IX

34 5 0
                                    


-- Pelo visto está de bom humor -- A tia sorriu ao ver feiticeira descer a escadas.

-- Tive uma boa noite de sono -- Não era uma mentira, mas não era a verdadeira razão. Raygo ajudou o primo a arrumar a mesa do café.

A tia ergueu uma sobrancelha enquanto os dois se sentavam e se serviam.

-- Eu acho que você está é namorando -- Ela disse direta, Taiyō quase se afogou com o café.

-- Epa epa! Explica isso aí!

-- Deixa ela Taiyō, está na idade, e você também -- O tio chegou a cozinha, dando um beijo na testa da esposa e se sentando.

-- Quem é? -- Taiyō se voltou para ela, Raygo não teve tempo nem de falar antes de ser bombardeada por perguntas -- É um garoto da sua idade? É uma boa pessoa? Te trata bem? É feiticeiro? Qual o estilo dele?

-- Taiyō -- o tio falou calmo, mas com repreenção. Taiyō se calou, ainda parecendo descontente -- A Raygo é esperta, e sabe se cuidar. Você não deveria se intrometer nisso.

-- Se bem que eu também gostaria de saber que é -- Cantarolou Milagro.

Raygo se sentia um pouco pressionada pelo primo e tia, mas eles estavam certos, ela deveria apresentar eles a Sukuna, mesmo que a tia o conhecesse como amigo dela. A feiticeira olhou de esguelha para o tio, que começava a comer, ela gostava que ele fosse tão sereno. Era um bom equilíbrio.

-- Eu vou tentar falar com ele...

.

.

.

-- Quer ajuda? -- Raygo entrou no quarto que seria de Hoshi. Ela passava pelo corredor quando viu o tio colando um papel no teto. Uma decoração de estrelas claras para combinar com os da parede.

-- Se puder me alcançar aquilo ali -- Ela rapidamente entregou. Raygo ficou para segurar a escada, e aproveitou para adimirar a decoração -- Você o ama?

-- Han? -- Ela demorou alguns segundos para entender que ele se referia a conversar da manhã -- Ah..sim, eu o amo. Apesar de que provavelmente ele ainda ganha nisso. Afinal eu percebi a pouco tempo.

O tio deu um leve riso, colando a última parte e descendo da escada.

-- Se você está feliz, então não ligue para o que os outros dizem, o Taiyō tem que entender que a sua vida é sua.

-- Ele só quer o meu bem -- Ela deslizou a mão pela estante marrom cereja, que logo guardaria as coisas da bebê.

-- Eu sei, mas ele não pode fazer as suas escolhas -- Ele colocou a mão no ombro dela -- Só pelo amor dos deuses, não tenham filhos cedo como aconteceu comigo e a Milagro. A gente mal sabia o que fazer quando Taiyō nasceu.

Os dois riram. Raygo o agradeceu, voltando ao seu quarto. Ela mandou mensagens para o namorado.

Aquela palavra ainda causava estranheza.

Os dois decidiram que ela passaria a manhã do dia seguinte com ele e a tarde ele viria a casa dela. Raygo sentiu uma empolgação crescente, e já até separou a roupa que usaria no dia seguinte. Horas depois, quando recebeu uma mensagem, correu até o celular. Ela fez bico ao perceber que não era Sukuna.

Era Megumi, pedindo para ligar para ela. Ela logo aceitou.

-- Eu acho que vou me declarar para o Yuji -- Foi a primeira coisa que ele falou. A voz animada e nervosa -- combinamos de sair amanhã.

-- Depois vou querer saber tudo -- Ela riu, depois decidiu usar uma voz mais carinhosa -- Tenho certeza que vai dar tudo certo.

-- Eu não, tenho medo de ele me rejeitar -- Raygo sorriu, lembrando que Sukuna contou a ela sobre o irmão gostar de Megumi -- E se ele for hétero?

SubmissãoOnde histórias criam vida. Descubra agora