Pagode

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⁃ Se sinta em casa, viu? - Bella diz abrindo a porta para que Manu pudesse entrar.

⁃ Obrigada - Manu responde entrando e acenando para os presentes na sala.

⁃ Que bom que você veio! - Wagner diz se aproximando de Manu para um abraço, que é recíproco. - Essa é a Bella e esse é o Humberto.

⁃ Um prazer conhecer vocês - Manu diz.

⁃ E você dirige? - Bella pergunta, dirigindo-se ao sofá onde Beto estava.

⁃ Bella! - Beto repreende.

⁃ Foi mal, Manu, mas esses dois querem que eu continue bebendo com eles, mesmo eu já tendo dito que estou dirigindo hoje - Wagner diz, repreendendo os amigos. - Só água pra mim agora, vou levar a gente.

⁃ Vai ter que cantar com o Mello sóbrio mesmo, está me devendo - Bella diz rindo. - Foi mal essa primeira impressão, eu juro que sou mais legal que isso.

⁃ Já está alta e a noite nem começou ainda - Humberto diz, também rindo.

Os dois pareciam estar compartilhando uma brisa que era só deles, o que de fato era, a contar pelo cheiro de maconha que vinha deles.

⁃ E você, Manu, é de onde? - Bella pergunta.

⁃ Ah, sou de São Paulo, minha primeira vez no Rio. Wagner tá sendo meu guia - responde.

⁃ Que massa, você tá com um bom guia. Hoje você vai conhecer a Lapa, só pagode bom, nem se compara com os de São Paulo. - Beto comenta

⁃ Queria ter como comparar - Manu diz e sorri.

⁃ Essa aqui nunca foi num pagode, acreditam? - Wagner diz passando a mão no cabelo de Manu, "bagunçando" os fios de poucos centímetros, implicando com ela. - Vamos? Já estou bom para pegar no volante.

Após jogarem mais um papo fora enquanto Bella e Humberto se arrumavam rapidamente, descem até o carro de Wagner e seguem até a Lapa.

⁃ Nossa, essa é braba demais! - Bella diz, ao ouvir a música que tocava na playlist aleatória de seu Spotify, conectada ao rádio do carro. Um funk carioca de batida grave.

⁃ Não dorme na Bella, não, viu? Que quando você acordar, seu carro vai estar equipado com um paredão de som - Humberto diz e eles riem.

⁃ Se prepara para conhecer o melhor do Rio, Manu. Você fica até quando? - Bella pergunta dançando no ritmo da música.

⁃ Olha, eu não sei bem ainda, acho que só fico até o fim de semana. Estou com um tio meu e ele volta para São Paulo nessa sexta - Manu responde. Estava gostando da companhia dos amigos de Wagner, apesar de achar estranho o fato de estar num carro com três pessoas populares.

⁃ Ah, que pena. Estava pensando em fazer alguma coisa lá em casa esse domingo - Humberto diz.

Após a breve conversa, chegam na Lapa, descem do carro e vão em direção ao Beco do Rato, que pelo horário já se encontrava em sua lotação máxima. Não era uma quinta de encontro casual, era uma sexta-feira, início da noite, e o fluxo do Rio não poderia ser diferente, mas era o pagode favorito deles. Era tradição sempre que possível irem ao Beco do Rato, geralmente antecipadamente, já que, apesar da disponibilidade dos ingressos, a lotação era inevitável.

⁃ Lotado pra caralho, hein? Te falei que a gente tinha que vir mais cedo - Wagner diz aos amigos.

⁃ Ah, deixa disso, a noite só começou - Humberto diz chegando ao amigo, passando o braço por suas costas e o levando consigo em direção à fila.

⁃ Pera aí, mas eu não tenho ingresso, ele não me avisou que precisava - Manu diz a Bella.

⁃ Relaxa, a gente pega antes, ingresso é o de menos. Bora?

Doce demais pra mim | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora