atrás deles na fila pareciam ansiosas, e uma criança parecia prestes a fazer birra. Taiyō se afastou, permitindo que ela desse uma olhada. O coração dela acelerou quando o céu noturno e estrelado surgiu em seu campo de visão. Ah...ela definitivamente precisava ver aquilo a céu aberto.

Tão lindo. Tão perfeito. Tão...

Divino.

Ela se afastou para os próximos darem uma olhada. Se aproximando do primo em silêncio.

-- Que foi? O gato comeu a sua língua? -- Ele riu, pondo a mão no ombro dela e a guiando para fora do local abarrotado de gente -- Ou devo dizer: As estrelas roubaram sua voz?

-- Cala boca -- ela riu, mas aquela visão ainda estava clara diante de si -- A gente... deveria trazer a Hoshi aqui também, vai ser uma memória bonita.

-- Uma estrela olhando para as estrelas... -- Taiyō refletiu, um sorriso radiante cresceu na face dele.

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Raygo estava ensinando a língua dos sinais para Junpei. O moreno tinha tentado conversar com os alunos mais velhos, e além de ter sido intimidado por Maki ele não conseguiu entender Inumaki, o coitado teve o azar de tentar bem quando Panda estava ocupado. Então quando ele veio com um astral super baixo Raygo decidiu que era uma boa ideia ajudar.

-- E como fala "Obrigado"? -- Ele pediu, ainda repetindo o gesto anterior que ela ensinou.

Raygo fez o gesto de agradecimento. Junpei a imitou de forma desajeitada até conseguir entender bem.

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