XI

29 4 0
                                    

Raygo em segundos já tinha acertado um golpe com o cabo da Glaive no estômago de Taiyō, que tinha sido pego desprevenido e voou no chão, ele mal caiu e já agarrou um punhado de pedras, invocando uma fera de rochas. Mas ela avançou em Sukuna, usando a lâmina da arma para levantar poeira e terra, atrapalhando a visão do namorado antes de girar até ficar atrás dele golpeá-lo nas pernas, cortando superficialmente, mas acertando e partindo o tendão. Pego pela própria estratégia, o rapaz caiu de joelhos, grunhindo de dor ao já levar ambas as mãos as pernas, se curando. 

A fera de Luz que ainda estava presente avançou nela, rugindo ao morder o braço esquerdo, as presas de luz queimando a carne ao se enterrar fundo. Ela chiou com a dor, mas aproveitou para golpear a fera, a lâmina perfurando o peito e fazendo a criatura sumir. Ela verificou o ferimento. A pele e os músculos tinham sido cauterizados, não havia perda de sangue, apenas a dor irradiando da mordida.

Ela se afastou de Sukuna, avaliando o primo e suas novas invocações: A ave de vento havia retornado e algo novo, uma criatura bipede de água, formada pela água de uma garrafinha deixada por Taiyō no primeiro degrau da escada, talvez ele tivesse deixado ali propositalmente.

A feiticeira concentrou mais energia amaldiçoada nos músculos das pernas, e correu até a criatura de pedra, que permanecia perto do primo como proteção, ela sabia que ambas os Shikigamis de ataque avançaram em direção a ela. 

Raygo usou a Glaive para se impulsionar no ar, pulando em cima da criatura de rocha, usando a altura dela em vantagem para alcançar a ave, que tentou desacelerar na hora que percebeu o que aconteceria. Raygo a cortou ao meio. Pousando em segurança no chão.

-- Vocês estão pegando leve, me ataquem como se eu fosse uma maldição -- Ela provocou, recuando, dando espaço para eles atacarem. 

-- Não reclame depois -- Sukuna avançou, mas em questão física, ele ainda perdia para ela. Raygo desviava com facilidade, quase dançando ao redor dele ao se esquivar dos socos, chutes, e até cotoveladas. 

A criatura de água tentou agarrar ela, que abriu um espacate para escapar dos braços da criatura antes de recuar para longe. Alguém agarrou a Glaive. Quando ela tentou puxar o shikigami de água a atacou, envolvendo o corpo da feiticeira com o próprio, a forçando a prender a respiração. Ela viu Sukuna segurando a arma, e Taiyō se aproximando tranquilamente dele, sorrindo como uma raposa. O sangue dela ferveu ao perceber que tinha sido enganada por eles. 

Ela se debateu, mas sem conseguir tocar em algo sólido, não seria capaz de escapar. Uma sensação de frio confortável se instalou no peito dela. E um pensamento. 

Se eu conseguisse invocar uma expansão de domínio... 

Ela nem sabia de onde tinha surgido aquele pensamento. E sentiu o sangue gelar conforme passava pelo coração, sentiu a água ao seu redor se tornando ligueiramente mais fria. Mas...ela ainda não conseguia respirar, e os pulmões deram a primeira fisgada de dor. A visão ficou cheia de pontos luminosos e escuros. Raygo deixou o ar sair, e a criatura de água se desfez. 

Ela caiu no chão puxando fôlego com força, tossindo com a dor. Aquele frio confortável se dissipou em seu peito. Ela ouviu passos se aproximando.

-- Eu te ensinei a lutar tanto quanto a Maki, conheço a maioria dos seus movimentos -- Taiyō riu, mas a olhou preocupado -- Exagerei?

-- Não... -- ela mal ouviu a própria voz. Sukuna se ajoelhou ao lado dela, curando as feridas no braço, sem deixar cicatriz.

O que tinha sido aquela sensação? Aquele... instinto... seria possível que alguém como ela, sem uma técnica, conseguia usar um Domínio?

SubmissãoOnde histórias criam vida. Descubra agora