Doce demais pra mim | Wagner Moura

Praia

"Finalmente, menos um dia de aula" Manu se reconforta
- Eai!? Barzinho do Zeca hoje? - Um jovem rapaz se apoia na mesa de manu
- Ah não, Gabriel, sem chance, cansei desse barzinho - Responde
- Bora manu, último dia de aula antes das nossas últimas férias, eu não te perdoo se você não vier comemorar comigo - Gabriel implora
- Olha, vou pensar - Manu desiste de resistir
- Você tem 5 minutos, te espero lá fora, você vai sim.

A jovem arruma suas coisas dentro da bolsa e sente o alívio de não ter de voltar para aquela sala novamente na semana seguinte.
Estava cursando administração, por vontade e por pressão de sua mãe que queria alguém que pudesse a substituir na cabeça dos negócios da família, mesmo que subestimasse a capacidade de Manuela até seu limite.

Duas garotas, uma de cabelos lisos castanhos e pele branca e outra, de pele mais dourada e cabelos cheio de ondas chegam até manu, agora se levantando

- Onde hoje, Manu? - a garota com ondas no cabelo perguntara
- Gab me chamou pro bar do zeca mas hojestamente, não queria não. Não tem nada melhor em mente, Fê?
A garota agora olha o celular como em busca de algo
- Olha, vocês lembram o professor de Gestão do semestre passado? - a garota de cabelos lisos pergunta
- Aquele que você saiu nas férias? - Fernanda pergunta
- Vocês saíram mesmo na férias? - Manu pergunta surpresa
- Bom, nunca guardei segredo - A garota de cabelos lisos ri baixo
- Meu deus, Mari, achei que era só flerte, você foi pra casa dele e tudo? - Manu questiona
- E se vocês quiserem, podemos ir hoje também, ele vai fazer um open house no apartamento dele na praia hoje mais tarde e me chamou, se vocês quiserem um rolê mais diferente podemos ir. - Mariana propõe
- Não é longe demais? - Fê pergunta
- Eu não tenho nem roupa pra ir! Quem vai? - Manu pergunta
- Calma, gente, eu tô de carro hoje, fica 3 horinhas daqui, a gente passa em casa, faz uma malinha, chega umas quatro, cinco da tarde e fica por lá, podemos voltar domingo, ele disse que chamou uns amigos da faculdade dele, uns outros professores, enfim, topam? - Mari responde prontamente
- Ah... tem o Gab... - Mari diz
- Ué, chama ele, melhor ficar de casal numa social do que em barzinho, esse garoto também é meio furada, não acha não? Por que você não dispensa ele logo? - Fernanda pressiona manu
- Ele é um cara legal, ok? E reatamos tem pouco tempo, estamos ótimos agora, além do mais...
- Vocês só ficam nesse vai e volta horrível por 2 anos, mas de resto...- Fernanda interrompe
- Olha, você pode chamar o Gab, posso confirmar que vamos? Tem um tempo que tô dando um gelo no Leandro, estava com saudades dele - Mari alerta
- Beleza, vou chamar o Gab e ver se ele topa. E se ele não topar eu vou também, me esperem no carro.
- É assim que eu gosto de te ver, te esperamos no carro, vai avisando - Mari sorri

As três acertam o horário, e Manu vai em direção a Gab, que estava no parapeito da janela fumando um cigarro.
- Não pode fumar aqui dentro - Manu se aproxima
- Ah, não começa... bora no bar?
- As meninas me chamaram pra ir com elas pra praia, uma social na casa de um amigo da Mari, vamos? Um bate e volta.
- Mas que merda, Manuela? Eu te proponho um rolê pertinho e suave e você nega mas quando essas piranhas aparecem com qualquer ideia ruim você aceita - Gabriel se embravece e joga o cigarro perto do final porém ainda aceso pela janela
- Foi mal, poxa! Parece legal, a gente sempre sai pros mesmos lugares, toda vez você arranja uma razão pra ficar puto comigo! Que merda!
- Você quem sabe se vai ou se fica, eu tô fora, se for, aproveite sem mim, já que é isso que você quer - Gabriel ascende outro cigarro
- Gabriel, a gente estava bem até pouco tempo atrás, por favor não precisamos brigar
- Quem começou foi você - Gabriel se aproxima de Manuela, colocando a mão em seu rosto, a olhando de cima, evidenciando a diferença de tamanho que tinham - A gente estava bem por que eu estou aqui por você, você quem não está aqui por mim, toda vez suas amiguinhas são mais importantes do que seu homem.

Manuela sente um aperto no peito diante das palavras de Gabriel. Ela, uma garota que sempre buscou seguir as regras e evitar confrontos, se vê presa em um relacionamento que a sufoca. O medo de se impor e a constante busca por validação a deixam submissa às opiniões e vontades de terceiros, especialmente de Gabriel.