Não Passa Vontade

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O beijo segue por mais um tempo, Wagner trazia Manu cada vez mais para si, e num lapso de consciência a garota interrompe o beijo.
    ⁃    Me desculpa, foi sem pensar, eu...
O homem a interrompe selando seus lábios novamente, a tendo em seus braços.

Quando param para reparar, o pôr do sol já havia acabado, e a escuridão havia tomado conta da praia. Decidem voltar para o carro e retornar pra casa.
Manu estava desacreditada, tanto de sua iniciativa quanto com a recepção do Wagner a isso.
Ambos entram no carro e fecham a porta, ela coloca o cinto de segurança, e ele dá a partida no carro, e antes de sair com o carro, se vira e recebe Manu com mais um beijo acalorado. Wagner também não sabia de onde vinha tal impulso, levando em consideração que havia ignorado esses sentimentos que estava sentindo nas últimas semanas, desde que encontrou Manu na festa. Preferia não pensar nisso por enquanto, sempre foi intenso, gosta de ser assim.
Após desvencilhar se dela, segue o caminho de volta para o condomínio.
Manu estava completamente envergonhada, tímida, não sabia bem o por que, era como estar perto de um paquera de escola quando se tem 12 anos. Não sabia como reagir na presença de Wagner, principalmente com aquela tensão presa naquele carro pairando entre os dois naquele carro.

    ⁃    Você está bem? - Wagner pergunta e manu acena confirmando
    ⁃    Eu não imaginava que você iria corresponder, é que é muito difícil te olhar e não ter esse impulso.
    ⁃    Eu digo o mesmo de você. Nem me encara muito, é difícil de resistir - Ele diz intercalando entre olhar pra ele e pra rua.
Manu sorri timidamente olhando para fora do carro, evitando manter contato com o homem que conduzia o carro. Poucos momentos depois já se encontravam no estacionamento do condomínio.
Decidiram subir ao apartamento de Wagner para cortar um pedaço de bolo pra ele e Bem, e Manu iria levar o outro pedaço para seus tios, Beca, e claro, um pedaço para ela. Havia esquecido o sabor dos doces devido a última dieta passada por sua mãe.
    ⁃    Olha, coube certinho! - Manu diz observando ele pegando um pedaço de bolo e colocando em um pote de plástico, que parecia feito para receber aquele pedaço de bolo. - Onde está o Bem?
    ⁃    Saiu com um amigo, está aproveitando para rever o pessoal enquanto está aqui no rio.
    ⁃    Ah sim, que legal que ele ainda manteve as amizades.
Wagner tampa o pote e o leva a geladeira, e Manu repara um pouco na cozinha, que não tinha reparado anteriormente. Ele tinha uma mini adega com algumas bebidas e vinhos, nada muito grande, mas bem sútil e bonito. e garota observava alguns tentando identificar algum que lhe fosse familiar, apenas pela curiosidade.
    ⁃    Quer provar um? - Wagner se aproxima
    ⁃    Bom, qual você recomendaria? Não conheço nenhum destes.
    ⁃    Escolhe um.
    ⁃    Mesmo? - Ela pergunta e ele confirma com a cabeça.
Ela olha algumas garrafas e aponta para uma um pouco mais acima de sua cabeça, e Wagner pega, abrindo sua rolha e colocando em duas taças.
    ⁃    Um brinde? - Ele propõe
    ⁃    A que?
    ⁃    Bem, a você! Ainda é seu aniversário. - Ele responde levantando a taça para que ela pudesse se juntar a ele, e a mesma realiza o ato
    ⁃    Aos meus 22 anos - Ela diz e o som das taças ecoa, e ambos levam as taças a boca, tomando um gole.
    ⁃    Que gostoso - Manu diz antes de outro gole - Queria entender mais de vinho
    ⁃    Eu não entendo muito, também - Ele ri - esse aqui Lazinho me deu e deixei aí, boa parte dos vinhos recebi de presente. Mas esse é realmente muito bom.
Manu concorda com a cabeça e a conversa se estende um pouco, estando os dois agora no sofá, ainda bebendo vinho, Manu havia retirado os sapatos e estava de meias sentada com apenas uma das pernas cruzadas, tendo Wagner ao seu lado.

    ⁃    E ela disse isso, você acredita? - Manu termina a história rindo de si mesma
    ⁃    Fico chocado com algumas coisas, e olha que já vi bastante coisa - Wagner diz dando um último gole em sua taça, e quando foi servir-se novamente, percebe - Eita, acabou.
    ⁃    Nossa, nem percebi, o tempo passou tão rápido. Tenho que voltar pra casa. - Manu diz e se levanta, mas sua pressão cai pelo fato de ter bebido meia garrafa de vinho sentada, pendendo para Wagner, que a segura para que não caia. - Eu queria ficar mas já abusei muito da sua boa vontade, hora de ir pra casa.
Ela diz e faz menção de recobrar o equilíbrio, mas Wagner a segura.
    ⁃    Pra que passar vontade? - Ele diz roucamente, com o rosto próximo ao ouvido de Manu, fazendo a menina se arrepiar.
Era impossível não resistir, ela cede e se senta no colo do homem, o beijando de forma latente. Tateava todo seu rosto e sentia as mãos grandes do homem percorrerem seu corpo, lendo cada detalhe seu.
Estavam partilhando suas respirações num momento que tentaram evitar e contornar por um tempo, e estavam totalmente entregues ao instinto natural que juntou os dois ali.

Doce demais pra mim | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora